Reitora da UFG recebe título de cidadã goianiense

Texto e fotos: Ana Paula Vieira

A reitora da UFG, Angelita Pereira de Lima, recebeu o título de cidadã goianiense na Câmara Municipal de Goiânia, na quinta-feira (18/12). A homenagem foi proposta pela vereadora Kátia Maria e a solenidade contou com a presença de familiares, amigos e lideranças da Universidade, entre elas o vice-reitor Jesiel Carvalho.

A vereadora reconheceu a atuação da reitora da UFG na cidade de Goiânia em diversos movimentos sociais, incluindo o movimento feminista. “Foi com vossa excelência que eu aprendi que quando uma cidade é segura para as mulheres, ela é segura para todas as pessoas", disse a parlamentar. Ela ainda ressaltou a marca da professora Angelita na educação, no conhecimento e na ciência, citando ações à frente da UFG, como a luta pela recomposição do orçamento da Instituição e o reconhecimento da Universidade na faixa de excelência segundo avaliação do Ministério da Educação.

A reitora, que nasceu em Paranaíba, Mato Grosso do Sul, agradeceu a UFG, familiares e amigos. “Sem a UFG eu não estaria aqui”. Angelita agradeceu também a cidade de Goiânia e contou sobre a vinda de sua família para a capital goiana em 1972. Ela leu trecho da tese de doutorado defendida no Programa de Pós-Graduação e Pesquisa do Instituto de Estudos Socioambientais (Iesa) da UFG. “Eu, a 13ª filha, com seis anos. Meu irmão caçula ainda não tinha completado três. Goiânia assim surgiu no meu imaginário como uma travessia, uma ruptura, e como uma grande avenida iluminada, quando, naquela noite, chegamos após um dia inteiro de viagem, num caminhãozinho três quartos fretado para a mudança. Meu pai, minha mãe Eva, o caçula e o motorista na boleia. Nós, as outras crianças, na carroceria, com alguns sacos de arroz, colchões e trouxas de roupa. Goiânia ainda não era, mas já estava destinada a ser metrópole. Eu passei a existir junto dela”.

Angelita ainda lembrou a atuação no movimento pelas diretas, movimento sem terra, movimento por moradia e fórum de mulheres. Na academia, destacou que a primeira pesquisa na UFG sobre violência contra as mulheres foi a sua dissertação de mestrado, intitulada “A notícia de violência contra a mulher e a violência da notícia”, defendida no Programa de Pós-Graduação em Educação da UFG em 2001. “Faço a nota biográfica por obrigação para agradecer as pessoas da minha trajetória. Aceito com humildade e respeito esse título de cidadã goianiense”, resumiu Angelita.

A atual reitora da UFG é professora associada da Faculdade de Informação e Comunicação (FIC) e integra o Programa de Pós-Graduação Interdisciplinar em Direitos Humanos (PPGIDH). Realiza Pesquisas sobre questões de gênero relacionadas às mulheres, suas interações na sociedade, na política, nos meios de comunicação e no Estado, com destaque sobre violências contra as mulheres. No campo da comunicação, pesquisa jornalismo literário e as chamadas narrativas não-ficcionais, voltadas para a produção de histórias de vida.