Construindo um palco para a democracia universitária

Texto: Caroline Pires

Fotos: Carlos Siqueira

São 15 anos de muitas emoções e histórias. Berço das matrículas e das coleções de grau da UFG, o Centro de Eventos professor Ricardo Freua Bufáiçal debutou nesta quinta-feira, 14/12, data em que a Universidade Federal de Goiás completou seus 63 anos. Na ocasião, foram homenageados aqueles que fizeram parte da história de realizações do espaço, que tem sido referência não só para atividades pertinentes da universidade, mas que ainda é ocupado por atividades culturais, das mais diversas, podendo inclusive ser locado para realização de eventos externos. Os discursos da noite marcaram o Centro de Eventos da UFG como um local onde a democracia se manifesta e que serve de palco para as inúmeras ações que são realizadas na UFG. A arquitetura do espaço foi cuidadosamente pensada para dar visibilidade ampla para todos os que circularem no local, oferecendo um local amplo e com uma arquitetura que tomou o cuidado de não ter colunas de sustentação no seu interior, atendendo de maneira plena a realização de eventos de grande porte. Confira as fotos do evento.

Dando as boas vindas aos participantes do evento, o quinteto Metais do Cerrado apresentou canções, com arranjos de Pixinguinha, convidando a todos a embarcar em uma cerimônia repleta de agradecimentos e memórias. Após a apresentação inicial, Marilda Silva, coordenadora do Centro de Eventos desde 2018, agradeceu a todos os rostos conhecidos que estiveram presentes. Citando alguns entre as centenas de eventos que foram recebidos e realizados nesses anos, ela destacou especialmente a parceria do reitor por três mandatos da UFG, Edward Madureira Brasil. "É uma alegria ter cada um de vocês aqui e estamos prontos para seguir avançando", comemorou. A coordenadora fez questão de citar nominalmente todos os que colaboraram e que atuam diariamente para que o Centro de Eventos continue funcionando de maneira excelente e eficiente. 

"Esse local representa a materialização da democratização das colações de grau e serve ainda hoje de modelo para outras universidades", afirmou o reitor da UFG, por três mandatos, Edward Madureira Brasil  

Lembrando que extensão e cultura da sociedade goiana tem o Centro de Eventos como uma de suas casas, a pró-reitora de extensão e cultura, Luana Ribeiro, destacou o tamanho do desafio de fazer a gestão do espaço, mas também a satisfação de ver os eventos tomando forma. Ela lembrou que no último mês, o espaço recebeu a maior edição já realizada do Conpeex, com mais de 11 mil participantes, e que no sábado o Baile da UFG será realizado, em mais uma edição que irá reunir mais de mil pessoas. "Um viva para esse lugar cheio de emoções e que só tem a crescer cada vez mais",  concluiu.
Segundo a reitora da UFG, Angelita Pereira de Lima, o Centro de Eventos é resultado de um árduo trabalho realizado no passado, por gestões anteriores que viabilizaram a sua construção, mas também por aqueles que hoje fazem com que o espaço se torne cada vez mais referência na realização de atividades que ultrapassam os muros da universidade.

Participantes do evento comemoraram juntos os 15 anos do Centro de Eventos

Ainda durante a cerimônia, foram homenageados os seguintes gestores, que ativamente participaram da história do Centro de Eventos: Venerando Ribeiro de Campos, Orlando Afonso Valle do Amaral, Edward Madureira Brasil, Marilda Ferreira da Silva, Aretuza Marcório, Luana Ribeiro e Angelita Pereira de Lima. Após a cerimônia, os participantes cantaram "parabéns a você" e comemoraram juntos esta data tão simbólica para a universidade. 

"Sonho sonhado junto"

Representando os homenageados, o reitor por três mandatos da UFG, e atual assessor da presidência da Finep, Edward Madureira Brasil, lembrou do desconforto que ele sentia, quando ainda diretor da Escola de Agronomia da UFG, quando grande parte dos formandos da universidade não participaram das cerimônias de colação de grau, por não conseguirem arcar com os altos custos cobrados por empresas. Na época, tal situação lhe causava indignação, por ser uma situação que excluía uma parcela significativa dos estudantes de poderem celebrar com plenitude a conquista de seu curso superior. 

Com quatro dias de iniciado o seu mandato como reitor, em 2005, e mesmo sem nenhuma verba, Edward Madureira contou que começou a pensar o projeto do que viria a ser o Centro de Eventos da UFG. Como o auxilio do então pró-reitor de Administração, Orlando Afonso Valle do Amaral, e o diretor do Centro de Gestão e Espaço Físico da UFG, Marco Antônio Oliveira, foi sendo aos poucos discutido e planejado um espaço democrático e acolhedor, que pudesse receber os estudantes, não só para a sua colação de grau, mas também para outras atividades universitárias.

"No início de 2006, só com a garra e a vontade do nosso grupo empenhado com o projeto, fomos atrás de emendas parlamentares. Tínhamos 600 mil reais disponíveis e um projeto na mão de 8 milhões de reais", lembrou Edward Madureira Brasil. Em especial ele agradeceu o belíssimo projeto arquitetônico de Adriano Reis e Gerani Felix do Nascimento, que conseguiram propor um espaço sem colunas, que poderiam atrapalhar a visão de convidados ou interferir nos eventos.

Com o apoio do então secretário executivo do Ministério da Educação, José Henrique Paim, foram encaminhados recursos, que se somaram as emendas parlamentares recebidas, e então, foi possível concluir a obra. Edward Madureira lembra que na ocasião da inauguração do Centro de Eventos, pelo menos 80% da bancada de deputados federais goianos compareceram, por terem contribuído de alguma forma para que fosse possível a realização de tal sonho. Edward Madureira lembrou que o Conselho Universitário aprovou por aclamação que o espaço fosse batizado com o nome de Ricardo Freua Bufáiçal, reitor da UFG entre 1990 e 1993, que faleceu poucos meses antes da inauguração do Centro de Eventos. Leandro Bufáiçal, filho do reitor e atual professor do Instituto de Física da UFG, também compareceu ao evento.

"Tivemos o apoio da grande maioria da comunidade acadêmica e inauguramos uma nova fase nas colações de grau da UFG. A emoção não seria com jogos de luzes, mas seria com discursos. Nós fizemos história com uma colação de grau que passou a ser cidadã", emocionou-se Edward. Aos poucos, para além de cerimônias de colação organizadas, e que passaram a valorizar as pessoas ao invés de shows pirotécnicos, o Centro de Eventos passou a acolher também a matrícula dos novos estudantes da UFG, shows do projeto Música no Câmpus, o Baile da UFG, realizado anualmente, entre diversas outras atividades, inclusive da iniciativa privada.  No mandato de Edward Madureira, as colações de grau hoje, além de gratuitas, também oferecerem o registro fotográfico de todos os formandos. "Esse é um local acolhedor, democrático e onde sentimos o conforto e uma enorme satisfação de fazer parte", concluiu.

Leandro Bufáiçal, filho do prof. Ricardo Freua Bufáiçal (in memoriam), foi homenageado

Quinteto Metais do Cerrado tocou canções com arranjos de Pixinguinha