Hospital das Clínicas participa da segunda edição do “Dia E”
Na unidade da UFG foram realizadas 54 cirurgias eletivas e 1.760 exames e terapias
Texto: Salvio Farias
Fotos: Evelyn Parreira
“Ansiosa, mas muito feliz”. Assim se definiu a dona de casa aposentada Cleomar Gonçalves Pinheiro, 70 anos, na manhã de sábado (13/9), enquanto aguardava na recepção do Hospital das Clínicas da Universidade Federal de Goiás (UFG). Ela era uma das 54 pessoas que seriam submetidas a uma cirurgia ortopédica naquele dia. Uma manhã com movimentação maior que normal no HC, pois se tratava da segunda edição do Dia E, mutirão de atendimento de saúde organizado pela Empresa Brasileira de Serviços Hospitalares (Ebserh), com apoio do Ministério da Saúde e Ministério da Educação. Clique aqui para ver as fotos da abertura do evento.
Para a segunda edição do Dia E, a Ebserh conseguiu mobilizar 45 hospitais em todo Brasil, com números impressionantes: a realização de mais de 29 mil procedimentos médicos – destes, 1,9 mil cirurgias eletivas. Em Goiás, o HC-UFG dobrou o número de cirurgias realizadas na primeira edição, que ocorreu em 5 de julho. Foram 54 ante 26 realizadas na edição anterior. Desta vez foram realizados 1.760 exames e terapias, além de 235 consultas com médicos especialistas. Ao todo, só no HC-UFG foram realizados 2.049 procedimentos num único sábado.
Além de servidores e funcionários do HC, pacientes e imprensa, lideranças políticas estiveram no local para prestigiar o evento. A reitora da UFG, Angelita Pereira de Lima, agradeceu aos mais de 400 profissionais do HC-UFG que estavam trabalhando no mutirão. Ela ressaltou a importância do evento, destacando que “a UFG e o HC estão prontos para atender ao chamado do presidente da República para transformar a realidade da saúde no Brasil, diminuindo as desigualdades e superando as filas no SUS [Sistema Único de Saúde]”.
O superintendente do HC-UFG, José Garcia Neto, também agradeceu às equipes que estavam trabalhando desde cedo e iriam até as 20 horas daquele dia, a fim de atingir a meta estipulada. Ele lembrou que mais importante que números, o objetivo “é diminuir as perdas, diminuir o sofrimento das pessoas que estão aguardando há anos um tratamento adequado”, e destacou a realização de procedimentos que são de difícil acesso à população se não for por meio do SUS, como as tomografias, cirurgias endovasculares e exames de ressonância magnética.
Olavo Noleto discursou representando a Presidência da República. Natural de Goiânia e egresso da UFG, mas atuando em Brasília há muitos anos, ele é o secretário-executivo do Conselho de Desenvolvimento Econômico, Social e Sustentável da Presidência da República (CDESS/SRI). Noleto destacou que as universidades trabalham para formar profissionais que atendam às demandas reais do Brasil.
O secretário federal também enfatizou a importância do SUS e o defendeu. “Nós temos o maior sistema de saúde universal do mundo. Quem fala mal do SUS, nunca precisou ser atendido no Sistema”, disse ele. Sobre as políticas para a saúde do governo federal, Noleto ressaltou o programa Agora tem Especialistas, que busca cumprir metas na Saúde, como realizar 720 mil cirurgias anuais por meio de 150 de carretas especializadas que vão até as comunidades, garantir a formação de 4 mil novos especialistas e ampliar o atendimento na rede de hospitais federais.
Também participaram da mobilização a deputada estadual Flávia Morais; o vereador de Goiânia e ex-reitor da UFG, Edward Madureira Brasil; o diretor de Programas do Ministério da Saúde, Nilton Pereira Júnior; o diretor de Tecnologia da Informação da Ebserh, Giliate Cardoso Coelho Neto; e o superintendente estadual de Saúde em Goiás, do Ministério da Saúde, Lucas Vasconcellos.
Ação nacional
Para marcar a importância da ação, a Ebserh organizou um evento simultâneo em cinco capitais, uma de cada região do País. Além de Goiânia, estavam interconectadas Belém (PA), São Luís (MA), Belo Horizonte (MG) e Curitiba (PR). Em todas essas capitais foi instalado um sistema de telões com transmissão simultânea com a sede em Brasília.
De lá, o ministro da Saúde, Alexandre Padilha, fez as vezes de mestre de cerimônias e apresentador, chamando representantes de cada praça para contarem suas expectativas e números locais em relação ao mutirão e fazerem uma interlocução com as outras capitais.
Em Goiânia, o secretário-executivo Olavo Noleto e a reitora Angelita Pereira de Lima foram os representantes e falaram em nome de todos os presentes. De Brasília, um time de peso acompanhou os relatos com atenção: o presidente da República, Luiz Inácio Lula da Silva, o vice-presidente, Geraldo Alckmin, o ministro da Educação, Camilo Santana, a primeira-dama da República, Janja Lula da Silva, o presidente da Ebserh, Arthur Chioro, além do já citado ministro da Saúde, que lembrou que esse foi o maior mutirão da saúde já realizado nacionalmente.
O presidente Luís Inácio Lula da Silva disse que em se tratando de saúde, não há posicionamento político e que é preciso ter políticas públicas para cuidar da saúde do povo. Ele citou o Programa Mais Médicos, que no final do governo de Dilma Rousseff contava com 18 mil profissionais e quando ele reassumiu o governo, em 2022, estava com 12 mil – ou seja, 6 mil profissionais a menos. “Não preciso dizer que houve piora na saúde brasileira naquele período. Agora temos 30 mil médicos no programa. Mais que dobramos o número de 2022 em pouco mais de dois anos e meio”, comemorou. “Sabemos que ainda não é o suficiente – a gente quer tratar da vida, não da morte”.
O presidente também falou do programa Agora tem Especialistas. “Nísia [Trindade, ex-ministra da Saúde] trabalhou muito para criar esse programa e só agora nós conseguimos colocá-lo em ação”. O presidente lembrou que nem sempre quem tem uma doença pode esperar. “Descobri o meu câncer na garganta por acaso. Se tivesse demorado a descobrir, não teria mais cordas vocais e não estaria aqui falando com vocês. Digo isso porque as coisas, às vezes, levam muito tempo, tem sempre um debate muito grande dentro do governo, porque custa dinheiro. Nada é fácil, mas a gente tem que fazer”.
Arthur Chioro, presidente da Ebserh, disse que a realização do que chamou de “pauta prioritária para o povo brasileiro” é um compromisso da ciência brasileira, da universidade pública e dos ministérios da Saúde e da Educação. “Para o Dia E, nós planejamos 29 mil atendimentos e estamos tendo resposta de nossas equipes para transformar essa meta em realidade”. Chioro disse ainda que está previsto outro Dia E ainda este ano, em dezembro, mas que o governo trabalha para aumentar em 40% o atendimento das unidades administradas pela Ebserh.
Quelle: Secom UFG
