Estudante do Iptsp ganha Prêmio Nacional de Espeleologia
Pedro Henrique de Oliveira é um dos autores do artigo sobre fungo em caverna do Cerrado goiano
Texto: Marina Sousa/Iptsp
Fotos: Pedro Henrique Félix de Oliveira/Iptsp e arquivo pessoal
O estudante do curso de graduação em Biotecnologia do Instituto de Patologia Tropical e Saúde Pública (Iptsp), da Universidade Federal de Goiás (UFG), Pedro Henrique Félix de Oliveira, juntamente com outros pesquisadores, foram premiados em segundo lugar na categoria “Jovem Espeleólogo” do II Prêmio Nacional de Espeleologia - Michel Le Bret, que é promovido pelo Centro Nacional de Pesquisa e Conservação de Cavernas do Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade (Cecav/ICMBio) em parceria com a Sociedade Brasileira de Espeleologia (SBE). Intitulado de "Mapa do tesouro: riqueza de espécies de Penicillium na caverna Lapa do Boqueirão do Cerrado goiano”, o artigo trata sobre a importância ecológica de espécies de Penicillium no ambiente cavernícola e na inexistência de estudos verificando a presença desses fungos em cavernas do Cerrado.
“Para o prêmio nos concentramos em avaliar a riqueza e abundância de espécies de Penicillium presentes na caverna Lapa do Boqueirão, o artigo ainda faz parte de um projeto maior que envolve justamente o estudo das cavernas do Cerrado goiano, nessa caso a área de estudo foi a caverna Lapa do Boqueirão, que fica em Vila Propício, região norte de Goiás. E nosso objetivo com esse artigo era construir um estudo com a prévia dos resultados que a gente teve”, explica Pedro Henrique Félix de Oliveira.
O docente do Iptsp e orientador do projeto, Jadson Bezerra, conta que o prêmio é uma grande oportunidade para estudantes e pesquisadores de todo o Brasil terem o trabalho reconhecido como de mérito acadêmico-científico com intuito de contribuir com a conservação das cavernas no País. O prêmio concedido para o artigo "Mapa do tesouro: riqueza de espécies dePenicilliumna caverna lapa do boqueirão do Cerrado goiano" de autoria principal de Pedro Henrique Félix de Oliveira teve ainda a colaboração de Renato Felipe Ferreira Franco (UFG), Pedro Thiago Santos Nogueira (Universidade Federal de Viçosa), Renata Santos Momoli (UFG) e Cristina Maria de Souza Motta da Universidade Federal de Pernambuco(UFPE) e faz parte do projeto de Iniciação Científica (IC) de Pedro Henrique Félix com bolsa do Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq/UFG). "Foi uma alegria quando vimos o resultado final do prêmio, estávamos com grande expectativa. Pedro é estudante do curso de Biotecnologia e é o primeiro estudante de graduação da UFG que recebe o prêmio", declarou Jadson Bezerra.
O futuro biotecnologista disse que recebeu a notícia quando estava voltando do Laboratório de Micologia (LabMicol) do Iptsp, para casa. “Já estava bastante ansioso para saber o resultado e quando cheguei em casa vi a mensagem do Jadson dizendo que tínhamos sido premiados, eu fiquei muito feliz porque tivemos que nos dedicar bastante para submeter o trabalho e cumprir os prazos do edital. E ver o resultado coroando essa jornada é muito gratificante”.
Indagado sobre os desafios que a pesquisa proporciona, o estudante relata que a tarefa maior tem sido conciliar a graduação com outros projetos que tem acontecido simultaneamente, “No entanto, a iniciação científica (IC) proporciona uma formação importante em um período que muitos desacreditam das pesquisas científicas, e o II Prêmio Nacional de Espeleologia vem de encontro justamente ao reconhecimento de projetos como esse, que contribuem de maneira ímpar para a sociedade como um todo. Mas o Laboratório de Micologia e, em especial, o Jadson, meu orientador, sempre me deram todo suporte necessário para conseguir vencer esses desafios da melhor maneira possível e, o mais importante, tornar essa jornada o mais leve e agradável possível” finaliza Pedro Henrique.
A premiação, que será realizada em 27 de julho de 2023 durante o 37º Congresso Brasileiro de Espeleologia (CBE), em Curitiba (PR), e dará aos vencedores o direito de ter seus artigos científicos publicados na Revista Brasileira de Espeleologia (RBEsp) ou na Revista Espeleo-Tema, além de uma quantia paga em dinheiro.
Fungos de cavernas
Fungos são um microbioma que está presente em praticamente todos os ambientes, inclusive nas cavernas. Contudo, sabe-se que a origem dos fungos é do ambiente externo. Nas cavernas, os fungos contribuem com a ciclagem da matéria orgânica, principalmente excrementos e decomposição de material vegetal. Pesquisas em todo o mundo têm demonstrado que fungos cavernícolas são diversos e contribuem com estimativas da diversidade biológica, inclusive da funga do Cerrado. Recentemente, estudos têm verificado o potencial biotecnológico de fungos de cavernas. Além disso, sabe-se que alguns fungos patogênicos podem ser encontrados nas cavernas e podem causar micoses em humanos e outros animais. O professor do Iptsp Jadson Bezerra coordena dois projetos de pesquisas sobre a funga do Cerrado, incluindo o estudo de fungos endofíticos (que vivem dentro de plantas) e de cavernas com participação de estudantes, técnicos e docentes da UFG e outras instituições parceiras como a Universidade Estadual de Goiás (UEG) e da Universidade Federal de Pernambuco (UFPE). Os projetos são financiados pelo CNPq e Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de Goiás (Fapeg). Além disso, Jadson Bezerra e membros do Laboratório de Micologia (LabMicol) são membros de equipes científicas de projetos financiados pelo Termo de Compromisso de Compensação Espeleológica entre o ICMBio e a Vale S.A (TCCE ICMBio/Vale) e coordenados pela professora Cristina Motta da UFPE. Os projetos também contam com apoio do ICMBio/Cecav.
Fonte: Comissão de Comunicação IPTSP
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