
O futuro da pós-graduação é discutido em Colóquio
Avaliação, integração com a Graduação e a Indústria foram alguns dos desafios apontados
Texto: Caroline Pires
Fotos: Evelyn Parreira
Dando continuidade as atividades do 6º Colóquio da Pós-graduação, promovido pela Pró-reitoria de Pós-graduação (PRPG), entre 25 e 26 de novembro. As atividades da tarde se seguiram com a fala do diretor de Avaliação da Fundação Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (Capes), Antônio Gomes de Souza Filho, que realizou palestra sobre os Desafios da Pós-graduação no Brasil. O evento reuniu coordenadores e docentes dos 67 programas de Pós-graduação da UFG, que contam hoje com cerca de 5.000 estudantes.
Frisando que sua fala a necessidade coletiva de se pensar o futuro do Brasil, Antônio Gomes lembrou que em 1973 o país tinha apenas 167 programas de pós-graduação, e hoje, apesar dos vazios geográficos, conta com 4.656. “Apesar das distorções históricas, vivemos hoje uma evolução com qualidade, independente do indicador, há claramente uma grande qualidade na pós-graduação brasileira, inclusive com destaque para o Nordeste do país”, afirmou. O diretor defendeu a importância de flexibilizar os parâmetros de entrada de novos programas e apontou que a taxa de aprovação de programas das chamadas regiões assimétricas era bem maior anos atrás do que é atualmente. “Nesse processo de abertura, é preciso fazer atualizações e revisões, também com um olhar atento para os egressos e, nesse caminho, a avaliação é uma parte fundamental”, defendeu. Nesse sentido, ele afirmou que o perfil de atuação dos mestres e doutores mudou pouco ao longo dos últimos 10 anos, com a atuação seguindo predominante na área da educação, “contudo, olhando pelo lado da indústria, há uma baixa atuação desses pesquisadores e, talvez, isso seja consequência de uma base tecnológica que oferte poucos locais de trabalho para esses profissionais. É preciso trabalhar para que a presença deles também esteja no campo da produção do país. Temos um longo caminho”. Antônio Gomes destacou que o processo de desindustrialização brasileiro tem acontecido desde o final dos anos 90, e que demanda uma resolução que vai muito além da oferta de pós-graduação.
Desafios e reflexões
Razões para discutir a Pós-graduação na UFG
Esta é a sexta edição do colóquio que tem por objetivo pensar a avaliação e o planejamento estratégico da área na UFG e é uma ação imprescindível e já consolidada culturalmente na Universidade. “A maturidade do processo avaliativo e formativo na pós-graduação, do qual este evento é fruto, acontece muito por conta das discussões, que acontecem neste colóquio desde 2019 como uma ferramenta para o acompanhamento e aprimoramento de avaliações e planejamentos", destacou o pró-reitor de Pós-graduação da UFG, Felipe Terra Martins.
Segundo ele, este ano, que coincide com o encerramento do quadriênio de avaliação, tem o caráter adicional de preparação do relatório descritivo final para a Capes, que irá trazer um apanhado que irá retratar a Pós-graduação da UFG, com todos os demais indicadores envolvidos, como a produção intelectual, capacidade do corpo docente e o perfil do egresso. "As discussões que estamos desenvolvendo permitem que cada programa de pós-graduação perceba e direcione o seu trabalho baseado na sua vocação e pensando de maneira interdisciplinar", frisou.
Comissão de Acompanhamento dos Programas de Pós-graduação Stricto Sensu
Finalizando os trabalhos da tarde, os coordenadores presente puderam participar de um momento de interação com os integrantes da Comissão de Acompanhamento dos Programas de Pós-graduação Stricto Sensu, composta por representantes de todas as áreas do conhecimento. na ocasião eles puderam compartilhar quais são os principais problemas e desafios enfrentados. As falas salientaram detalhes que, por vezes, passam desapercebidos no dia-a-dia dos processos avaliativos, bem como na proposta de abertura de novos programas de pós-graduação. Entre os tópicos citados estão a necessidade de melhoria na redação dos textos, preenchimento correto de relatórios e desequilíbrios entre as produções do corpo docente.
Source: Secom/UFG