IPTSP celebra 55 anos e faz homenagem para os aposentados
Cerca de 150 pessoas participaram do evento, que relembrou a história do instituto
Texto e foto: Marina Sousa
O Instituto de Patologia Tropical e Saúde Pública (IPTSP), da Universidade Federal de Goiás (UFG), realizou na sexta-feira (16/12) uma cerimônia para homenagear os aposentados e os 55 anos do IPTSP, fundado no ano de 1967. A cerimônia reuniu docentes e servidores da casa, que ajudaram a construir a história da unidade. A solenidade reuniu cerca de 150 pessoas, que lotaram o auditório do IPTSP, para uma confraternização emocionante e muito animada que ainda contou com o lançamento do selo de 55 anos do IPTSP, que foi elaborado em parceria com a Faculdade de Artes Visuais (FAV), da UFG, cuja frase norteadora é "Viva a Ciência Conosco".
Embalados pelo som do Musiversidade e Saúde UFG, coordenado pelo docente do IPTSP, Jonathas Xavier, o espetáculo foi cheio de cor e músicas que fazem parte do imaginário popular brasileiro, o momento também foi imprescindível para o resgate histórico, que só foi possível por meio da presença de homens e mulheres que durante muitos anos prestaram serviços ao IPTSP nos mais diversos departamentos - desde a da sala de aula, laboratórios e trabalhos administrativos. Ao todo, cerca de 49 aposentados receberam das mãos da direção do IPTSP, reitoria da UFG e chefes de departamento do instituto um diploma de homenagem pelo trabalho prestado.
A ex-diretora do IPTSP (1992-1996), Dulcinéa Maria B. Campos, uma das homenageadas, compartilhou com o público sua história de vida - ela contou que os anos trabalhados no instituto passaram muito rápido. "Quando éramos jovens, a gente não pensava direito, a gente começava a trabalhar com aquela vontade e o tempo simplesmente foi passando muito rápido, e hoje, que estou com os meus 76 anos de idade, vendo tantas pessoas aqui, e que não via há tempos (...) Quer dizer, é um momento de muita reflexão e emoção. O IPTSP, foi criado na década de 60, pelo professor William Barbosa, e se a gente pensar, olha que idealista! Que visão ele tinha! Ele ajudou a criar o instituto, o mestrado de Medicina Tropical, a Revista de Patologia Tropical, e isso foi o que fez o IPT crescer, tanto no ensino quanto na pesquisa". Dulcinéa Maria ainda complementa que o IPTSP passou por diversos momentos de dificuldades, pois no começo não havia um curso de graduação no instituto, e isso era uma questão que inviabiliza a sua existência. "Então, nós vivíamos um momento de muita fragilidade naquela época. Lembro de estarmos no carro, nos deslocando até o câmpus da UFG, e pensando em que argumentos iríamos usar para manter o instituto (...) Então, foi no tempo do reitor Ricardo Freua Bufáiçal e professor Nelson, que o IPTSP passou a ter seu próprio estatuto, e com isso foi assegurado a condição de unidade acadêmica e, logo foi reconhecido pelas suas competências em termos de ensino e produção científica". A ex-diretora encerra sua fala agradecendo a diretora Flávia Aparecida e a vice-diretora Megmar Carneiro por ter proporcionado esse momento tão importante, e de como foi bom rever colegas e ver o crescimento da instituição, que hoje conta com dois cursos de graduação, Biotecnologia e Fisioterapia e quatro programas de pós-graduação.
Outro relato muito importante, foi feito pelo médico e professor aposentado do IPTSP, Divino Miguel Rassi, que narrou como foi a ida do professor William Barbosa para São Paulo, para fazer um curso no campo da Patologia Tropical, que já existia na capital paulista.
“O professor Francisco Ludovico da Faculdade de Medicina, juntamente com o professor e médico Joffre Marcondes, eu e mais alguns outros colegas, nos juntaram para formar uma elite de professores, de médicos, que ainda não tinham formação acadêmica, mas que tínhamos muita prática no ensino. Então fizeram um convite para o professor William Barbosa, para que ele integrasse esse grupo - pois, até então, o professor William era um médico clínico-geral. E foi por meio dessa sensibilização que ele foi para São Paulo, mais precisamente para o Instituto de Patologia Tropical fazer um curso. Então, foi daí que veio a sua bagagem profissional, e as noções que ele trouxe para a construção do IPTSP”. Divino Miguel Rassi conta que William Barbosa sempre foi uma pessoa muito determinada e concentrada em seus objetivos. “Hoje, eu queria aqui, trazer para vocês a figura deste homem tão importante (...) e peço a diretora, para que seja feito um busto do professor William Barbosa, para que ele seja sempre lembrado pela sua importância e visão, e deixo ainda, o meu muito obrigado, por essa cerimônia tão bonita".
