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Ana Cañas e OFG encerram temporada do Música no Câmpus

Em 23/12/23 13:23.

Orquesta foi regida pela maestra Mariana Menezes e repertório fez homenagem a Tom Jobim

 

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Casa cheia: Centro de Eventos da UFG ficou lotado para show às vésperas do Natal

 

Texto: Eduardo Bandeira e Versanna Carvalho

Fotos: Evelyn Parreira

"Não importa se estamos afinados ou não, o que importa é deixar a música extravasar". Foi com a voz calorosa de Ana Cañas e a condução imponente da regente Mariana Menezes à frente da Orquestra Filarmônica de Goiás (OFG) que o Música no Câmpus encerrou a temporada 2023 na noite de quinta-feira (21/12) no Centro de Cultura e Eventos Professor Ricardo Freua Bufáiçal, no Câmpus Samambaia da Universidade Federal de Goiás (UFG). 

Com a casa cheia e público entusiasmado, o repertório escolhido para o evento foi nada menos que os clássicos do mestre da bossa nova, Tom Jobim. A plateia teve a oportunidade de conferir versões orquestradas de sucessos como Água de Beber, Desafinado, Retrato em Branco e Preto e muitas outras.

"Cantar Tom Jobim me fez voltar 20 anos atrás, quando eu costumava cantar suas músicas em barzinhos, no início da minha carreira", compartilhou Ana. 

A escolha das obras foi feita em conjunto com a Orquestra Filarmônica de Goiás. "Eles me mandaram algumas músicas que já estavam no repertório e eu sugeri outras, como Retrato em branco e preto, Eu sei que vou te amar, músicas que falam muito ao meu coração". 

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Mariana Menezes e Ana Cañas: parceria e potência feminina à serviço da música

 

Ao cantar Retrato branco e preto, Ana se emocionou e compartilhou com o público sobre sua vigorosa história, sempre marcada pela luta. Por conta de desavenças familiares, a paulistana precisou sair de casa muito cedo e cantar para sobreviver.

"Vou confessar que cantar essa música foi bastante especial pois a orquestra conseguiu fazer um arranjo solto e isso é muito difícil. Cantar dessa forma é diferente, pois sou uma artista solta e que gosta de improvisar com minha banda, então foi algo incrível que tenham conseguido me acompanhar."

Sobre a noite, a artista destacou que interpretar canções de um nome tão grande quanto Tom Jobim é um privilégio, apesar da necessidade de ressignificar algumas das letras para que façam sentido em seu processo artístico e sob a ótica do empoderamento feminino. 

 

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Ana Cañas: "a vida traz esses ritmos ao meu coração, que é sempre a minha bússola"

 

Devido ao Música no Câmpus, Ana passa por Goiânia pela segunda vez este ano, ela esteve na cidade em junho com a turnê "Ana Cañas canta Belchior". "Adoro estar em Goiânia, sempre recebo muito carinho. Apesar de ser o polo sertanejo de nosso País, sempre que trazemos outros estilos musicais as pessoas são extremamente acolhedoras". 

Esse foi o primeiro Música no Câmpus de Ana Cañas, que se prontificou em retornar. "Já quero voltar!". 

Questionada sobre futuros projetos envolvendo o repertório de Tom Jobim, Ana manifestou que se mantém aberta para as imposições artísticas que a vida traz. "Belchior foi uma coisa inesperada, uma live na pandemia, e, de lá para cá, fizemos 150 shows, ganhamos o prêmio da APCA [Associação Paulista de Críticos de Arte] de melhor show do ano. Tudo isso foi muito inesperado. Semana passada eu estava cantando Rita Lee com o Beto, filho dela. Hoje estou cantando Tom Jobim, e assim a vida traz esses ritmos ao meu coração, que é sempre a minha bússola". 

 

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Mariana Menezes: "para chegar à liderança é preciso ser firme, estudar e trabalhar muito" 

 

Dois mundos

A parceria com Cañas no Música no Câmpus também marcou o encerramento das atividades da Orquestra Filarmônica de Goiás em 2023, que é considerada a terceira maior do Brasil. Regente associada da OFG Desde 2021, Mariana Menezes afirmou que o Música no Câmpus propiciou o encontro de dois mundos: o da música popular com a Ana Cañas, com o da música erudita, e com a Orquestra Sinfônica de Goiás.

Falou também da satisfação de fazer um concerto de música popular. "Precisamos fazer isso com muita frequência, pois precisamos nos comunicar com o público do nosso País, fazer música brasileira e popular. A bossa nova é o ápice de representação da música popular brasileira: é refinada, elegante e comunica muito com a música clássica". 

Durante o concerto, Ana Cañas contou um pouco sobre a sua trajetória pessoal e familiar, antes do início da carreira artística. A maestra comentou ter ficado ficou emocionada, inspirada e que se identificou com a história da cantora em alguns aspectos. "Para chegar a uma posição de liderança é preciso ser muito firme, ter muitos objetivos na cabeça e lutar muito, estudar muito e trabalhar muito. A gente busca o reconhecimento através do nosso bom trabalho. O que tornou o nosso encontro ainda mais interessante", ressaltou Mariana.

Esse foi o terceiro e último show da temporada 2023 do Música no Câmpus. 

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Show concerto também finalizou a temporada 2023 da OFG

 

Fonte: Secom UFG

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