
Iniciativa Dahöimanadzé promove cuidado para comunidade indígena
Terceira edição do projeto contou com diversas atividades, como avaliações de saúde e fisioterapia

Texto: Eduardo Bandeira
Fotos: Júlia Barros
Foi realizada, no dia 3 de julho, a abertura da terceira edição da iniciativa Dahöimanadzé, Saúde Indígena, no Núcleo Takinahakỹ de Formação Superior Indígena (NTFSI), no Câmpus Samambaia da Universidade Federal de Goiás (UFG). O momento reuniu estudantes indígenas e representantes de diversos setores da comunidade acadêmica, marcando o início de uma programação voltada à promoção da saúde e do cuidado com estudantes indígenas e suas famílias.
Realizada entre os dias 3 e 5 de julho, a iniciativa oferece atendimentos em saúde e atividades como avaliações fisioterapêuticas, entrega de óculos de grau, atendimentos oftalmológico, odontológico e laboratorial, vacinação, avaliação pediátrica, entre outros serviços. Clique aqui para ver o álbum de fotos do evento.

O Programa Saúde Indígena e as ações relacionadas são promovidos pela Comissão de Saúde da Universidade Federal de Goiás (UFG), em parceria com o Núcleo Takinahakỹ. A coordenação do projeto está sob responsabilidade da Comissão de Saúde, presidida pela pró-reitora-adjunta de Graduação Heliny Carneiro Cunha Neves, enquanto o professor Carlos coordena as atividades pelo Núcleo Takinahakỹ.
Nesta edição, o projeto também contou com rodas de conversa sobre alimentação saudável, avaliação nutricional e o acompanhamento das condições de saúde dos estudantes indígenas. A programação recebeu a participação de novas unidades, como a Faculdade de Nutrição (Fanut), o Instituto de Patologia Tropical e Saúde Pública (Iptsp) e a rede de laboratórios da UFG, além da continuidade da parceria com o Centro de Referência em Oftalmologia (Cerof). Todas as atividades foram concentradas no Núcleo Takinahakỹ e organizadas de forma coletiva, com envolvimento de docentes, secretarias, unidades acadêmicas e pró-reitorias, respeitando a linguagem e a cultura dos estudantes atendidos.

A pró-reitora adjunta de Graduação, Heliny Carneiro, explicou que o projeto surgiu diante da grande vulnerabilidade da população indígena e das necessidades de saúde evidenciadas. Segundo ela, um dos pilares fundamentais para a realização da ação foi o trabalho conjunto entre a Pró-Reitoria de Graduação (Prograd) e o Hospital das Clínicas (HC).
Para Heliny Carneiro, o Dahöimanadzé representa uma ação inovadora no contexto das universidades federais, tanto pela forma de organização quanto pela capacidade de articulação institucional. A empreitada busca enfrentar os desafios de acesso à saúde por estudantes indígenas, muitos deles vindos de territórios fora do Estado de Goiás e sem vínculo prévio com a rede local de atenção. O cuidado promovido pelo projeto contribui diretamente para a permanência e o sucesso acadêmico desses estudantes, além de ter impacto na qualidade de vida e, em casos extremos, na preservação da vida.

A mesa diretiva da cerimônia foi composta pelo vice-reitor da UFG, Jesiel Freitas Carvalho; pelo coordenador das atividades pelo Núcleo Takinahakỹ, Carlos Abs Bianchi; e pela representante da Comissão de Saúde da UFG, Marta Maria Alves da Silva.
Na ocasião, o coordenador das atividades pelo Núcleo Takinahakỹ Carlos Abs Bianchi, salientou como a UFG se destaca como pioneira em ações voltadas à saúde e incluir a parcela de estudantes indígenas representa um papel importante nesta atenção, em especial pela universidade possuir diversos cursos na área da saúde.

Marta Maria Alves da Silva destacou a importância da saúde indígena em sua trajetória pessoal e parabenizou a UFG por seu pioneirismo na inclusão dessa pauta. Ela ressaltou que o esforço coletivo da comunidade acadêmica permitiu reunir dados sobre a situação de saúde dos povos indígenas, com o objetivo de oferecer suporte e garantir a continuidade do projeto, visando consolidá-lo como uma ação permanente.
Em um momento emocionante, a estudante indígena Maisa Cunho Canela, representante dos discentes, relatou que sonhava em enxergar melhor, mas, como sua mãe trabalha na roça, não sabia se conseguiria ter acesso a óculos. Ela agradeceu pelos atendimentos realizados e celebrou o fato de muitos estudantes terem recebido óculos de grau, manifestando o desejo de que ações como essa tenham continuidade.

Júlio César Carijoc, estudante do curso de Ciências da Natureza da UFG, participou pela primeira vez de uma ação voltada à saúde indígena. Ele destacou a importância da iniciativa para os povos originários, demonstrou satisfação pelo atendimento recebido, especialmente na área oftalmológica, e elogiou o trabalho da equipe envolvida. Júlio afirmou que dará continuidade ao tratamento e reforçou a relevância de ações como essa para sua comunidade.

Tamaran Kamayurá, estudante da turma de 2024 da Universidade Federal de Goiás, destacou a importância da troca de ideias entre as diferentes etnias presentes na Universidade e defendeu o fortalecimento da cultura e das línguas indígenas. Ele valorizou a busca por conhecimento por meio da pesquisa acadêmica e celebrou a oportunidade de participar novamente do evento, ressaltando o papel do diálogo na construção coletiva. Tamaran também demonstrou otimismo em relação às próximas edições, esperando avanços e melhorias.
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Fonte: Secom UFG