
Papa pede que IES dialoguem com os jovens, diz reitora da UFG
Angelita Pereira está no Vaticano participando de reunião com dirigentes de universidades da AL
Texto: Versanna Carvalho
Fotos: Divulgação
O papa Francisco pede às universidades para dialogarem com a juventude, chamando-a para recuperar e organizar a esperança. A informação foi passada pela reitora da Universidade Federal de Goiás (UFG), Angelita Pereira de Lima, que foi convidada para ir ao Vaticano participar do "Encontro entre Reitores de Universidades Latino-Americanas e Caribenhas: Organizando a Esperança" nesta quarta-feira e quinta-feira (20/9 e 21/9).
A audiência do pontífice com os gestores de instituições de ensino superior (IES) foi realizada nesta quinta (21/9), das 10h às 11h do Vaticano (entre 5h e 6h do Brasil). Na ocasião, os reitores e reitoras puderam fazer perguntas, que foram respondidas pelo papa. O líder da igreja católica falou sobre crise ambiental, degradação humana, crise econômica e fez esse apelo para que as IES conversem com a juventude.
Angelita relata que o papa Francisco afirmou que “os jovens têm direito a um cosmos equilibrado e por isto fez críticas à cultura do consumo, às toneladas de plástico deixadas no mar e a todas as formas de degradação ambiental”.
Segundo a reitora, o religioso disse também que é preciso gerar um sentimento ecológico integral e demonstrou grande preocupação com o extrativismo mineral como uma das formas de agressão ao meio ambiente e geração de doenças. A gestora da UFG destaca uma frase dita pelo líder religioso: “é importante cuidar a terra, acariciar a terra, ensinar os jovens a considerar a terra como mãe”.

Ao condenar a cultura do consumo e de excessos, o papa Francisco usou a expressão “os descartados” atribuída “às pessoas que são deixadas pelo caminho como lixo, como se faz com coisas e objetos”.
Lideranças
Na concepção do sacerdote, “os jovens devem ser convocados a liderar a mudança da cultura e da economia para um modelo de economia social”. O pontífice também destacou a importância da política e da cultura. “Não tenham medo de entrar na política. A formação dos jovens e das jovens não deve ser asséptica. A formação humana mais nobre é a política e deve envolver a cultura”.
“O papa apresentou a agenda internacional para a América Latina e o Caribe e conclamou reitores e reitoras para que as universidades promovam uma educação para a liberdade, para a transformação, que convençam os jovens e as jovens a serem lideranças da transformação do processo econômico e do processo ambiental”, resume a reitora da UFG.
Presente
Depois do encontro, o papa Francisco fez questão de cumprimentar cada um dos reitores e reitoras presentes, totalizando um grupo de aproximadamente 200 pessoas. As duas maiores delegações são da Argentina e do Brasil, sendo que este participa com 41 gestores de universidades. Nesse momento, a reitora entregou um presente que levou para o papa em nome da UFG: uma caixa do Museu Antropológico da UFG, contendo uma publicação e bonecas de cerâmica indígenas feitas pelo povo Iny Karajá da Ilha do Bananal e Vale do Rio Araguaia.


O presente foi preparado pela curadora do acervo etnográfico do Museu Antropológico (MA) da UFG, Rosani Leitão. De acordo com ela, as ritxoko, termo em Inyribe, a língua falada pelos Iny Karajá, “são reconhecidas como patrimônio cultural do Brasil pelo Instituto Nacional do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan) , como resultado de um projeto desenvolvido pelo Museu Antropológico em parceria com o Iphan e com as comunidades Iny Karajá”. Rosani complementa: “é uma arte feminina. Por meio delas as mulheres representam o universo Iny Karajá e socializam novas gerações”.


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Fonte: Secom UFG
Categorias: Notícias Reitoria Orgulho de ser UFG