UFG inaugura laboratório de simulação robótica na Faculdade de Medicina
Equipamento oferece ambiente simulado onde aluno vai entender o que é operar com robô cirúrgico
Texto: Versanna Carvalho
Fotos: Júlia Barros
A Universidade Federal de Goiás (UFG) inaugurou o primeiro Laboratório de Simulação Robótica e Cirurgia Minimamente Invasiva de uma instituição de ensino superior (IES) de Goiás e possivelmente da Região Centro-Oeste. O espaço está instalado na Faculdade de Medicina (FM) da UFG na qual foi realizada a solenidade de abertura na terça-feira (11/11). O primeiro equipamento do laboratório é o simulador de cirurgia robótica Robotix Mentor, desenvolvido pela Surgical Science e distribuído no Brasil pela Endocompany. Atualmente, há 75 simuladores instalados em 12 estados em centros de treinamento e programas de cirurgia robótica do País. Clique aqui para ver o álbum de fotos do evento.
A proposta da plataforma é oferecer um ambiente simulado onde o estudante de Medicina e o professor, que atua também nos hospitais, possam entender o que é operar utilizando um robô cirúrgico. O lançamento é tido pela Direção da Faculdade de Medicina e da Reitoria da UFG como o primeiro passo rumo à criação Centro de Excelência em Formação em Cirurgia Robótica na UFG.
O sócio da Endocompany, Rodrigo Pinheiro, esteve em Goiânia para a inauguração do laboratório. Ele explicou que “na plataforma é possível encontrar habilidades básicas e habilidades avançadas, desde entendimento de como usar a câmera do robô, como usar os instrumentos robóticos, mas também etapas avançadas como sutura, como fazer uma dissecção cirúrgica e a própria cirurgia simulada”.
O Laboratório de Simulação Robótica e Cirurgia Minimamente Invasiva vai ser coordenado pela idealizadora do projeto e professora do Departamento de Cirurgia da FM UFG Fatima Mrue. Com quase 20 anos de atuação, Fátima fez anos cursos de formação em cirurgia minimamente invasiva em robótica. “Nos últimos 5 anos eu percebi o quanto os cursos de treinamento são restritos, o quanto é caro e o quanto os pacientes do SUS [Sistema Único de Saúde] estão há quase 20 anos vendo os pacientes que têm poder aquisitivo diferente se beneficiarem dessa tecnologia”, constatou.
Segundo o diretor da FM UFG, Waldemar Naves do Amaral, nos últimos anos foi feito um planejamento para promover mudanças na unidade acadêmica e passou a buscar recursos na Reitoria da UFG e em Brasília. “Uma dessas muitas mudanças foi a criação de um laboratório de inteligência artificial alinhado com o Centro de Excelência em Inteligência Artificial (Ceia) da UFG e agora o Laboratório de Simulação de Cirurgia Robótica”, comentou.
Respostas efetivas
Na avaliação da reitora da UFG, Angelita Pereira de Lima, “estamos dando passos importantes para que e a formação e o serviço nessa articulação entre a Faculdade de Medicina e o Hospital das Clínicas, tenham condições cada vez melhores e nós possamos dar respostas mais efetivas para a população e para a formação dos nossos estudantes”.
“Eu tenho a convicção de que a Faculdade de Medicina tem cumprido nos últimos anos, sob a direção do professor Waldemar, um papel extremamente importante em qualificar, a infraestrutura, as atividades, os laboratórios de graduação, o que tem, sem dúvida alguma, um impacto grande”, afirmou o vice-reitor da UFG, Jesiel Freitas Carvalho. Ele destacou que são as 40 mil pessoas que estão na UFG estudanto, trabalhando ou prestando serviços que realmente são o diferencial da Instituição que conta com 336 laboratórios de ensino de graduação e mais de 250 laboratórios de pesquisa especializados em aproximadamente 360 mil metros quadrados (m2) de área construída numa área total de cerca de 10 milhões de m².
