Série UFG Memória Relatos chega à marca de 100 entrevistas realizadas
Lançamento dos episódios de 2025 faz parte da programação dos 65 anos da Universidade
Texto: Versanna Carvalho
Fotos: Carlos Siqueira, Júlia Barros e Versanna Carvalho
O segundo dia da programação especial pelos 65 anos da Universidade Federal de Goiás (UFG) foi parcialmente dedicado ao lançamento da terceira temporada do projeto UFG Memórias Relatos, uma série de entrevistas que contribuem para o resgate da história da Instituição. O evento de apresentação da nova fase do trabalho, que chega ao marco de 100 entrevistas realizadas ao longo de três anos, foi realizado na segunda-feira (8/12), no auditório da Biblioteca Central Professor Alpheu da Veiga Jardim, no Câmpus Samambaia. A cerimônia foi transmitida pelo YouTube UFG Oficial.
A solenidade contou com a participação de alguns dos entrevistados do projeto nos últimos anos, como a da primeira reitora mulher da UFG e de uma universidade pública brasileira (1982-1986), Maria do Rosário Cassimiro, que também foi professora da Faculdade de Educação da UFG. O técnico-administrativo aposentado que atuou em diferentes locais da UFG e se destacou pelo seu papel de arquivista, Armando Honório da Silva. Ambos foram entrevistados na segunda temporada.
Da primeira temporada estavam, a professora aposentada pela Faculdade de Enfermagem e reitora da UFG por dois mandatos, Milca Severino Pereira (1998-2002 e 2002-2006), o professor aposentado pelo Instituto de Física e reitor da UFG (2014-2018), Orlando Afonso Valle do Amaral, e o diretor da Faculdade de Direito, José Querino Tavares Neto. A maior parte dos convidados era composta por fontes ouvidas para a terceira temporada como a professora aposentada da Faculdade de Farmácia e atual diretora de Gestão com Fundações de Apoio da Pró-Reitoria de Administração e Finanças (Proad) da UFG, Clévia Ferreira Duarte Garrote, e o diretor da Faculdade de Odontologia, Gersinei Carlos de Freitas. Duas unidades acadêmicas que completaram 80 anos em 2025.
A terceira temporada começa, com 57 episódios, com uma entrevista com o professor aposentado pela Faculdade de Medicina e reitor da Universidade no período de 1994-1998, Ary Monteiro do Espírito Santo, e termina com a reitora eleita e nomeada para a gestão de 2026-2030, Sandramara Matias Chaves. Clique aqui para ver o vídeo com o resumo da terceira temporada do UFG Memória Relatos.
A mesa diretiva do evento foi composta pela reitora da UFG, Angelita Pereira de Lima; o vice-reitor da UFG, Jesiel Freitas Carvalho; a reitora nomeada para a próxima gestão, Sandramara Matias Chaves; as ex-reitoras Maria do Rosário Cassimiro e Milca Severino Pereira; o ex-reitor Orlando Afonso Valle do Amaral; e o coordenador do UFG Memórias Relatos, Pablo Fabião Lisboa.
Memória individual
O papel da memória pessoal individual para contar a história institucional foi um dos aspectos abordados durante o lançamento da terceira temporada do UFG Memória Relatos. Pablo Lisboa, que além de coordenar a série de entrevistas, é também professor de Museologia da Faculdade de Ciências Sociais e presidente da comissão para criação do Centro de Memória da Universidade Federal de Goiás, observou que relatos históricos individuais costumam ser muito criticados pela história tradicional, devido à possibilidade de criação imaginária de quem narra os fatos.
“Mas eu lhes pergunto, qual a fonte histórica que está livre de incertezas e oscilações”, questionou o docente, complementando ter consciência de que, “ao ligar a câmera em frente a todos vocês, embarcaria em uma viagem narrada que continha alto grau de subjetividade”.
De acordo com Pablo, os depoimentos concedidos à série, são uma versão individual e pessoal do que ocorreu, do vivido, do experienciado. “As pessoas processam suas memórias de maneiras distintas e a diversidade de versões sobre um mesmo fato só pode ser compreendida, na minha humilde opinião, como uma rica pluralidade, marca maior da Universidade”, defendeu o professor.
Os entrevistados da terceira temporada foram representados pela professora aposentada do Instituto de Patologia Tropical e Saúde Pública, Divina das Dôres de Paula, que discursou em nome dos demais. Ela começou agradecendo pela oportunidade de fazer parte do projeto e de reencontrar tantas pessoas. “A UFG, como em praticamente todos os relatos que nós vimos, é a nossa casa. Eu sempre digo, é a minha casa e acredito piamente que cada um de nós a considera como uma extensão da nossa vida, da nossa família, da nossa casa”, enfatizou.
Divina afirmou que na idade em que está é muito interessante lembrar de onde veio e de quem é. “Foi uma oportunidade de lembrar, inclusive da minha infância, e hoje eu estou escrevendo as minhas memórias”, contou. Ela disse ainda que essas vivências que permeiam as histórias pessoais e profissionais dos entrevistados são muito importantes e enriquecem a história. “Nós somos seres humanos que constituímos essa Instituição. Então, o ser humano é que foi ali revelado [na série de entrevistas]”.
Nuances da história
A importância de se destacar as pessoas que fazem o dia a dia da UFG ao longo de mais de seis décadas também foi corroborada pelo vice-reitor da UFG, Jesiel Freitas Carvalho. Segundo ele, há um outro aspecto a ser considerado, além da narrativa pessoal acerca da história da Instituição e da sua participação nessa história. “Essa narrativa pessoal, além dessa característica, traz consigo as nuances da história, o que não está nos documentos, nos ofícios, nos processos. Então, recuperar essa memória com esse nível de detalhe trazido pelos indivíduos é extremamente importante”, reforçou.
A reitora da UFG, Angelita Pereira de Lima, ressaltou que projetos como este são de grande relevância para a preservação da memória da UFG. “Esse é um trabalho que ao final resgata o engajamento de cada um com a nossa Instituição. Esse é o nosso orgulho e é o nosso presente. De outra parte, é a nossa obrigação. Por ser a nossa obrigação, que a preservação da memória da Universidade Federal de Goiás a partir dos relatos e das histórias, dos fragmentos, constituem um todo”.
Na opinião da reitora, a UFG está chegando a um ponto maduro de ter um museu da memória da UFG e que cabe agora investir estrategicamente nessa direção. “Temos todos os elementos para isso”, enfatizou.
O professor Pablo comentou que um dos maiores elogios que o projeto recebeu veio de uma das entrevistadas da temporada atual, a docente aposentada da Faculdade de Nutrição, Maria Raquel Hidalgo Campos, que disse “muito obrigada por me ouvir” no final do seu depoimento. Ao parabenizar a UFG pelos seus 65 anos, o coordenador do UFG Memória Relatos, celebrou os 100 entrevistados da série pelas suas trajetórias. “Vocês são o maior legado da nossa Instituição”, concluiu.
Clique aqui para assistir aos 57 episódios da 3ª temporada da série UFG Memória - Relatos (2025)
Clique aqui para assistir aos 24 episódios da 2ª temporada da série UFG Memória - Relatos (2024)
Clique aqui para assistir aos 19 episódios da 1ª temporada da série UFG Memória - Relatos (2023)
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Fonte: Secom UFG
