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"Vamos com a coragem de chegar e de continuar caminhando"

Em 20/10/23 19:59.

UFG celebra Cempa-Cerrado, Lamcad e seus papéis para a ciência e tecnologia

Texto: Caroline Pires

Fotos: Evelyn Parreira

 

Um momento histórico que exemplifica a força da não repetição de modelos e convoca toda a sociedade a criação de novas realidades. Com esse espírito foi lançado hoje, 20/10, o Centro de Excelência em Estudos, Monitoramento e Previsões Ambientais do Cerrado (Cempa-Cerrado), assinado o acordo de cooperação com o Instituto Nacional de Estudos Espaciais (INPE) e descerrada a placa da pedra fundamental do futuro prédio do Cempa-Cerrado e do Laboratório Multiusuário de Computação de Alto Desenvolvimento (Lamcad) na UFG. O evento foi prestigiado por dezenas de autoridades dos poderes legislativo e executivo de Goiás, além de pró-reitores e secretários da UFG. A área a ser construída, no Parque Tecnológico Samambaia, terá 2.345m2 e a estimativa é que seja concluída após 22 meses, com um custo total estimado de 9,2 milhões de reais. Espera-se que o prédio seja viabilizado com recursos a serem captados junto a instituições governamentais e agências de fomento. O futuro espaço irá oferecer um local adequado para o desenvolvimento dos projetos e suportes para pesquisas que já estão em funcionamento na Universidade. Acesse o álbum de fotos.

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Acordo de Cooperação técnica foi assinado pelo secretário de Ciência, Tecnologia e Inovação do Estado de Goiás, Frederico Lyra, pelo secretário de secretário geral de governo do Estado de Goiás, Adriano Rocha Lima, a reitora da UFG, Angelita Pereira de Lima e o diretor do INPE, Clezio de Nardin


Iniciando os discursos da tarde, para o público que lotou o auditório da Pró-reitoria de Pesquisa e Inovação (PRPI), Manuel Eduardo Ferreira, diretor executivo do Cempa-Cerrado, lembrou que a gestão tripartite do órgão denota o equilíbrio e a excelência dos projetos que vêm sendo desenvolvidos. "Celebramos esse momento simbólico frisando que é nosso ponto norteador questões que devem ser sempre lembradas, como os desastres ditos naturais, mas que tem plena relação com a ação humana", afirmou. Segundo ele, as mudanças climáticas, que têm sido identificadas em painéis dentro e fora do Brasil, apontam para uma possível redução de áreas de plantio no estado de Goiás. "Para além disso, os dados mostram que apesar de recordes de produção, tem havido um mascaramento da crise climática. Nesse momento, o maior risco é atingir os 2ºC de aumento na temperatura global antes de 2050, o que pode gerar consequências incalculáveis", considerou. Assim, o pesquisador argumentou sobre a necessidade de pensar o desenvolvimento sustentável para o Cerrado. "Apostamos num centro que consiga promover debates e subsidiar políticas públicas para nosso bioma", concluiu.
Em seguida, Saul Freitas, do Instituto Nacional de Pesquisas Especiais (INPE), explicou que o Cempa-Cerrado realiza diversas ações em parceria com outras instituições, que vão desde monitoramentos, passando pela dinâmica de áreas cultivadas e espera-se que, no futuro, possa realizar avaliação da qualidade do ar. "Estamos pesquisando e fazendo ciência ao longo de todos esses meses, o que já nos permite sonhar. Para o futuro queremos que outros Cempas sejam criados para interiorizar toda essa conexão de saberes que estamos produzindo aqui", sugeriu, sendo aplaudido pelos participantes da solenidade. Herbert Georg, coordenador do Lamcad, lembrou que o laboratório entrou em atividade em 2020 e que as duas iniciativas cresceram juntas e em parceria ao longo deste tempo. Ao apresentar o projeto arquitetônico, ele afirmou que "estamos pensando em um espaço amplo e compartilhado e que já tem a previsão para abrigar futuras start-ups. Além disso, há previsão de salas de monitoramento e controle, além de espaços de coworking e treinamento".

Entre as autoridades, estiveram presentes o deputado estadual Antônio Gomide e a vereadora Kátia Maria. 

