Começa a 24º edição do Fica na Cidade de Goiás

Texto: Mariza Fernandes (Secom/UFG) 

Fotos: Cidinha Tôrres e Rafael Lima

A reitora da Universidade Federal de Goiás (UFG), Angelita Pereira de Lima, participou na noite de terça-feira (13/6), da cerimônia de abertura da 24ª edição do Festival Internacional de Cinema e Vídeo Ambiental (Fica), que ocorre até o dia 18 de junho, na Cidade de Goiás. O Fica é realizado pelo Governo de Goiás, por meio da Secretaria de Estado da Cultura (Secult), com correalização da Universidade Federal de Goiás (UFG), por meio da Fundação Rádio e Televisão Educativa (FRTVE). O evento também conta com parceria da Secretaria de Estado da Retomada, Goiás Social, Universidade Estadual de Goiás (UEG), Instituto Federal de Goiás (IFG), Serviço Social do Comércio (Sesc) e prefeitura da cidade de Goiás.

Esta é a primeira vez que a UFG participa como correalizadora do Festival após um convênio firmado com a Secretaria Secretaria de Estado da Cultura (Secult), por meio da Fundação Rádio e Televisão Educativa (RTVE). Durante a cerimônia, a reitora da UFG lembrou que, além de este ser o Fica mais indígena da história, ele é também um evento feito principalmente por mulheres. Angelita destacou a atuação da pró-reitora de extensão e cultura da UFG, Luana Ribeiro, da secretária estadual de cultura, Yara Nunes, e da diretora executiva da Fundação RTVE, Silvana Coleta, na organização do evento.

A reitora citou algumas das contribuições da UFG para o Festival. “A UFG disponibiliza toda a sua expertise de conhecimento e de arte, e está comprometida com a consolidação da política de cultura para o estado de Goiás”, explicou. O convênio entre a UFG e o governo de Goiás ocorreu por iniciativa da secretária estadual de cultura, Yara Nunes, que em janeiro procurou a universidade buscando apoio para a realização de uma política pública cultural.  “A ideia do convênio é trazer o aspecto técnico e teórico do ambiente acadêmico para além do que o festival já é em toda a sua história, então a gente traz diversas pessoas de nome nacional e internacional para discutir o cinema, para participar do fórum do meio ambiente e para as apresentações culturais de artistas nacionais, regionais e locais. Toda a curadoria foi feita em parceria”, explicou a pró-reitora de extensão e cultura da UFG, Luana Ribeiro. 

A secretária Yara Nunes comemorou o sucesso da parceria com a Universidade. “Nós conseguimos trazer um caráter mais técnico, mais científico para esses festivais, para que eles não sejam somente festividades, porque celebrar é muito bom, mas fazer política pública efetiva é ainda melhor, e trazendo a expertise da UFG, junto com  o Instituto Federal Goiano e a Universidade Estadual de Goiás, nós conseguimos elaborar políticas que vão ficar”, afirmou Yara. O convênio é administrado pela Fundação RTVE. “A gente faz a administração financeira desse projeto, que tem uma importância incalculável. Uma fundação educativa e cultural que tem um canal de TV aberta com a oportunidade de exercer o seu trabalho com evento dessa natureza e dessa magnitude. É muito trabalho, com certeza tem sido um desafio enorme mas a fundação tem muito orgulho dessa parceria”, comemorou a diretora executiva da fundação RTVE, Silvana Coleta. 

Homenagens

O artista plástico e professor da UFG, Carlos Sena, foi um dos homenageados durante a cerimônia. A escultura São Pedro Atendei às Nossas Preces foi escolhida para ilustrar a identidade visual do Fica 2023. A obra – que dialoga com a temática ambiental, pois aborda a questão da água, da escassez e da sua importância social – pertence ao acervo do Centro Cultural Universidade Federal de Goiás (UFG) e integrou a exposição individual do artista realizada em 2004, no Museu de Arte Contemporânea de Goiás

Também foram homenageados o indigenista brasileiro Bruno Araújo e o jornalista britânico Dom Phillips, assassinados dia 5 de junho de 2022, durante uma viagem pelo Vale do Javari, segunda maior terra indígena do Brasil, no extremo oeste do Amazonas. O público fez um momento de silêncio pela memória das vítimas.

Programação

Curtas e longas metragens nacionais e internacionais vão competir em três categorias no 24º Fica. Para a Mostra Internacional Washington Novaes, a principal do Festival, foram selecionados seis longas-metragens e oito curtas-metragens, sendo seis filmes estrangeiros e oito brasileiros, incluindo três produções goianas. A Mostra do Cinema Goiano, que será palco de lançamentos de curtas goianos e de revelação de novos talentos da produção audiovisual, vai exibir 14 filmes. E para completar, a Mostra Becos da Minha Terra, que exibe produções da cidade de Goiás, contará com dez obras.

Além disso, um dos filmes ganhadores do Festival de Cannes deste ano terá sua avant première brasileira no Fica. Trata-se do longa A Flor de Buriti, do português João Salaviza e da brasileira Renée Nader, que retrata a resistência do povo Krahô, no norte do Tocantins, que será exibido durante sessão especial, no dia 17, às 20 horas. Também merece destaque o filme "Mari Hi – A Árvore dos Sonhos", que será exibido na sessão especial de abertura, dia 13, às 18h30, que é dirigido pelo indígena Morzaniel Iramari Yanomami.

Um dos atrativos do Fica são os shows musicais de artistas nacionais e internacionais. Os destaques desta edição são a cantora Maria Rita, que faz show no dia 16 (sexta); quando também se apresentará a goiana Banda Madá. A noite de sábado será animada por show de Criolo, mas antes haverá apresentação da cantora Maduli. No domingo é a vez de Maria Eugênia, Ricardo Leão e Luiz Chaffin abrirem as apresentações da noite de encerramento. Na sequência, a Orquestra Filarmônica de Goiás promete uma apresentação especial, que contará com a participação do músico Roberto Menescal e da cantora Wanda Sá. Confira a programação completa no site do evento. 

Participação de João Moreira Salles

O documentarista e escritor João Moreira Salles também é presença confirmada no Fica 2023. Ele vai participar da conversa Arrabalde: Brasil e Amazônia, dia 17, às 10h30, no Cineteatro São Joaquim, quando vai falar sobre a Amazônia, a partir de uma experiência de seis meses vivendo na floresta, no estado do Pará, que resultou no livro Arrabalde – Em Busca da Amazônia, lançado em dezembro do ano passado, pela Companhia das Letras.

Durante a atividade, ele vai falar sobre a Amazônia e, na sequência, participará de um bate papo, que será conduzido pelo cineasta Pedro Novaes, coordenador artístico do Fica. É a primeira vez que Salles participa do Fica.