Cegraf recebe visitantes mirins da rede municipal de ensino
Turminha de 3 e 4 anos conheceu fases e máquinas envolvidas na produção de um livro
A rotina no Centro Editorial e Gráfico da Universidade Federal de Goiás (Cegraf/UFG) estava diferente na primeira terça-feira de setembro desse ano: alunos do Centro de Educação Infantil Nossa Senhora da Assunção andavam pelos ambientes do Órgão com os olhos cheios de curiosidade. A visita foi ideia da professora Renata Adorno Linhares, que relatou que as crianças vão produzir um livro com a ajuda das professoras. Após verem alguns vídeos que mostravam como os livros são produzidos, pensaram em levar as crianças para conferir de perto como é o processo que transforma folhas impressas em obras com capa.
De acordo com a diretora do Cegraf, Maria Lucia Kons, o passeio concentrou-se nos dois setores onde é possível as crianças visualizarem melhor o que os servidores e as máquinas fazem. Primeiro, viram a sala da Comunicação Visual, que possui uma grande impressora capaz de criar banners, adesivos de vinil e outros artigos da área. Em seguida, foram até o Parque Gráfico, local onde a mágica acontece, como nos conta Maria Lucia:
Primeiramente, conheceram a impressora offset policromática, na qual os livros são impressos em uma ou em muitas cores. As crianças se encantaram com o “trenzinho da impressão”, com a magia que acontece com o papel durante a viagem dele pelas torres de tinta até o destino final e com a velocidade dessa viagem, que dura menos de meio segundo.
Na sequência, conheceram a máquina mais barulhenta do Cegraf, a dobradeira, que, de uma forma incrível, transforma uma grande folha impressa em 16 páginas de um livro com o tamanho 15x21 cm, por exemplo. Depois dessa transformação, viram que o livro é montado e vai para a prensa para tirar a “fofura”, porque um livro bem-feito não pode ser “fofo”.
Posteriormente, as crianças disputaram espaço para visualizar o momento em que o livro “veste sua roupa”, em uma máquina que trabalha super aquecida, derretendo cola e fixando as capas. E para finalizar o processo de produção de um livro, a guilhotina entrou em cena refilando, ou seja, cortando as laterais e dando o acabamento final.
Nesse momento, todas as crianças subiram em um palete para conseguirem ver o toque final. A mágica foi concluída: grandes folhas de papel em branco se transformaram em livros e fizeram vários olhinhos brilharem e desejarem um dia trabalhar nesse lugar encantador que é o Cegraf.
De acordo com a professora regente do CEI Assunção, instituição pública que possui convênio com a Paróquia Nossa Senhora da Assunção e está localizada próxima ao Câmpus Samambaia, a ideia de levar as crianças para visitarem o Cegraf nasceu a partir de um projeto sobre a produção de livros literários infantis. A turma de 3 e 4 anos de idade é do agrupamento D do CEI. Mas Renata não estava sozinha: a auxiliar de atividades educativas, Débora Faria; a coordenadora pedagógica, Ana Paula Oliveira Nascimento; e a auxiliar de secretaria Angélica Machado também acompanharam o grupo nessa aventura.
"Desde o início do ano, lemos livros literários infantis de diversos gêneros e temáticas com o objetivo de ampliarmos e diversificarmos o repertório cultural das nossas crianças. No início deste semestre, lemos com as crianças diversos livros infantis cuja narrativa central era exatamente o livro como objeto cultural que possibilita a ampliação da nossa visão de mundo, do repertório vocabular e nos permite conhecer diferentes realidades e culturas".
No desenvolvimento das atividades, como rodas de conversa com as crianças sobre a importância dos livros em nossa sociedade, elas começaram a se interessar pelo modo de se fazer os livros. "Assistimos alguns vídeos educativos sobre o assunto que mostravam a dinâmica de funcionamento de algumas editoras. Nossas crianças gostaram tanto que começaram a nos perguntar quando nós faríamos o nosso próprio livro de histórias", pontuou Renata.
Então, as educadoras pensaram que seria muito interessante que, antes de começarem a escrever as histórias, as crianças tivessem a oportunidade de conhecer de perto cada etapa do processo de produção de um livro. Foi quando entraram em contato com o Cegraf e a visita foi marcada. "Fomos muito bem recebidos! Maria Lucia explicou o funcionamento de todas as etapas e equipamentos envolvidos no processo de produção para as nossas crianças, que gostaram muito de conhecer de perto como os livros são feitos!", relatou Renata.
As educadoras contaram que as crianças voltaram do Cegraf bastante empolgadas com o projeto. "Já começamos a escrever as histórias que elas criaram e estamos enviando esses manuscritos para as famílias participarem do processo de ilustração dessas histórias juntamente com as crianças", explicou Renata.
A professora salientou que pretendem voltar ao Cegraf assim que reunir todo o material produzido pelas crianças e suas famílias. "Vamos apresentar o resultado desse trabalho como forma de agradecimento pela ótima recepção que tivemos e por todos os conhecimentos que todos os funcionários, com tanta simpatia e de maneira prestativa, compartilharam com as nossas crianças", finalizou.