
Olimpíada de Física aproxima escolas e universidade
Premiação homenageia estudantes e professores que se destacaram na área
Por Jayme Leno
Fotos: Júlia Barros e Evelyn Parreira
Na última quinta-feira (29/05), a Universidade Federal de Goiás (UFG) sediou a cerimônia de premiação da Olimpíada Brasileira de Física (OBF) e da Olimpíada Brasileira de Física das Escolas Públicas (OBFEP), evento que reuniu estudantes, professores e coordenadores em uma celebração à educação e ao esforço na popularização da ciência. A iniciativa faz parte do programa de incentivo às Olimpíadas Científicas, realizadas pela Pró-Reitoria de Extensão e Cultura (Proec/UFG). Confira o álbum de fotos.
De acordo com Renato Cândido da Silva, coordenador de Popularização da Ciência da Proec, a Olimpíada representa mais do que uma competição: “é uma ação de popularização da ciência, que aproxima a sociedade das ações da universidade”. Ele também ressaltou que a realização do evento na UFG favorece esse diálogo. Segundo ele, a cerimônia integra um calendário amplo de olimpíadas científicas apoiadas pela instituição. “Já realizamos diversas cerimônias neste ano, incluindo as de Química, a Olimpíada Nacional de Ciências e, agora, a de Física”, informou.
Ele lembrou ainda que a universidade cumpre um papel institucional ao fomentar iniciativas como essa, em consonância com políticas nacionais. “Existe um decreto, o 11.754, que orienta a popularização da ciência no Brasil. Uma das diretrizes é justamente incentivar as Olimpíadas Científicas vinculadas ao Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovação (MCTI)”, explicou.
O coordenador da OBF, OBFEP e docente do Instituto de Física (IF/UFG), Giovanni Piacente, reforçou a dimensão simbólica e política das premiações científicas. Ele comenta as dificuldades que enfrentam no dia a dia para manter a produção de estudos e pesquisas na área, e ressalta a importância do evento não apenas como reconhecimento individual, mas também como um posicionamento institucional em defesa da valorização do conhecimento científico no país. “Uma medalha é um ato político. Premiar com uma medalha é valorizar a ciência. E nós devemos defender a ciência”, afirmou.
Premiação
Maria Eduarda, de 15 anos, foi uma das premiadas que levou medalha de ouro na competição. Estudante do primeiro ano do ensino médio, ela compartilhou a motivação que a levou a se destacar na área: “Foi mais pela propaganda que a escola fez sobre a Olimpíada, que antes eu nem conhecia, por estudar no interior, e também pela paixão por alguns assuntos da Física”, relatou.
A medalhista também destacou as dificuldades enfrentadas durante a preparação: “Tive momentos em que fiquei bem abalada pela dificuldade da prova, achei que talvez não conseguiria, mas continuei tentando”. Para ela, receber a medalha é uma recompensa pelo esforço: “Sinto que meus estudos foram presenteados, foram gratificados, e estou feliz”, comemorou a jovem, que já vislumbra seguir carreira em alguma área das exatas.
O professor Hélcio Júnio, do Colégio Olimpo, acompanhou de perto a trajetória de Maria e ressaltou o impacto da premiação no ambiente escolar: “As Olimpíadas de Física trazem a prática do que a gente trabalha na teoria. Elas enaltecem a força do ensino na escola e o sonho do estudante”, afirmou. Para ele, esse tipo de competição aproxima não apenas professores e alunos, mas também diferentes áreas do conhecimento, como Matemática, Química e Biologia. “É um sentimento de gratidão e de missão cumprida ver a Maria sendo premiada”, completou.
Giovanni Piacente fez um panorama da trajetória da Olimpíada, especialmente no contexto pós-pandemia. Ele lembrou que a OBFEP, uma das mais tradicionais olimpíadas científicas do país, sofreu um forte impacto com a crise sanitária. “Em 2020 não foi realizada, e no ano seguinte só duas escolas se inscreveram. Agora estamos tentando retomar o nível de participação anterior, mas está sendo absolutamente complicado e difícil”, relatou. Outra mudança significativa para a competição, segundo o coordenador, foi a cobrança de taxa de inscrição, sendo que ela era gratuita anteriormente, o que afastou muitas escolas públicas.
Apesar dos desafios, o docente enfatizou a importância da realização da cerimônia: “É um momento importantíssimo para reconhecer e premiar os talentos que se destacaram nas olimpíadas, mas também é um incentivo fortíssimo, pois reconhece o trabalho dos professores”, pontuou. Segundo ele, a UFG desempenha um papel central na organização do evento, cuja coordenação estadual sempre esteve ligada ao Instituto de Física da universidade.
Fonte: Secom/UFG