Pesquisadores que mapearam milícias digitais fazem palestra em Goiânia
Em 02/10/23 19:16.
Estudos sobre extrema direita, contribuíram para campanhas nas eleições de Portugal e Brasil
Texto: Luana Borges
Fotos: Wesley Menezes e Carlos Mendes
O trabalho de pesquisadores pode contribuir diretamente para o fortalecimento da democracia. Esta é uma das premissas das Jornadas pela Democracia, evento interinstitucional promovido por seis universidades goianas, duas entidades de classe na área da educação e lideranças ligadas às causas democráticas. Também é esta a ideia básica do trabalho da mestre em ciência política, Fernanda Sarkis, e do sociólogo Marcus Nogueira. Brasileiros pesquisadores na Universidade do Porto, eles estão em Goiânia para participar de uma palestra que ocorrerá na próxima quarta-feira, 4 de outubro, a partir das 19h, no auditório da Adufg-Sindicato.
Pesquisa
Os dois construíram, primeiro em Portugal e depois no Brasil, detalhados mapas de interação da extrema direita nas redes – a partir do conceito de "cartografias da controvérsia", de Bruno Latour –, decodificando como este grupo extremista amplificou seus discursos no espaço virtual. Sarkis e Nogueira descreveram estruturalmente como se dava a atuação da milícia da desinformação, analisando cada perfil virtual deste ecossistema. Os dados coletados foram então remetidos à área jurídica da campanha do PT.
O partido – contratante dos pesquisadores e escolhido pelos dois por representar maior chance de vitória contra a extrema direita – passou a acionar o Tribunal Superior Eleitoral (TSE), pedindo a remoção de postagens falsas. Em toda a campanha presidencial, foram 75 decisões judiciais que levaram à remoção de conteúdos que propagavam fake news. Tal união entre argumento jurídico e mapeamento analítico do espaço virtual ajudou a neutralizar parte da milícia digital extremista, diferentemente do que ocorreu em 2018.
Na prática
Fernanda Sarkis e Marcus Nogueira verificaram que só o vereador Carlos Bolsonaro (Republicanos/RJ) agia, em 78% de suas publicações, em um universo de 40 perfis. Este mapeamento demonstrou que não há o que se chama, no jargão das plataformas digitais, de "interações orgânicas". Conforme apontaram os pesquisadores, houve, ao contrário, interações coordenadas em quatro eixos: violência e criminalidade; religião e costumes; descredibilização do sistema eleitoral; agenda socioeconômica, todos objetivando disseminar desinformação e influenciar o resultado da eleição de 2022.
O trabalho jurídico, baseado na pesquisa de Sarkis e Nogueira, contribuiu para que as postagens que continham desinformação caíssem em 30% no Twitter. No que se refere àqueles posts que ligavam o PT ao PCC, a redução, no Telegram, foi de 56,8%. Os dados são da Agência Pública de Jornalismo Investigativo.
Pesquisa
Os dois construíram, primeiro em Portugal e depois no Brasil, detalhados mapas de interação da extrema direita nas redes – a partir do conceito de "cartografias da controvérsia", de Bruno Latour –, decodificando como este grupo extremista amplificou seus discursos no espaço virtual. Sarkis e Nogueira descreveram estruturalmente como se dava a atuação da milícia da desinformação, analisando cada perfil virtual deste ecossistema. Os dados coletados foram então remetidos à área jurídica da campanha do PT.
O partido – contratante dos pesquisadores e escolhido pelos dois por representar maior chance de vitória contra a extrema direita – passou a acionar o Tribunal Superior Eleitoral (TSE), pedindo a remoção de postagens falsas. Em toda a campanha presidencial, foram 75 decisões judiciais que levaram à remoção de conteúdos que propagavam fake news. Tal união entre argumento jurídico e mapeamento analítico do espaço virtual ajudou a neutralizar parte da milícia digital extremista, diferentemente do que ocorreu em 2018.
