Lançada Campanha UFG Inclusiva
Iniciativa busca garantir direitos básicos à população trans e travesti
Texto e fotos: Jayme Leno
A Secretaria de Inclusão (SIN) da Universidade Federal de Goiás (UFG) deu início em janeiro – mês da Visibilidade Trans – à Campanha UFG Inclusiva. O lançamento foi realizado na última terça-feira (30/1) no Prédio das Humanidades II, no Câmpus Samambaia. A iniciativa visa realizar rodas de conversa para conscientização e também adesivar as portas dos banheiros em todas as unidades acadêmicas. A sinalização dos espaços colabora para torná-los mais inclusivos às pessoas pertencentes à comunidade trans/travesti, buscando assegurar o direito básico de uso dos espaços, incluindo os banheiros.
Durante o evento de lançamento, a secretária de Inclusão, professora Luciana de Oliveira Dias, destacou a relevância desse movimento para a comunidade acadêmica e para a sociedade em geral. Luciana enfatizou a persistência de uma sociedade excludente e hostil, chamando a atenção para a necessidade de abordar questões relacionadas à discriminação, à opressão e à inferiorização da diferença e da diversidade.
A Campanha UFG Inclusiva busca combater uma cruel realidade enfrentada por pessoas trans e travestis, que muitas vezes são impedidas de acessar espaços públicos, incluindo um direito fundamental como o uso de banheiros. Urgente é a superação de preconceitos, discriminações e intolerâncias, destacando que mesmo olhares enviesados e expressões de intolerância manifestam violência, fragilizando e vulnerabilizando pessoas.
Luciana Dias destacou que “a Campanha UFG Inclusiva permite lembrar, para nunca esquecer, que no que se refere à persistente transfobia no uso dos espaços: proibição é crime, constrangimento é inaceitável, democratização é dever e inclusão é um direito”.
Reforma
O Brasil possui índices alarmantes de homicídios de pessoas trans e travestis, o que reforça a necessidade de reformas profundas nas instituições acadêmicas, sociais e familiares. A servidora da SIN/UFG, Camila Marques Menezes, mãe de uma criança transexual, compartilhou sua experiência e a importância do apoio familiar para o desenvolvimento saudável de sua filha.
Ela ressaltou os desafios enfrentados diariamente, como a luta por direitos básicos, como o uso de banheiros adequados. Camila Menezes enfatizou que, mesmo que pareça simples, discutir e promover mudanças nesse âmbito provoca transformações significativas.
A estagiária da SIN/UFG, estudante do curso de Ciências Sociais e mediadora da roda de conversa, Molzer Felix, expressou a esperança de que a Campanha UFG Inclusiva transforme os espaços em ambientes mais diversos e contribua para a construção de uma sociedade pluridiversa. A iniciativa visa proporcionar um espaço de diálogo livre, onde todas as pessoas se sintam confortáveis para expressar suas opiniões e desejos.
A Campanha UFG Inclusiva pretende percorrer todos os espaços da Universidade, incluindo locais além das unidades acadêmicas, para promover o debate sobre o engajamento em uma luta anti-transfobia. O objetivo é combater atitudes cruéis que perpetuam uma sociedade hierarquizada, buscando construir um ambiente mais inclusivo, fraterno e livre de discriminações.
Fonte: Secom/UFG