Fórum de Ciência e Tecnologia discute o cultivo da cana no território goiano
O 2º Fórum de Ciência e Tecnologia do Cerrado será realizado nesta sexta-feira, dia 5 de outubro, a partir das 8h30, no auditório do ICB 1 (Campus II da UFG), com o tema emergente Os Impactos Econômicos, Sociais e Ambientais no Cultivo da Cana de Açúcar no Território Goiano. Uma mesa redonda com professores pesquisadores da UFG e da UCG fará apresentação dos diversos aspectos do assunto com moderação do Ministério Público de Goiás e, em seguida, haverá argüição de representantes de entidades de classe, da imprensa, movimento social e órgão públicos. A programação ocorre dentro da Semana Nacional de Ciência e Tecnologia, cujo tema deste ano é Terra.
O tema foi escolhido porque os riscos do aquecimento global colocaram a produção do etanol no centro do debate mundial e a demanda por esse biocombustível deve aumentar em larga escala nos próximos anos gerando preocupações que envolvem condições de trabalho, gestão ambiental, uso e reuso da água, desmatamento e reflorestamento, técnicas sustentáveis de manejo, condições de transporte e aspectos físicos e químicos do produto final.
De acordo com o Jornal Valor (28/09), com terras mais baratas comparadas a São Paulo e também ao Triângulo Mineiro, Goiás tem recebido pesados aportes de usinas, se tornou atraente para os canaviais e já é considerado como nova fronteira para a cana. O Estado deve receber nos próximos cinco anos R$ 12 bilhões para a construção de usinas de açúcar e álcool. Mas já há resistências, sobretudo de municípios como Rio Verde, Jataí e Mineiros, onde estão instaladas integrações de aves e suínos e o avanço da cana já preocupa as empresas que temem que a oferta de grãos seja afetada. A prefeitura de Rio Verde limitou a produção de cana para evitar um avanço da produção sobre os grãos. A cidade de Mineiros ameaça fazer o mesmo.
De acordo com a professora e pesquisadora Selma Simões (UFG -IESA), que falará sobre os impactos ambientais na programação, o sistema sulcroalcooleiro vem apresentando um processo de notável expansão no estado de Goiás nos últimos anos, em especial desde 2005, quando de menos de 20 usinas saltou para 34 em 2006 e atualmente para 74 confirmadas, além de mais 36 em cadastro ou análise, somando uma centena. Uma análise preliminar da distribuição dessas usinas permitiu detectar as tendências da expansão e de suas relações com os atributos do meio físico, com o objetivo de selecionar as áreas que poderão sofrer impactos ambientais e merecerão, por isso, estudos mais detalhados. Os resultados revelaram que as Microrregiões do Meia Ponte, Sudoeste Goiano e Vale do rio dos Bois, integrantes da Mesorregião Sul Goiano, respondem pela maior concentração de usinas em diversos estágios (desde em operação até apenas em cadastro). Os dados revelam ainda que a expansão já envolve, também, o Centro Goiano, ao norte.
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Source: Assessoria de Imprensa/Adufg
