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Laces/ICB homenageia voluntários que atuaram durante a covid-19

Em 29/06/23 11:55.

Laboratório realizou mais de 35 mil testes, alcançando esse número graças a trabalho "incessante" 

Texto: Caroline Pires

Fotos: Júlia Barros 

 

Em meio à efervescência do trabalho, ações e serviços oferecidos por uma instituição do tamanho da Universidade Federal de Goiás, talvez um olhar mais apressado não perceba a grandeza de certas realizações. Mas o singelo prédio térreo, na esquina da entrada principal da UFG, abrigou uma equipe empenhada de voluntários que realizaram mais de 35 mil testes para covid-19, durante a pandemia que durou quase três anos, causou a morte de milhões de pessoas mas, ao mesmo tempo, também despertou o que o ser humano tem de melhor: a sua humanidade. Na manhã de quinta-feira (29/6), foi realizada uma homenagem para todos os voluntários que atuaram junto ao Laboratório de Análises Clínicas e Ensino em Saúde (Laces), ligado ao Instituto de Ciências Biológicas (ICB/UFG). O feito só foi possível graças ao trabalho dos estudantes e servidores, mas também em função dos vários projetos financiados com recursos institucionais, do Ministério de Ciência e Tecnologia, Capes e da Fundação de Amparo à Pesquisa de Goiás (Fapeg).

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Homenagem foi realizada na recepção do Laces

 

Durante a fala inicial, Juliana Parente, fez um balanço dos número do que ela considerou a maior ação de extensão já promovida pelo ICB. A professora destacou que desde abril de 2020, o Laces atuou não só na testagem, mas também em diversas ações como projetos de pesquisa, extensão, prestação de serviço a preço reduzido e ações de testagem em massa. "Nunca me senti tão servidora pública quanto nesses anos. E sem dúvida nenhum trabalho realizado até hoje marcou tanto a minha carreira e a minha vida", emocionou-se a professora. Ela agradeceu ainda a atuação incessante do então reitor da UFG, Edward Madureira Brasil, e da vice-reitora, Sandramara Matias Chaves, que não mediram esforços para que os testes não fossem interrompidos, mesmo diante da escassez de insumos e recursos. 

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"Foi o trabalho, a humanidade e a dedicação de cada um aqui que tornou esse projeto possível", ressaltou Clayton Borges

 

O coordenador da ação emergencial no Laces, Clayton Luiz Borges, se emocionou ao lembrar das dificuldades enfrentadas, especialmente nos momentos iniciais da pandemia, onde o panorama da infecção ainda era desconhecido e demandou muita coragem de todos os que se propuseram a trabalhar na ação. "Só temos que agradecer a todos os que colaboraram com esse projeto. Foram mais de 100 mil horas de trabalho. Isso não é pouco. Temos inúmeros relatos de como a testagem ajudou a salvar vidas", ressaltou. Ele lembrou que não raras vezes a equipe trabalhou em plena madrugada para entregar o quanto antes resultados de PCR e testes rápidos, uma vez que o diagnóstico da doença poderia evitar novas contaminações ou expor terceiros aos riscos. O diretor do Instituto de Ciências Biológicas, Gustavo Rodrigues Pedrino, também se emocionou ao lembrar da coragem e dedicação dos voluntários "O sem os 'eus' não existe uma empatia como esta que motivou a todos. Ninguém aqui veio como protagonista, mas a união de todos fez toda a diferença para o trabalho coletivo e solidário", considerou o professor. 

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Diretor do ICB, Gustavo Rodrigues Pedrino, se emocionou ao lembrar da humildade e dedicação dos voluntários

 

A vice-reitora da UFG a época e atual diretora da Funape, Sandramara Matias Chaves, relembrou que em momento nenhum o Laces se furtou de acolher as pessoas que precisavam se testar. "Muito mais do que técnicas foram pessoas atendendo pessoas em situação de sofrimento que marcou essa ação. Cada um de vocês constrói da UFG e esses frutos seguirão. Sabemos os momentos difíceis que passamos, só de entrar nesse espaço eu me emociono", considerou. Por fim, a reitora da UFG, Angelita Pereira de Lima, considerou que a homenagem é importante mas que ela é ainda insuficiente para refletir a vivencia de cada um que participou do projeto. "A nossa experiência foi tensionada e a humanidade foi necessária para dar a resposta que a sociedade precisava. Para além do conhecimento técnico, o que fica é essa constatação da nossa humanidade menos prepotente diante da vida. Sem ações articuladas, sem as lideranças, nada disso teria acontecido. Recebam a nossa mais completa gratidão", encerrou a sua fala a reitora. Após as falas, foi descerrada um placa em homenagem aos voluntários. 

