Semana de Planejamento discute estratégias para melhorar ensino
UFG tem metas de preencher 100% das vagas e aumentar os índices de permanência
Texto: Janyelle da Mata
Fotos: Carlos Siqueira
“A qualidade do ensino é construída na integração” foi o tema da abertura da IX Semana de Planejamento Pedagógico da Universidade Federal de Goiás (UFG). O evento comemorou um ano letivo de retorno ao presencial e definiu metas a serem alcançadas durante o semestre de 2023/1, tendo como principais ferramentas o planejamento, a integração e a motivação. A abertura ocorreu no auditório da Biblioteca Central Professor Alpheu da Veiga Jardim, na segunda-feira (10/4), e contou com a presença de representantes de todas as unidades acadêmicas (UA) da Universidade.
O evento foi organizado pela Pró-Reitoria de Graduação (Prograd). Segundo a pró-reitora adjunta de Graduação, Heliny Carneiro, o ensino, a pesquisa e a extensão, primordiais para a excelência na educação, são pontos indissociáveis dentro de uma universidade federal. “A IX Semana de Planejamento é alinhada com o Plano de Desenvolvimento Institucional (PDI) da UFG, com o objetivo de aprimorar a qualidade do ensino e a indissociabilidade entre ensino, pesquisa e extensão”, explica.
A reitora da UFG, Angelita Pereira de Lima, também presente na abertura, vê o planejamento como peça chave para que se alcance as metas propostas. “No campo administrativo, nós temos tido exitosas experiências de planejamento, que têm irradiado para as unidades acadêmicas e para os órgãos. E quanto mais nós estivermos indexados ao planejamento, eu acho que nós lidamos com mais segurança, menos ansiedade e menos sofrimento com os problemas e os desafios”, afirma.
Angelita salienta que é objetivo da gestão 2022-2025 melhorar a qualidade do ensino, atrair mais estudantes e oferecer as oportunidades para a permanência dos discentes já matriculados na UFG. “Nossa finalidade aqui é formar pessoas e nós já fazemos isso e trabalhamos para fazer com muito mais qualidade. Nós fazemos por meio pedagógico em sala de aula; das pesquisas e da produção de conhecimento científico; e por meio de ações afirmativas e de inclusão”, finaliza.
O pró-reitor de Graduação da UFG, Israel Elias Trindade, explicou as métricas de graduação, como pontuação no Exame Nacional de Desempenho de Estudantes (Enade), evasão, aprovação e ingresso. Ele expôs os cursos que evoluíram positivamente do ciclo anterior do Enade até o mais recente. O pró-reitor afirma que apesar de alguns cursos retrocederem e outros não avançarem como o esperado, a média da UFG é 4 e coincide com a qualidade das universidades federais brasileiras.
Israel apresentou também o crescimento no preenchimento das vagas do Sistema de Seleção Unificada (SiSU), que saiu de 80% em 2021 para 85% em 2022 e prevê outro aumento para 2023 com a implementação do Processo Seletivo Complementar para vagas remanescentes. Ele explica que a meta para 2024 é atingir os 100%. “Para 2023, considerando que nós estamos com o Processo Seletivo Complementar, queremos chegar ao preenchimento médio de 90 a 95%. Precisamos ter 100% de preenchimento, que talvez não consigamos agora em 2023, mas temos boas perspectivas para 2024”, salienta.
Outro ponto que o pró-reitor toca é o da evasão. Ele mostra que apesar do número ter crescido durante e pós-pandemia, as métricas da UFG estão abaixo da média nacional das universidades (públicas e particulares) e abaixo do nível de evasão das universidades federais. Isso é consequência das ações afirmativas e de inclusão realizadas pela UFG, segundo explicação da diretora de Mulheres e Diversidades da Secretaria de Inclusão (SIN), Kellen Cristina Prado Silva. “O nosso Plano de Desenvolvimento Institucional (PDI) diz que a convivência com a diversidade é algo que também qualifica, então o respeito, a criação de um ambiente plural, diverso e democrático são pilares de políticas de inclusão que auxiliam no combate à evasão”, afirma.
O professor do Instituto de Química (IQ) Wendell Tomazelli Coltro e o professor do Instituto de Informática (INF) Anderson Silva Soares deram exemplos práticos de como conseguiram aumentar o rendimento das turmas e diminuir o índice de evasões. Apesar de apresentarem métodos distintos, o princípio foi o mesmo: a integração entre ensino e produção do conhecimento. Wendell explicou que a abertura de vagas para alunos da graduação em turmas dos programas de pós-graduação do IQ, resultou na aprovação de uma aluna da licenciatura para um estágio na Universidade de Toronto (Canadá) e no processo seletivo que a mesma concorre para iniciar a pós-graduação no próximo ano. “Integrar muitas vezes pode ser parece difícil, mas em uma das resoluções da UFG no artigo 38, parágrafo segundo, menciona que os alunos de graduação podem cursar disciplinas dos programas de pós-graduação”, afirma.
A metodologia aplicada por Anderson se ancora na mudança de pensamento. O professor entende que para o aprendizado do aluno é preciso o exercício da prática orientada pela teoria. Ele, que também é coordenador do curso de graduação em Inteligência Artificial (IA), contou que teve que lidar com as expectativas frustradas de alguns discentes, que se basearam na narrativa dos filmes para a escolha da formação. A saída que o professor encontrou para lidar com as iminentes evasões, foi a inversão do processo de produção de conhecimento, ao invés de partir da teoria e literatura para depois iniciar a prática e encontrar uma aplicabilidade para o estudo, começar pelo problema. “Partir do problema pode parecer audacioso, eu já pensei assim e me questionava se daria certo e hoje estou convencido que sim! A partir do problema que quero resolver, eu busco as ferramentas e as metodologias, nas literaturas, que eu preciso para resolver aquele a problemática”, explica.
Ao final da abertura da IX Semana de Planejamento Pedagógico, o pró-reitor de Pós-Graduação da UFG, Felipe Terra Martins, reforçou o discurso de integração do ensino, da pesquisa e da extensão ao pedir que os coordenadores e professores dos cursos fomentem o interesse dos alunos na pós-graduação. Ele expõe o dado que 55% dos alunos dos programas de pós-graduação Stricto sensu não cursaram a graduação na UFG. “Professores, mostrem as perspectivas que os alunos têm de se inserir na pós-graduação e seja ela Stricto ou Lato sensu, para nós revertermos esses números, que na minha opinião não são confortáveis”, finaliza.
Source: Secom UFG
