Prae faz entrega de obras de reforma e revitalização das CEUs I e III

 

Texto: Versanna Carvalho

Fotos: Júlia Barros

Pela primeira vez em décadas as Casas de Estudante Universitário da Universidade Federal de Goiás (CEU/UFG) I e III passaram por reformas e revitalização expressivas para melhorar a qualidade de vida dos moradores. A etapa mais recente compreende a revitalização das áreas externas e foi formalmente entregue nesta quarta-feira (8/11) para a comunidade universitária. 

O evento foi realizado pela Pró-Reitoria de Assuntos Estudantis (Prae) e contou com a participação da reitora da UFG, Angelita Pereira de Lima, da secretária de Infraestrutura da Instituição, Poliana Nascimento, e das representantes estudantis Aziza Gomes de Morais, estudante de Teatro e coordenadora da CEU I, e Márcia Cristina de Jesus Tavares, estudante de Engenharia Ambiental e Sanitária e coordenadora da CEU III.

A reunião foi marcada pelo otimismo, representando, ao mesmo tempo, um olhar para o passado de 60 anos de inauguração da primeira casa, o compromisso com o presente e com os atuais moradores e um aceno ao futuro. "As Casas dos Estudantes existem há mais de 60 anos e vêm cumprindo o seu papel político-pedagógico na democratização do acesso à educação e na formação profissional e humana de filhas e filhos da classe trabalhadora nesse Estado, nesse País e também no mundo. A gente recebe também intercambistas moradores aqui nesta casa", comenta Aziza. 

O papel social do espaço foi destacado pela coordenadora da Casa III, Márcia Cristina. "A CEU é um equipamento social que contribui para a permanência na Universidade de pessoas em situação de vulnerabilidade, como eu, por meio de recurso do Pnaes [Plano Nacional de Assistência Estudantil]. A Casa propõe um lar, uma família e a realização de um sonho. É composta por estudantes vindos de todos os lugares do mundo em busca serem os primeiros da família a estar em uma universidade, uma ascensão financeira e melhoria de vida, mas que devido à sua condição financeira não têm como se manter na Universidade e, justamente por isso, a Casa se torna tão essencial".

A estudante de Engenharia Ambiental e Sanitária pontua que um dos aspectos positivos desta etapa da revitalização é o de promover lazer aos moradores, uma vez que os residentes permanecem na Instituição 24 horas por dia. "Vivemos a Universidade e o compartilhamento de experiências". 

 

A secretária de Infraestrutura da UFG, Poliana Nascimento, ressalta que as solicitações vindas das CEUs são vistas como prioridade na sua pasta, mesmo com as limitações de atendimento decorrentes do tamanho da Universidade frente aos poucos recursos. "A Seinfra encara a CEU como uma prioridade dentro das nossas manutenções. Para 2024 temos trabalhado arduamente para ter um plano melhor de manutenção específico para as Casas, que depois vamos divulgar para vocês. Neste ano trabalhamos no sentido de normalizar os nossos materiais, aumentar a nossa equipe de manutenção para que no ano que vem tenhamos mais tranquilidade nessas ações". 

Segundo a pró-reitora de Assuntos Estudantil, Maisa Miralva da Silva, esta foi a primeira vez em 60 anos que a casa é reformada do piso ao teto. Ela trouxe o histórico destas intervenções iniciadas em 2018 e que teve uma etapa entregue em dezembro de 2021. "Finalizamos hoje esse grande projeto e vamos seguir fazendo muitas coisas. Vamos cuidar, melhorar, reparar, fiscalizar aquilo que não foi feito exatamente como contratado, mas a gente entrega hoje uma linda obra, esforço de muita gente. É uma satisfação entregar em tão pouco tempo uma coisa tão grandiosa, que estava acumulada ao longo dos anos e que entregamos pelo nosso compromisso de gestão". 

A pró-reitora afirma que "política pública se faz com planejamento, estruturas qualificadas como esta que estamos hoje revitalizando; se faz com serviços e nós temos muitos serviços especializados na Prae; com orçamento e não temos o suficiente, sempre trabalhamos com no máximo 30% do que precisamos, mas, ainda assim, com uma boa gestão do orçamento e priorizando alimentação e moradia, conseguimos fazer muito nos últimos anos". 