A mesa diretiva da solenidade foi composta pelo vice-diretor da FM UFG, Marcelo Rabahi; o superintendente do Hospital das Clínicas da UFG, José Garcia; pela reitora da UFG, Angelita Pereira de Lima; pelo vice-reitor da UFG, Jesiel Freitas Carvalho; pelo diretor da FM UFG, Waldemar Naves do Amaral; e pela professora da FM UFG e coordenadora do novo Laboratório de Simulação Robótica e Cirurgia Minimamente Invasiva, Fátima Mrue.
Estudantes
Waldemar Amaral enfatizou que “a Medicina é uma profissão maravilhosa e essa faculdade é grandiosa. Nós temos 680 estudantes de graduação, 330 médicos residentes ativos, 550 alunos de pós-graduação em Ciências da Saúde e mais 50 em Ensino da Saúde. E a nossa missão como gestores é dar a eles o melhor possível. Foi por isso que nós durante esses quatro anos fizemos exatamente o melhor possível”.
A coordenadora do Laboratório de Simulação Robótica e Cirurgia Minimamente Invasiva, Fatima Mrue, afirma que os estudantes já têm participado de algumas formações na área de por meio de cursos de extensão, mas que geralmente são momentos rápidos. “Agora que nós temos o aparelho, nós primeiro vamos conhecer todas as suas funcionalidades e montar os exercícios didáticos de forma que tenham um aprendizado efetivo. Vai ser em breve, já estamos treinando desde que chegou o equipamento”.
Ao ser questionada sobre a partir de qual período os estudantes de Medicina poderão ter aulas no laboratório de simulação, Fátima explicou que a ideia é de que o aprendizado seja feito de forma contínua. “Para o aluno do primeiro ano, nós vamos dar para eles a habilidade necessária para o primeiro ano. Assim como com o do segundo, do terceiro, do sexto, cada um com o seu grau de complexidade devido àquele ano”.
Segundo Fátima, esse é um momento que marca muito marcante para ela como professora da Faculdade de Medicina da UFG, como cirurgiã e como egressa da Universidade. Ela entende que com o novo laboratório, “a Universidade está dando um passo importantíssimo para a inclusão de toda a tecnologia digital, tanto para o ensino para os nossos alunos de graduação, de pós-graduação, quanto para assistência dos pacientes que está também contemplada dentro do projeto. É um momento ímpar para nós e que atende a todas as prerrogativas, a toda a ideia de que é para os pacientes que não têm um poder aquisitivo e dependem do Sistema Único de Saúde, nós temos essa obrigação de fornecer [essa tecnologia]”, conclui.
Futuro da Medicina
Entre os discentes de Medicina presentes a inauguração do laboratório estava Hellen Brito, do 8º período. Ela contou ter ficado “surpresa com essa tecnologia aqui presente na nossa faculdade. Eu acho que foi um grande investimento para nossa formação. Até porque é o futuro da Medicina, não tem como [ser diferente]. Eu acho que a gente precisa ter esse treinamento da cirurgia robótica, pelo menos entender como funciona, porque já é uma realidade. E eu fico muito feliz assim. A expectativa é que todos os alunos possam utilizar e aprender o máximo aqui”.
Nathalia Ribeiro, também do 8º período, ficou sabendo da solenidade pelos grupos de alunos da faculdade no whatsapp. A estudante também ficou animada com a novidade. “Eu achei excelente. Até porque a tecnologia está avançando em todas as áreas. Então é muito importante para a nossa formação e para o nosso conhecimento ter um equipamento como esse e ter a possibilidade de usar algo assim”.
Ao final da solenidade, os visitantes foram conhecer o laboratório e tanto Hellen quanto Nathalia puderam manusear um pouco do simulador. Nathalia complementou dizendo considerar “extremamente importante para nossa formação, aprendizado e também para gente estar por dentro do que está acontecendo na Medicina, se atualizar e também vai ser excelente para nossa formação”, finaliza.
Source: Secom UFG
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