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Equipes do Cempa-Cerrado e Lamcad com representantes do poder executivo estadual

 

Ousadia e cooperação

Considerando que será gerido de uma forma compartilhada por representantes da UFG, INPE e Governo de Goiás, a cerimônia foi prestigiada ore representantes de todos esses órgãos, que destacaram a necessidade de pensar o Cerrado de uma maneira integrada e atenta, visando sempre a preservação ambiental para garantir o futuro das próximas gerações. Adriano Rocha Lima, secretário geral do Estado de Goiás, representou o governador Ronaldo Caiado e lembrou que acompanhou as primeiras discussões, que foram feitas antes da criação do Cempa-Cerrado e afirmou que é recompensador acompanhar esse momento histórico. "Esse centro vem em boa hora para colaborar com o objetivo de que o Brasil consiga se alavancar e utilizar de fato e de verdade desse potencial que tem", considerou.

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"Vamos com a coragem de chegar e de continuar caminhando", emocionou-se Laerte Guimarães ao lembrar da trajetória que permitiu a criação do Cempa-Cerrado

 

O apoio fundamental e imprescindível do Estado de Goiás, que vai muito além do aporte financeiro, foi destacado pelo Laerte Guimarães Ferreira Júnior, docente da UFG e atual diretor de bolsas e programas da CAPES em seu discurso. "Importante destacar também que o INPE é uma verdadeira agência de Estado e de fomento. Ele é fundamental não só ao nosso centro, de estudos e pesquisas sobre o cerrado, mas também presta um serviço gigantesco para o nosso país. Nesse sentido, o Cempa-Cerrado é uma aposta para o futuro de todos nós", ponderou. O diretor ressaltou que o centro é um órgão operacional que entrega resultados para a sociedade, ao mesmo tempo que forma profissionais e realizam estudos de excelência. "Esse é arranjo complexo e de várias entidades e parceiros. Nós tivemos a coragem de chegar a praia, e agora continuaremos caminhando", concluiu. O diretor científico e de inovação da Fundação de Amparo à Pesquisa de Goiás (Fapeg), Cláudio Leles, ressaltou que "queremos ser parceiros não só no passado mas estamos à disposição para os próximos desafios que virão". Nesse sentido o, também professor da UFG, colocou a Fapeg à disposição da Universidade Federal de Goiás.

O diretor do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (INPE), Clezio de Nadin, iniciou seu discurso falando que hoje é um dia de celebração e que se impressionou com o crescimento visto no estado. "Muitas vezes mais do que construir pontes, nós precisamos quebrar muros. Estamos hoje pensando em como podemos contribuir para as missões de outras instituições. Naturalmente vimos as necessidades surgirem e estamos empenhados em atuar nesse sentido", defendeu. Já Frederico Lyra, secretário de Ciência, Tecnologia e Inovação do Estado de Goiás, brincou que Laerte Ferreira foi seu professor para entender o cerrado. "Há sete meses eu assumi esse cargo com a recomendação direta do governador em nos comprometer com as questões ambientais e colocar Goiás como referência em preservação e ciência. Tive o privilégio de aprender com vocês e quero seguir cooperando", afirmou.

Por fim, a reitora da UFG, Angelita Pereira de Lima, lembrou individualmente a trajetória de apoio de cada um dos componentes da mesa, mas em especial de Pedro Wilson, superintendente do Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (IPHAN), sobre a sua luta, décadas atrás, para que o Cerrado e a Caatinga fosse considerados patrimônios nacionais. Destacando o trabalho do vice-reitor da UFG, Jesiel Freitas Carvalho, ao pensar a criação da administração de um centro com a envergadura que merece, a partir da aprovação feita pelo Conselho Universitário da UFG, a reitora lembrou que esse modelo de gestão é inédito e que, seguramente, alcançará bons resultados. "A estrutura aprovada pelo Cempa-Cerrado é inovadora em uma autarquia e realmente funciona para um centro que tem tamanho desafio pela frente", considerou. A reitora anunciou ainda que foi realizada uma troca de vaga e em breve a UFG realizará concurso público para a contratação de seu primeiro meteorologista. "Vida longa ao Cerrado", concluiu Angelita, ao convidar os participantes para o descerramento da pedra fundamental.

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Referência na defesa do meio ambiente, o ex prefeito de Goiânia, professor emérito da UFG e superintendente do Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (IPHAN), Pedro Wilson Guimarães, compareceu ao evento

 

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Manuel Eduardo Ferreira, diretor executivo do Cempa-Cerrado, apresentou parte dos projetos já desenvolvidos e um panorama geral sobre as consequências das mudanças climáticas para o planeta

 

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Manuel Eduardo Ferreira e Karla Maria Longo e Guilherme Oliveira, assumirão a direção do Cempa-Cerrado. Eles receberam as portarias de nomeação da gestão da UFG

Fonte: Secom/UFG

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