 

 

De acordo com dados da Prae, as duas etapas das obras receberam aproximadamente R$ 5 milhões em recursos do Pnaes, sendo que cada fase levou cerca de um ano para ser executada. O tempo decorrido, sentido pelos estudantes, deveu-se ao fato dos recursos serem insuficientes para suprir todas as demandas da Prae com bolsas e assistências e terem sido fracionados ao longo do tempo para manter o atendimento essencial de alimentação, bolsa de apoio pedagógico e moradia.

63 anos

Para a reitora Angelita, o evento de entrega das obras das CEUs é uma prévia das celebrações pelos 63 anos da UFG, que estão previstas para a semana de 11 a 16 de dezembro próximo. Ao falar dos desafios políticos e orçamentários enfrentados pelas universidades nos últimos anos, Angelita fez um reconhecimento aos seus antecessores.

"As políticas que estão em andamento precisarão ter continuidade e as pessoas que virão depois de nós precisarão ter compromisso com as políticas que estão sendo implementadas. Digo isso para reconhecer, efusivamente, os que vieram antes. Pensem vocês: se a Casa I tem 60 anos de existência, a Universidade Federal de Goiás vai completar 63, a moradia estudantil sempre foi prioridade na Universidade Federal de Goiás, desde que foi constituída. Precisamos realmente reconhecer os que vieram antes, reconhecer os trabalhos de quem faz hoje e todos que estão aqui hoje têm o seu pé e mão na argamassa na construção desse espaço maravilhoso, e com certeza, esperamos que as gestões seguintes, às de vocês aqui na Casa e às nossas que se seguirão na Universidade, tenham de fato compromisso com as políticas que são prioritárias e fazem parte da identidade da UFG", declara.

Reivindicações dos moradores

Atualmente a UFG conta com quatro CEUs: a I e III no Câmpus Colemar, a IV no Setor Sul e a V, no Câmpus Samambaia. As ações de reforma e revitalização foram feitas para atender reivindicações dos estudantes moradores que vão ao encontro do compromisso da gestão da Prae e da UFG de priorizar alimentação e moradia. 

 

 

Antes dessas intervenções entregues nas Casas I e III, o espaço em geral e a quadra de esportes em particular estavam desgastados, sem nenhum trabalho de paisagismo e jardim. Agora, a quadra está reformada, foi construído um centro de convivência, com mesas para estudo, redário e paisagismo na área total, além de passarelas cobertas para circulação dentro do espaço destas duas casas, além da instalação de uma central de gás.

Foi construído um muro com estruturas vazadas, atualizado o painel de identificação e guarita de entrada, construído um bicicletário e estacionamento para motos. Na CEU V, houve a instalação de passarelas de acesso, construção de sala de estar com sofá de alvenaria e almofadas.

 

 

A etapa anterior, finalizada em 2021, incluiu uma reforma interna das CEUs I, III e V. Segundo informações da diretora de Atenção Estudantil da Prae, Jordana Balduino, na Casa I foram confeccionados e instalados mobiliário interno padronizado para os quartos (armários, escrivaninha, mesa de apoio para utensílios domésticos), foram adequados os guarda corpo para as métrica de segurança, foram substituídas todas as esquadrias e vidros das janelas, toda a fiação elétrica foi trocada por uma mais segura e eficiente, além de recabeamento dos fios de internet, troca total do telhado, pintura interna e externa, foi feita uma saída de emergência mais segura com uma escada de alvenaria e reformada a área de lavanderia, cozinha e banheiros.

Na Casa III foi feita pintura interna e restauração com verniz dos tijolos à vista da parte externa e troca de todas as janelas, reforma de banheiros, além de toda a fiação elétrica trocada e modernizada por uma mais segura e eficiente e recabeamento dos fios de internet. Na Casa V foi feita reforma de banheiros, troca das placas de aquecimento solar, reforma do telhado e pintura interna e externa.

 

 

"A expectativa da Prae é com essas entregas é a de promover o bem-estar dos estudantes, contribuir para a melhora das condições de saúde mental, melhora do desempenho acadêmico, e ainda a valorização do patrimônio público da UFG, melhora da qualidade do equipamento social, assegurando o direitos das novas gerações de estudantes", enumera a diretora.

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