UFG tem protocolo de segurança contra ataque cibernético em lives
Discussão foi levantada após a invasão em uma roda de conversa sobre políticas afirmativas
Texto: Janyelle da Mata
O mundo virtual é um campo vasto, que conecta todos que têm acesso à internet. Alguns grupos presentes no ciberespaço, protegidos pelo anonimato, organizam ataques e bullying a pessoas físicas e a instituições. Na quinta-feira (23/3), a roda de conversa “Ações afirmativas como prática institucional para combater à discriminação racial”, promovida pela Secretaria de Inclusão da Universidade Federal de Goiás (SIN/UFG) e pela Universidade de Brasília (UnB), foi atacada por invasores que distribuíram xingamentos de cunho racista, com a intenção de encerrar as atividades do evento. Independentemente da dificuldade de rastreamento, a UFG trabalha para que os agressores sejam responsabilizados.
Os organizadores da roda de conversa “Ações afirmativas como prática institucional para combater à discriminação racial” utilizaram a plataforma Google Meet para a realização do evento. O secretário-adjunto de Inclusão, Pedro Cruz, relata que o procedimento após a invasão foi a expulsão dos agressores da sala virtual e o impedimento de novos participantes se juntarem à live. “A partir dessa ação, os invasores iniciaram uma série de ataques à professora da UnB, Renísia Garcia, por ter tomado a frente na exclusão dos invasores. Muitos xingamentos e ameaças passaram a ser proferidos contra a professora em seu perfil do Instagram”, conta.
Para o secretário de Promoção da Segurança e Direitos Humanos (SDH-UFG), Ricardo Barbosa de Lima, os principais procedimentos em ataques a eventos são: manter a calma; gravar a live; tirar print dos ataques e dos invasores; anexar todo o material em um boletim de ocorrência na Delegacia Estadual de Repressão a Crimes Cibernéticos (Dercc); caso as ofensas tenham cunho racista, encaminhar o material para o Grupo Especializado no Atendimento às Vítimas de Crimes Raciais e Delitos de Intolerância (Geacri); caso os agressores utilizem e-mail institucional e façam parte da comunidade universitária, encaminhar para ouvidoria solicitando a abertura da sindicância (processo administrativo disciplinar - PAD).
Ricardo também explica que existem procedimentos para evitar tais tumultos nos eventos. “Para que se garanta que o evento transcorra da melhor forma possível, como foi planejado e sem nenhuma interrupção, é preciso que os organizadores se atentem a alguns procedimentos necessários. Em eventos presenciais, é importante a exigência do credenciamento para os participantes e nos virtuais é fundamental que os inscritos ingressem nas salas utilizando o e-mail institucional”, afirma o secretário.
O secretário lembra que em 2019 a Universidade passou por um episódio de ameaça contra os alunos da Faculdade de História (FH) e da Faculdade de Informação e Comunicação (FIC). A intimidação chegou por e-mail para a equipe da gestão anterior. “Como a própria Instituição foi ameaçada, foi fundamental levarmos à Polícia Federal, que investigou, identificou e responsabilizou os autores”, explica Ricardo.
O crime de racismo, previsto na Lei n.º 7.716/89, ocorre quando o agressor ofende a raça e a etnia de toda uma coletividade. A pena é de reclusão de dois a cinco anos mais multa. O delito de injúria racial, previsto artigo 140, parágrafo 3º do Código Penal, acontece quando o agressor atinge uma pessoa individual, a reclusão é de um a seis meses. A violação de ameaça, prevista no artigo 147 do Código Penal, prevê a reclusão do agressor de um a seis meses. Para os estudantes da UFG, esses tipos de infração podem resultar em advertência, suspensão e no desligamento do discente.
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Quelle: Secom UFG