Na prática
Fernanda Sarkis e Marcus Nogueira verificaram que só o vereador Carlos Bolsonaro (Republicanos/RJ) agia, em 78% de suas publicações, em um universo de 40 perfis. Este mapeamento demonstrou que não há o que se chama, no jargão das plataformas digitais, de "interações orgânicas". Conforme apontaram os pesquisadores, houve, ao contrário, interações coordenadas em quatro eixos: violência e criminalidade; religião e costumes; descredibilização do sistema eleitoral; agenda socioeconômica, todos objetivando disseminar desinformação e influenciar o resultado da eleição de 2022.
O trabalho jurídico, baseado na pesquisa de Sarkis e Nogueira, contribuiu para que as postagens que continham desinformação caíssem em 30% no Twitter. No que se refere àqueles posts que ligavam o PT ao PCC, a redução, no Telegram, foi de 56,8%. Os dados são da Agência Pública de Jornalismo Investigativo.
Em Goiânia
Fernanda Sarkis e Marcus Nogueira integram a programação do segundo dia das Jornadas pela Prevalência das Ideias Democráticas e Progressistas. Na capital goiana, os pesquisadores, que atuam nacional e internacionalmente, ajudam a compor os esforços de lideranças e educadores para se pensar como construir estratégias de diálogo que possam promover o fortalecimento da democracia brasileira, recentemente atacada.
São oito instituições promotoras da ação: a Universidade Federal de Goiás (UFG); o Sindicato dos Docentes das Universidades Federais de Goiás (Adufg-Sindicato); o Instituto Federal Goiano (IF Goiano); o Instituto Federal de Goiás (IF Goiás); a Pontifícia Universidade Católica de Goiás (PUC Goiás); o Sindicato dos Trabalhadores em Educação de Goiás (Sintego) e as Universidades Federais de Catalão (UFCat) e Jataí (UFJ).
Serviço
Evento: Jornadas pela Prevalência das Ideias Democráticas e Progressistas
Mesa-redonda: Comunicação no contexto da luta ideológica no Brasil
Data e horário: 4/10, quarta-feira, às 19h
Local: Auditório do Adufg-Sindicato
Fernanda Sarkis e Marcus Nogueira integram a programação do segundo dia das Jornadas pela Prevalência das Ideias Democráticas e Progressistas. Na capital goiana, os pesquisadores, que atuam nacional e internacionalmente, ajudam a compor os esforços de lideranças e educadores para se pensar como construir estratégias de diálogo que possam promover o fortalecimento da democracia brasileira, recentemente atacada.
São oito instituições promotoras da ação: a Universidade Federal de Goiás (UFG); o Sindicato dos Docentes das Universidades Federais de Goiás (Adufg-Sindicato); o Instituto Federal Goiano (IF Goiano); o Instituto Federal de Goiás (IF Goiás); a Pontifícia Universidade Católica de Goiás (PUC Goiás); o Sindicato dos Trabalhadores em Educação de Goiás (Sintego) e as Universidades Federais de Catalão (UFCat) e Jataí (UFJ).
Serviço
Evento: Jornadas pela Prevalência das Ideias Democráticas e Progressistas
Mesa-redonda: Comunicação no contexto da luta ideológica no Brasil
Data e horário: 4/10, quarta-feira, às 19h
Local: Auditório do Adufg-Sindicato
Endereço: 9ª Avenida, 193 – Leste Vila Nova, Goiânia-GO, 74643-080
Expositores: Fernanda Sarkis e Marcus Nogueira (pesquisadores em comunicação política e estratégia digital)
Moderação: Roselma Lucchese, reitora da UFCat
Link no YouTube: https://www.youtube.com/watch? v=UEt8c8TZWjg
Expositores: Fernanda Sarkis e Marcus Nogueira (pesquisadores em comunicação política e estratégia digital)
Moderação: Roselma Lucchese, reitora da UFCat
Link no YouTube: https://www.youtube.com/watch?
Saiba mais
Fonte: Comitê Organizador das Jornadas Pela Democracia