Ministra defende ciência e tecnologia no combate à pobreza e à desigualdade
Luciana Santos, ministra da Ciência, Tecnologia e Inovação, esteve no I Encontro Funape
Texto: Ana Paula Vieira
Fotos: Carlos Siqueira
A ministra da Ciência, Tecnologia e Inovação, Luciana Santos, esteve presente na abertura do I Encontro Funape nesta quinta-feira (29/8), no Centro de Cultura e Eventos Prof. Ricardo Freua Bufáiçal da UFG e proferiu a conferência “Ciência, Tecnologia e Inovação: Conquistas, Desafios e Perspectivas”. A gestora destacou que o Brasil ocupa a 13ª posição mundial na produção científica, segundo ela majoritariamente realizada nas universidades e institutos públicos, e defendeu que a ciência, tecnologia e inovação devem ser utilizadas no combate à desigualdade, nos desafios da empregabilidade e na proteção da democracia. Confira a galeria de fotos.
Segundo a ministra, o Brasil não vai ficar para trás na disputa pelo domínio tecnológico: “Temos grande capacidade de produção científica e tecnológica, mas ela precisa se traduzir em produtos e serviços. A colaboração entre governo, academia e indústria é imprescindível para o desenvolvimento, geração de emprego e possibilidade de o Brasil se inserir nas cadeias mais dinâmicas da economia global”.
Para ela, o domínio do conhecimento é estratégico e as universidades, pesquisas e tecnologias devem sempre assumir papel central: “Ciência e tecnologia precisam estar à disposição do combate da desigualdade e da pobreza. Isso só é possível com educação e formação profissional de excelência, que atrai pesquisadores ao invés de perdê-los. Precisamos garantir que essa infraestrutura de pesquisa no Brasil seja cada vez mais sofisticada para reter e atrair talentos do mundo inteiro”.
Luciana Santos usou o exemplo das ações de combate à pandemia de covid-19 no Brasil para defender que o País não pode se colocar em posição de dependência. A ministra citou a expertise da Fiocruz e do Butantã na produção de vacinas, mas que ainda dependiam da importação do ingrediente farmacêutico ativo (IFA). “Esse é um exemplo cabal do quanto é nefasta a dependência. Ciência é fundamental para a solução dos desafios brasileiros”, resumiu.
Em conferência na UFG, ministra defendeu ciência e tecnologia no combate à desigualdade e à pobreza
Iniciativas
Entre as iniciativas do Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovação (MCTI), Luciana Santos lembrou a recuperação de R$ 10 milhões do Fundo Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (FNDCT) em 2023. Ela explicou que o Ministério articulou a redução do juro praticado na parcela reembolsável do Fundo e também enfatizou o aumento das bolsas de mestrado e doutorado.
Ainda sobre as ações do Ministério, Luciana destacou que 40% dos recursos do Pró-Infra foram para as regiões Norte, Nordeste e Centro-Oeste. “Ainda estamos devendo, mas vamos cumprir o edital de submissão específica para essa região, de R$ 300 milhões”, prometeu a ministra. “A gente quer estabelecer fluxo contínuo, com fontes estáveis, para não perder o ritmo. A gente está cumprindo o papel de enfrentar a assimetria regional que é gritante no nosso país”, disse a gestora.
A ministra também falou sobre a geração de emprego e renda, o combate às desigualdades e a qualificação dos trabalhadores brasileiros em diversos momentos da palestra. “O MCTI está totalmente integrado à nova política industrial, que tem como conceito uma nova indústria em novas bases tecnológicas e sustentáveis. Isso também significará empresas mais produtivas, economia mais competitiva e qualificação dos trabalhadores”, afirmou Luciana.
Reitora da UFG foi uma das autoridades presentes na abertura do I Encontro Funape
Inteligência Artificial
Durante sua conferência, a ministra ressaltou o desenvolvimento da inteligência artificial e algumas das implicações geradas a partir dela. “A política da inteligência artificial brasileira é a bola da vez”, disse. Luciana explicou que o governo lançou o Plano Brasileiro de Inteligência Artificial (PBIA) e vai investir R$ 23 bilhões na área nos próximos cinco anos. “Chegamos de maneira ousada, robusta e, ao mesmo tempo, factível”, frisou.
Ela ainda lembrou que a UFG é a primeira instituição do país a oferecer o bacharelado em Inteligência Artificial e parabenizou a universidade por isso. De acordo com Luciana, a discussão sobre esse assunto também deve incluir a formação e preparação de pessoas para as novas cadeias produtivas, novos serviços e trabalhos.
Outro ponto relativo à inteligência artificial, sobre o qual a ministra chamou a atenção, é a preocupação com a desinformação: “Vivemos a era do ódio, da intolerância e da manipulação das ideias. Nós precisamos proteger a democracia. Para isso, tem que ter regulamentação do país e governança, e nós estamos lutando para que isso ocorra”.
A ministra também abordou a questão da infraestrutura para a inteligência artificial: “Vamos transformar o nosso supercomputador Santos Dumont em um dos cinco mais potentes do planeta”. Segundo Luciana, também são necessários os recursos de uma nuvem soberana para armazenamento de dados, para que não se dependa das big techs.
Evento reuniu reitores de instituições de ensino superior de Goiás e autoridades das áreas de
educação, ciência, tecnologia e inovação
I Encontro Funape
A conferência da ministra foi a primeira do I Encontro Funape, evento promovido pela Fundação de Apoio à Pesquisa da UFG (Funape) e que reuniu ainda a reitora Angelita Pereira de Lima, a diretora executiva da Fundação, Sandramara Matias Chaves, reitores de instituições de ensino superior de Goiás, do Distrito Federal e do Pará, gestores estaduais e de entidades ligadas à educação, ciência, tecnologia e inovação.
Na abertura, a reitora da UFG agradeceu a presença da ministra e defendeu avanços no entendimento e implantação da lei da inovação. Ela também mencionou o Plano Brasileiro de Inteligência Artificial: “Precisamos tratar da infraestrutura no mesmo tom da superação das desigualdades na ciência e tecnologia no País. Computação de alto desempenho é fundamental”.
Sandramara Matias explicou que a Funape atualmente gere quase 900 projetos e apoia instituições de Goiás e de fora do Estado. “O trabalho das fundações possibilita o desenvolvimento de projetos em benefício da sociedade e do desenvolvimento científico e tecnológico”, enfatizou a diretora da Fundação.
Gestora destacou que o Brasil ocupa a 13ª posição mundial na produção científica
Fuente: Secom/UFG