Audiência pública discute o futuro do Hospital das Clínicas da UFG
Em audiência pública promovida pelo deputado Mauro Rubem, trabalhadores do Hospital das Clínicas da Universidade Federal de Goiás rechaçam a proposta de fundação estatal e reivindicam a continuidade da vinculação aos Ministérios da Educação (MEC) e Saúde (MS).
A discussão sobre a transformação da gestão do Hospital das Clínicas da UFG em fundação estatal começou com uma baixa: nenhum representante do Governo Federal ou de qualquer dos ministérios envolvidos (Saúde, Educação, Planejamento e Trabalho) veio a Goiânia para defender a proposta de projeto. O deputado Mauro Rubem, propositor do encontro que ocorreu nesta terça-feira, falou sobre a importância de se fazer um debate nacional sobre o assunto e de enviar aos poderes Executivo e Legislativo nacionais a posição contrária ao projeto e a omissão de representantes de Brasília.
Servidores e estudantes que trabalham no HC lotaram o auditório Costa Lima e pararam o funcionamento do ambulatório durante a manhã. Segundo o diretor do hospital, professor José Garcia Neto, a transformação da instituição em uma fundação de direito privado fará com que ela tenha que visar o lucro para se manter e, com isso, o atendimento e as áreas de ensino e pesquisa vinculadas à Faculdade de Medicina seriam prejudicados. Para o professor, projetos de pesquisa de interesse social, mas sem resultado imediato, seriam extintos e a população dependente destes resultados seria abandonada. “O HC se difere dos outros hospitais de Goiás porque investe na evolução científica”, avalia o médico.
Diretor do Sindicato dos Trabalhadores da UFG, João Pires, apresentou outras reivindicações da categoria. Entre elas estão a paridade entre ativos, aposentados e pensionistas, incentivo à qualificação e titulação e instituição de um plano de saúde. Paulo Winícius Teixeira de Paula, representante dos bolsistas do hospital, denunciou a diferença de salários entre profissionais que exercem a mesma função. Para ele, a implantação do regime da CLT nos hospitais universitários só agravaria a situação.
Segundo o deputado Mauro Rubem, presidente da Comissão de Direitos Humanos e vice da Comissão de Saúde, a omissão de representantes do Governo Federal demonstra o desinteresse pela proposta apresentada ou o perigo de uma imposição vertical na gestão do hospital. Para o deputado, somente a mobilização e a pressão social farão com que o Poder Executivo recue na proposta. Mauro planeja apresentar, ainda nesta última semana de funcionamento da Assembléia Legislativa, um requerimento contrário à proposta de fundação estatal e outro solicitando ao Governo Federal abertura de diálogo com o movimento grevista. O deputado também agendou uma visita ao hospital para conferir as condições de funcionamento.
Médicos, servidores e estudantes, presentes à audiência, ressaltaram a importância da mobilização e da divulgação dos motivos de greve para os usuários do hospital. O objetivo é fazer com que pacientes e familiares fiquem do lado do movimento. Estavam presentes também na mesa Sandramara Matias Chaves, pró-reitora de Graduação da UFG e reitora em exercício, e João Vitor Leite, representante do DCE da UFG.
资源: Assessoria de Comunicação do deputado Mauro Rubem
