UFG reconhece legado de pioneiras da Nutrição em Goiás
Dulce Cunha e Iara Barreto são homenageadas com o título de professoras eméritas
Texto: Luiz Felipe Fernandes
Fotos: Carlos Siqueira
No ano em que celebra meio século de existência, a Faculdade de Nutrição (Fanut) da Universidade Federal de Goiás (UFG) prestou uma homenagem histórica a duas de suas fundadoras. As professoras Dulce Terezinha Oliveira Cunha e Iara Barreto receberam, na última segunda-feira (1/9), o título de professoras eméritas. A sessão de outorga do título, presidida pela reitora da UFG, Angelita Pereira de Lima, foi realizada no auditório da unidade acadêmica, no Câmpus Colemar Natal e Silva. O evento reuniu autoridades, colegas, estudantes e familiares, em um momento marcado por emoção e reconhecimento.
Dulce Cunha veio do Rio de Janeiro para Goiânia e atuou como docente, gestora e pesquisadora, com forte contribuição nas áreas de alimentação coletiva, políticas públicas e segurança alimentar. Coordenou o primeiro curso de especialização em Alimentação Institucional da UFG e liderou importantes projetos em saúde do trabalhador e nutrição social. Foi também diretora da Fanut e representante da UFG em conselhos nacionais e internacionais.
“As fundadoras do curso formamos uma família: abordamos o currículo, ministramos disciplinas e formamos a primeira turma. Dividimos alegrias e tristezas, e tudo isso volta com força neste momento de festa de 50 anos do curso, hoje reconhecido nacionalmente pela sua excelência”, recordou a professora.
Também do Rio de Janeiro, Iara Barreto teve papel decisivo na consolidação dos cursos de Nutrição e Enfermagem, dirigiu a então Faculdade de Enfermagem e Nutrição em duas gestões e foi pró-reitora de Assuntos da Comunidade Universitária e de Graduação. Ao longo da carreira, destacou-se pela liderança em projetos coletivos e transformadores.
Para Iara, o título reflete uma trajetória construída coletivamente. “Não poderia haver maior demonstração de reconhecimento. Essa distinção não é apenas pessoal, mas coletiva, fruto da confiança e da generosidade de muitos que compartilharam comigo este percurso”.
As duas professoras tiveram papel decisivo na defesa da alimentação como direito e na consolidação da UFG como referência em ensino, pesquisa e extensão em Nutrição. “Introduzi a pesquisa no estágio, para provar que uma cozinha institucional é um grande laboratório onde se faz ciência”, ressaltou a professora Dulce.
Com mais de quatro décadas de dedicação, as homenageadas deixam como legado não apenas contribuições acadêmicas, mas também a defesa da cidadania, da saúde pública e da valorização da docência. “Na Fanut aprendi que formar nutricionistas é formar profissionais que cuidam da vida, da saúde e da dignidade humana. Não há universidade completa se o conhecimento não se traduz em transformação social”, completou a professora Iara.
Homenagens emocionadas
Na cerimônia, as mais novas professoras eméritas da UFG receberam as homenagens das companheiras docentes. A professora Maria de Fátima Gil destacou o papel de Dulce Cunha na expansão do curso e em projetos de impacto social. “Coragem, compromisso social e ousadia marcaram todas as funções desempenhadas. Sua contribuição foi fundamental na conquista de campos de estágio e na inclusão da alimentação como direito na nossa Constituição”.
A professora Stela Maris de Mello Padoin ressaltou a relevância de Iara Barreto na consolidação da Nutrição como área acadêmica. “O curso de graduação em Nutrição da UFG, ao indicar o nome da professora Iara como emérita, rende justa homenagem a quem contribuiu para a construção do conceito de curso no país e no exterior, possibilitando sólida base para a formação de nutricionistas”.
A diretora da Fanut, Ana Tereza Vaz de Souza Freitas, reforçou que as homenageadas ajudaram a erguer os alicerces da unidade. “Iara e Dulce não apenas participaram da fundação do curso de Nutrição da UFG, elas edificaram seus pilares. Hoje colhemos os frutos do que vocês idealizaram com esforço, amor e excelência”.
Reconhecimento institucional
Para a reitora da UFG, Angelita Pereira de Lima, a outorga do título simboliza a continuidade de gerações. “Eu enxergo nesta cerimônia um encontro de gerações, inspiradas na trajetória das nossas duas homenageadas. É a geração que ousou, que não teve medo, que começou do zero e não desistiu”.
É com essa determinação que, segundo a reitora, a Fanut chega aos seus 50 anos de existência. “Se uma instituição não tiver quem a assuma com coragem, confiança e ousadia, ela nunca começará algo relevante”. Para Angelita, o título de professoras eméritas é, antes de tudo, um compromisso com a memória da UFG.
Angelita destacou ainda a importância do legado acadêmico e social das professoras. “É nossa obrigação mirar em pessoas que fazem da sua trajetória acadêmica um exemplo, um lugar de depositar toda ética, confiança e energia para que a instituição seja cada vez mais forte”.
Fonte: Secom UFG
