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Docente da UFG que vai atuar na Capes comemora reajuste das bolsas

Em 17/02/23 12:09.

Futuro diretor de Programas e Bolsas, Laerte Guimarães, diz que anúncio mostra importância da pós

Texto: Versanna Carvalho 

Foto: arquivo pessoal

A mudança no governo federal ocorreu há menos de dois meses e a renovação pela qual o País vem passando já é perceptível. As boas notícias estão impactando setores que há anos não estavam no radar dos dirigentes da nação e que passaram por situações de sucateamento e abandono nos últimos quatro anos. O pacote de bondades contempla áreas como a saúde, educação e ciência. Na quinta-feira (16/2), o presidente da República, Luiz Inácio Lula da Silva, anunciou o reajuste de 40% nas bolsas de pesquisas para mestrado e doutorado. Algo que não era feito há dez anos.

Essa retomada histórica de investimentos na ciência e na educação está sendo acompanhada de perto pela Universidade Federal de Goiás (UFG) por meio do professor do Instituto de Estudos Socioambientais (Iesa/UFG), Laerte Guimarães Ferreira. O docente foi indicado pela nova presidente da Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (Capes), Mercedes Bustamante, para assumir o posto de diretor de Programas e Bolsas (DPB) desta fundação vinculada ao Ministério da Educação.

Na avaliação de Laerte, o fato do anúncio do aumento das bolsas ter sido feito pelo próprio presidente da República é muito simbólico e importante. "Isso demonstra o papel da pós-graduação para o desenvolvimento científico-tecnológico-econômico-social do País. E demonstra que o governo e, em particular, o presidente, reconhece esta importância", anima-se.

"Esse reajuste, depois de 10 anos, traz um aumento substancial nos valores das bolsas. Ainda que a recomposição das perdas acumuladas não seja integral, o passo que se dá hoje, com todo o seu simbolismo, é gigantesco", ressalta.

O professor vai mais além ao destacar que a grande maioria da pesquisa científica realizada no Brasil é essencialmente feita por meio da pós-graduação. "Se temos um presidente comprometido com a ciência, com a produção de conhecimento nas suas múltiplas dimensões - desde a ciência básica à produção de cultura - podemos ter a expectativa de que o orçamento para a pós-graduação possa ser recomposto ao longo dos anos". 

Programas e bolsas

Embora ainda não tenha sido nomeado oficialmente como diretor de Programas e Bolsas (DPB) da Capes, que cuida da pós-graduação no Brasil, Laerte tem ido regularmente à Capes, em Brasília, e está em contato com a equipe da qual fará parte. O docente afirma que a DPB cuida justamente das bolsas de mestrado, doutorado e pós-doutorado do País, que formam um conjunto de quase 100 mil bolsas.

A pasta é responsável pela concessão de  bolsas institucionais, voltadas às instituições de ensino por meio de projetos como o Programa de Apoio à Pós-Graduação (Proap), o qual financia atividades de pós-graduação no País, proporcionando melhores condições para a formação de recursos humanos. Uma outra modalidade de bolsa é concedida aos programas de pós-graduação com nota 6 ou 7 por meio do Programa de Excelência Acadêmica (Proex).

Há ainda bolsas vinculadas a programas estratégicos. Historicamente a Capes realiza e desenvolve uma série de programas estratégicos no âmbito da Diretoria de Programas e Bolsas. Laerte cita como exemplo de programa estratégico o Pró Equipamentos, que não é realizado há algum tempo, e contribuía para que instituições pudessem adquirir equipamentos de pesquisa. No âmbito desta diretoria, estão programas estratégicos com as fundações estaduais de amparo à pesquisa (FAPs) como a Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de Goiás (Fapeg).

"Uma outra questão extremamente importante para mim é que nós temos na DPB o Portal de Periódicos da Capes, a maior base digital do mundo para acesso à ciência via periódicos científicos no que diz respeito ao acesso à ciência via periódicos científicos, com um investimento anual na faixa de US$ 100 milhões, que permite o acesso de toda a comunidade acadêmico-científica do País a periódicos científicos de excelência", afirma.

Com tanta responsabilidade sob sua tutela e tanto ainda a ser feito, o professor da UFG acredita que não vai faltar trabalho nos próximos anos. "A minha expectativa é que a gente consiga ter boa criatividade para pensar em como otimizar o uso de recursos sempre. A Capes tem uma estrutura reconhecida por sua competência, o que me traz confiança e tranquilidade em aceitar esse convite. Ainda que os desafios da agência sejam gigantescos, a estrutura da Capes é muito profissional, com um corpo técnico de excelência", elogia.

Convite

O docente conta que foi convidado para o cargo por Mercedes Bustamante, em 20 de janeiro. Dez dias depois ele confirmou que aceitaria a proposta. Laerte explica que o período “relativamente longo” entre receber e aceitar a proposta se deveu ao fato de precisar conversar com a reitora da UFG, Angelita Pereira de Lima, o vice-reitor, Jesiel Carvalho, o diretor do Iesa, João de Deus, e também para ponderar sobre questões pessoais (ainda que Brasília não seja distante de Goiânia), o novo posto envolve uma mudança de cidade e também acadêmica, uma vez que vai continuar coordenando vários projetos de pesquisa.

“Tenho vários orientandos de mestrado e doutorado. Eu não vou desmontar a minha vida em Goiânia e nem na UFG, seja no âmbito pessoal ou profissional. Para mim o desafio vai ser levar essas duas frentes de trabalho UFG e Capes, mesmo sabendo que haverá momentos mais fáceis e outros mais difíceis”, observa o pesquisador que passou por situação semelhante durante o período em que atuou como pró-reitor de Pós-Graduação da UFG na gestão anterior (2018-2021).  

Mesmo com tantos pontos de atenção, Laerte afirma ter se sentido muito honrado e feliz desde o primeiro momento em que a professora Mercedes o convidou. “É uma deferência à minha trajetória acadêmica. É uma confiança no trabalho que eu tenho desenvolvido enquanto professor, pesquisador e gestor”, avalia.

Gestão superior

Para o futuro diretor, o convite para integrar a Capes foi feito a ele, mas também à UFG. “Eu sou um servidor público da Universidade Federal de Goiás com muito orgulho. Por isso que a minha decisão aguardou uma conversa com a gestão superior da Universidade. Eu entendo que estou indo cedido pela UFG e continuo UFG. 

Na percepção de Laerte, esta é uma deferência importante para a Universidade Federal de Goiás. “Desde o Reuni [Programa de Apoio a Planos de Reestruturação e Expansão das Universidades Federais iniciado em 2007], as duas primeiras gestões do professor Edward [Madureira, ex-reitor da UFG por três mandatos] foram fundamentais tanto para um crescimento institucional extraordinário (a Universidade dobrou de tamanho) quanto para que a Universidade se tornasse de fato uma Instituição de expressão nacional, conhecida e reconhecida em várias áreas do conhecimento”, avalia. 

Fonte: Secom UFG

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