
Ouvir o passado para fazer ainda mais no futuro
Reitoria recebe antigos gestores da UFG para discutir o Plano Diretor (2025-2035)
Texto: Caroline Pires
Fotos: Carlos Siqueira
Em um encontro histórico, a Reitoria da UFG recebeu ontem, 7/4, reitores e vice-reitores que já passaram pela gestão da instituição para uma audiência com o objetivo de apresentar o Plano Diretor da Universidade, para os anos de 2025 a 2035. O momento representa uma escuta de Reitoria para garantir que o documento reflita não só as necessidades para o futuro, mas também responda se a UFG tem atendido as demandas e expectativas que foram projetadas no passado. O primeiro plano diretor da UFG foi criado em 1984, no mandato da então reitora Maria do Rosário Cassimiro, que estava presente no encontro. Confira o álbum de fotos.
A reitora da UFG, Angelita Pereira de Lima, iniciou sua fala reafirmando a satisfação de receber cada um dos presentes, segundo ela, é fundamental ouvir todos com o objetivo de entender se o que tem sido feito hoje, pela gestão atual, atende e respeita os marcos já deixados. “Estamos ouvindo aqueles que foram reitores ao longo de 40 anos e estiveram a frente da Universidade. Queremos o auxílio dos que já foram da gestão para ajudar a projetar o futuro”, ressaltou. A reitora reforçou que é fundamental pensar diretrizes a longo prazo e que ter a participação dos que estão e dos que já passaram pela Universidade é essencial. Segundo o vice-reitor da UFG, Jesiel Freitas Carvalho, a grande questão do encontro foi “o que vocês recomendam para o futuro da Universidade? Queremos ouvir cada um de vocês”, afirmou.
Em seguida, Lívia Moreira, arquiteta que coordena a elaboração do Plano Diretor (2025 - 2035) passou a apresentar o mapeamento realizado nos espaços da UFG. “O levantamento foi tão preciso que pudemos construir cerca de 90 mapas. E hoje podemos refletir a melhor maneira de atender as quase 40 mil pessoas que circulam pela UFG”, afirmou. De acordo com a arquiteta, o desafio é enorme, considerando que a Universidade conta com 7 milhões m2. Durante esse primeiro Volume do trabalho de elaboração do texto, foi possível fazer, por exemplo, uma leitura esmiuçada sobre a necessidade de vagas de estacionamento. “O mapa de densidade construída, por exemplo, auxilia a pensar os espaços e questões como a acessibilidade, arborização e construção de passeios públicos”, explicou. Ela explicou que, dando início ao processo de consulta pública este é um momento importante para escutar os aqueles que já passaram pela gestão da UFG.
Após a abertura da fala, os antigos reitores passaram a dar sugestões e recomendações para que sejam incluídos no Plano Diretor. Maria do Rosário Cassimiro, reitora entre 1982 e 1985, destacou a importância que o meio ambiente seja priorizado, especialmente no que se refere ao reflorestamento. Paulo Ximenes, vice-reitor entre 1998 e 2001, lembrou que a expansão do Campus Colemar Natal e Silva era uma preocupação durante a sua gestão. Já Benedito Ferreira Marques, vice-reitor entre 2006 a 2010, lembrou que quando chegou a UFG, em 1980, realizou atividades nos chamados campus avançados, que existiram na cidade de Rialma e Gurupi, no atual Tocantins, e que os campi fora de sede devem continuar a ser atendidos e priorizados em suas especificidades. Lázaro Xavier, vice-reitor de 2002 a 2005, sugeriu que seja avaliado no documento o crescimento vertical, e não só horizontal, especialmente do Campus Samambaia, “é preciso pensar a integração entre a área mais povoada do campus com a Escola de Veterinária e Zootecnia e Escola de Agronomia. O que não pode ser feito pela rodovia, para garantir a segurança de todos”, sugeriu.
Edward Madureira Brasil, reitor por três mandatos na UFG, 2006 - 2010, 2010 - 2014, 2018 -2022, sugeriu que no Plano Diretor sejam previstas áreas que, no futuro se for o caso, sejam delimitados como espaços para receber cursos que já estão em funcionamento. “A Universidade precisa cada vez mais integrar a comunidade, no campus Samambaia ainda temos barreira com relação a isso. Criar espaços culturais, ciclovia e pista de caminhada seria importante”, defendeu. O reitor lembrou ainda que na construção do Centro de Eventos Prof. Ricardo Freua Bufaiçal foi discutida a possibilidade de construção de salas de apoio e um auditório de maior capacidade de público, com pelo menos 600 pessoas, oferecendo um auditório de tamanho intermediários aos que já existem. Orlando Afonso Valle do Amaral, reitor em 2016 e 2018, sugeriu a construção de um pórtico na entrada do campus Samambaia que reflita a grandiosidade da Universidade. Ele lembrou ainda que na sua gestão foi construído o Centro de Esportes (Cecas) e que é necessário pensar nossas obras no sentido de completar atividades esportivas.
Sandramara Matias Chaves, vice reitora entre 2018 e 2022, compartilhou o exemplo da Universidade Federal de Lavras, que fica movimentada nos final de semana com famílias que vão para o campus nos finais de semana. “Guardadas as devidas proporções, acredito que pensar pontos de convivência no campus é muito importante, não só para os estudantes que passam grande parte da semana nesses espaços, mas também da comunidade próxima”, destacou. Ela sugeriu ainda que seja dada uma atenção ao reflorestamento e a arborização das áreas próximas onde serão feitas novas construções. “Precisamente pensar a UFG para daqui a 50 anos”, defendeu. Parabenizando o trabalho realizado, Eriberto Bevilacqua Marin, vice reitor entre 2010 e 2014, lembrou da importância da integração com os bairros no entorno do campus, “depois da pandemia parece que algo mudou na integração acadêmica e acredito que é muito importante resgatar a convivência e proximidade entre as pessoas. Essa sabedoria compartilhada desse momento é fundamental”, frisou.
Anderson Ferreira (FAV) também apresentou os principais pontos do primeiro volume do Plano Diretor da UFG
Após a apresentação inicial, reitores e vice-reitores puderam compartilhar suas impressões e deram sugestões para o documento
Reitora da UFG defendeu que é preciso respeitar as vivências anteriores de gestão e ouvir as expectativas para o futuro da UFG
Fonte: Secom