Projeto Transexualismo da Faculdade de Medicina é referência no país

In 26/06/07 07:10 .
Acompanhamento médico e psicológico antecedem casos cirúrgicos
                                          O Projeto Transexualismo da Faculdade de Medicina e Hospital das Clínicas da UFG, destinado a oferecer acompanhamento psicológico a pessoas portadoras de Distúrbio de Identidade de Gênero (DIG) e, quando for o caso, realizar a Cirurgia de Redesignação Sexual (CRS), tem se constituído como serviço de referência regional e nacional na rede pública de saúde, absorvendo a demanda, além de Goiás, do Distrito Federal e do Tocantins, atendendo ainda pacientes do Paraná e até de outros países, como é o caso de Venezuela. Com nove anos de existência – começou a funcionar efetivamente em 1999 - o projeto já realizou 22 cirurgias de mudança de sexo, sendo 15 casos do masculino para o feminino e outros sete casos do feminino para o masculino.

De acordo com a coordenadora do projeto, professora Mariluza Terra Silveira, do Departamento de Ginecologia e Obstetrícia da Faculdade de Medicina, existe atualmente uma fila de espera de pacientes candidatos à CRS, motivada não necessariamente pela alta demanda e sim pela exigência de pelo menos dois anos de psicoterapia, quando são submetidos a severo acompanhamento da equipe de psicólogo e psiquiatras, para depois serem assistidos por equipe multiprofissional com médicos ginecologistas, urologista, endocrinologista, geneticista e cirurgião plástico

Conforme a professora, esse acompanhamento prévio é imprescindível para identificar os pacientes, pois o Projeto Transexualismo da FM/HC realiza as cirurgias de mudança de sexo somente no caso de transexuais, ficando de fora os travestis e os homossexuais. “Muitos dos candidatos acham-se equivocados com relação à sua sexualidade e não se encaixam no conceito de transexualismo, que é o caso das pessoas que têm discordância entre o sexo cerebral e o anatômico”, explica.

A professora esclarece que é preciso identificar criteriosamente os candidatos à cirurgia, porque o travesti é aquele que tem prazer em se ver e se pensar como mulher, mas é predominantemente homem e não quer perder o pênis. Seu comportamento pode ser bissexual, hetero ou homo, com parceiros do sexo oposto ou do mesmo sexo, sendo mais comum este último caso. Já os homossexuais, segundo a professora, não são indicados para a CRS porque nesse caso a pessoa não tem DIG, apenas incertezas ou indefinição sexual e capacidade de se apaixonar pelo mesmo sexo.

Para iniciar o tratamento e, conforme a indicação, se candidatar à Cirurgia de Redesignação Sexual, a equipe multidisciplinar da Faculdade de Medicina e Hospital das Clínicas da UFG só aceita pessoas na faixa etária acima de 18 anos, embora sejam aceitos para psicoterapia adolescentes e até crianças com DIG.

A coordenadora do projeto ressalta que a equipe tem a preocupação de respeitar ao máximo a individualidade de cada paciente, tratando-o pelo nome desejado, de acordo com o sexo a que sente pertencer. Quando efetivada a CRS, o paciente freqüentemente procura a Assistência Judiciária no Tribunal de Justiça de Goiás para que se realize a mudança de documentação com alteração do nome e do sexo.



Profª Mariluza: 9971 8552/3092 5506

Fonte: Assessoria de Imprensa da Faculdade de Medicina