 

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Uma placa irá marcar o registro do nome dos voluntários do projeto

 

Impacto na vida dos voluntários

Dando suporte a estudantes do curso de Biomedicina da UFG, o Laces tem por missão também a atuação enquanto espaço de ensino-aprendizagem, desenvolvimento de pesquisas acadêmicas e oferecer suporte para ações de extensão da universidade. Cumprindo essa missão também durante a pandemia, o laboratório serviu de suporte para inúmeras iniciativas que também impactaram a vida profissional dos voluntários. Mariana Vieira Tomazett realizava pós-doutorado no ICB quando a pandemia foi deflagrada. De pronto, ela se uniu aos voluntários para colocar em prática o seu conhecimento sobre biologia celular e molecular em prol do trabalho realizado no Laces. "Mesmo com medo, como todos, nós atuamos desde o início do projeto implementando as ações de estruturação dos testes. Não iríamos nos omitir diante daquela situação", compartilhou. Mariana conta que hoje trabalha em um laboratório participar, que também realiza testes para Covid-19, e que o conhecimento adquirido na prática durante esse período também influenciou de maneira extremamente positiva a sua atuação profissional. 

Situação parecida viveu Thalison Rodrigues Moreira, que na época era estudante de Biomedicina, e de pronto se ofereceu para ajudar assim que soube que o laboratório iria começar a realizar testagem. "Me ofereci inicialmente para auxiliar no que fosse preciso e pensei que iria colaborar apenas com a limpeza ou organização dos materiais. Mas em meio aquele momento tão difícil eu aprendi muito e logo comecei a realizar tarefas mais complexas", lembrou o voluntário que deseja ser docente do ICB no futuro. 

O esforço coletivo de todos foi o grande diferencial da atuação do laboratório segundo a diretora do Laces, Gabriela Bazilio. "Em 2020 não imaginávamos quanto tempo iríamos demorar para chegar nesse ponto de encerramento das atividades. O biomédico é um profissional que muitas das vezes está nos bastidores, mas que sem dúvidas faz toda a diferença na vida das pessoas", recordou. "Só quem viveu para saber o desafio que foi para todos nós", concluiu.

Conheça o Laces

O Laboratório de Análises Clínicas e Ensino em Saúde (LACES) é órgão complementar da UFG vinculado ao Instituto de Ciências Biológicas (ICB) da Universidade Federal de Goiás (UFG), e desenvolve atividades de ensino, pesquisa e extensão, ligadas ao curso de Biomedicina.

O LACES/ICB/UFG tem por objetivos disponibilizar espaço e estrutura física, bem como recursos humanos para dar suporte ao estágio curricular supervisionado em análises clínicas dos graduandos em Biomedicina da UFG; realizar exames de diagnóstico laboratorial por meio de convênios com o Sistema Único de Saúde (SUS) e outros que forem firmados; apoiar os programas de educação continuada e de aprimoramento discente, por meio de cursos de atualização; propor, desenvolver e apoiar projetos de ensino, extensão e pesquisa do ICB e de outras Unidades da UFG, bem como de outras instituições conveniadas, de acordo com normativa específica do LACES/ICB/UFG; apoiar os programas de desenvolvimento institucional da UFG e zelar pela conduta ética em toda e qualquer atividade realizada em seu âmbito.

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Atual diretora da FUNAPE, Sandramara Matias Chaves, era a vice-reitora da UFG durante a pandemia e lembrou do incansável trabalho do Laces

 

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Mariana Tomazett era pós-graduanda do ICB em 2020 e colaborou com os trabalhos

 

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Thalison Moreira cursava Biomedicina em 2020 e de imediato se prontificou a ser voluntário do projeto

 

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Compareceram também à solenidade, o pró-reitor de pós-graduação da UFG, Felipe Terra Martins, e a pró-reitora adjunta de graduação, Heliny Carneiro

 

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Luísa, filha do professor Marcos Matos da Faculdade de Enfermagem da UFG, fez um desenho em homenagem aos profissionais da saúde, e, em especial, ao trabalho realizado na Sala de Vacinação da FEN/UFG

 

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