Joaquim Caetano de Almeida Netto
Uma singela homenagem também foi feita ao médico, professor e também ex-diretor do IPTSP, Joaquim Caetano de Almeida Netto, que faleceu no dia 10 de novembro de 2022, feita pela então, professora e também ex-diretora do Instituto, Regina Maria Bringel, que relembrou com muito carinho e emoção a trajetória do médico que teve um papel fundamental na formação de inúmeros profissionais, hoje atuantes em Goiás, no Brasil e no exterior, além de ser uns dos médicos tropicalistas mais renomados do país.
Com a voz emocionada, a docente Regina Maria Bringel, conta que Joaquim Caetano Neto foi docente por mais de 50 anos no Departamento de Medicina Tropical, e que juntamente com o professor William Barbosa e outros pioneiros do IPTSP defenderam a integração das áreas básicas e aplicadas com a criação e o fortalecimento do Instituto de Patologia Tropical e Saúde Pública.
“Na gestão, o professor Joaquim foi diretor do instituto e também pró-reitor de Pesquisa e Pós-Graduação da UFG. Ele desenvolveu pesquisas sobre Malária, Doença de Chagas e Febre Amarela. Como docente, atuou na graduação em Medicina na disciplina de Doenças Infecciosas e Parasitárias e na pós-graduação no Programa de Medicina Tropical e Saúde Pública, onde foi coordenador e orientador de vários mestres e doutores (...). Tive a oportunidade de trabalhar com o professor Joaquim por quase 20 anos, e hoje eu tenho saudades das suas reflexões. Como recém-aposentada eu gostaria de lembrar um trecho de uma canção do Milton Nascimento, “são só dois lados da mesma viagem, o trem que chega é o mesmo trem da partida” - muito obrigada”, encerra a professora.
Depois de tantas falas importantes, a diretora do IPTSP, Flávia Aparecida de Oliveira, conta que a emoção por diversas vezes embargou a sua voz. “ O que eu posso dizer diante tantas coisas belas que foram ditas aqui hoje?! Eu quero encerrar a minha fala dizendo para cada pessoa aqui hoje, cada aluno, colega que eu não pude dar um abraço ainda, que estou muito feliz de estar aqui com todos, participando da história desses 55 anos”. A diretora finaliza citando um poema “Aos moços” de Cora Coralina sobre a importância de lutar e não desistir diante dos obstáculos da vida. A vice-diretora do IPTSP e também coordenadora-geral de graduação, Megmar Carneiro, também muito emocionada, conta orgulhosa de participar desse momento, visto que sua trajetória de vida também faz parte da história do Instituto. “Por muitas vezes ouvi dos meus filhos que eu gostava mais do IPTSP do que deles (risos), ora, a gente sabe de toda a dedicação que temos com este lugar, e dos desafios que é para a nossa família, eu praticamente nunca sai daqui, então, estou muito emocionada de estar aqui com todos vocês e também muito agradecida, por ter compartilhado esses anos de aprendizado, dedicação e trabalho”, conclui a vice-diretora, Megmar Carneiro.
UFG e IPTSP
Depois de fazer os cumprimetos para todos os presentes, o vice-reitor da UFG, Jesiel Freitas Carvalho, contou que o IPTSP é uma unidade interdisciplinar muito importante para a Universidade, "O instituto tem um papel extremamente relevante, principalmente pelas características que deram origem a sua criação (...) temos aqui áreas envolvendo a saúde humana, saúde animal, formação de pessoas e isso possui um impacto muito grande não só regional mas em todo o Brasil. Lembro de estar na Capes, há um tempo, para um edital que recebemos o financiamento para a melhoria das condições biológicas, e ao final da reunião do comitê da Capes, foi falado que o dinheiro estaria em boas mãos, pois temos aqui no Instituto, a pessoa do professor Alejandro Luquetti, que há anos vem desenvolvendo um trabalho muito importante e de impacto nacional. Quer dizer, o Instituto é reconhecido em muitos lugares”. O vice-reitor também comentou sobre os 62 anos de criação da UFG, completados no dia 14 de dezembro, e de como todas essas comemorações estão ligadas, haja vista que a universidade está no ranking das melhores universidade do mundo. "Isso não é pouca coisa. Mesmo que se fôssemos uma universidade centenária, mas sendo uma universidade jovem, com 62 anos, de fato isso é um feito importante. E não há dúvidas de que esse tempo é resultado da ousadia dos nossos pioneiros e, que da qual nós somos herdeiros e temos procurado ao longo desses anos todos, manter e desenvolver a universidade. Portanto, é muito bom estar aqui nesse momento. Cumprimento e saúdo a vocês integrantes do IPTSP pela iniciativa de organizar esse evento que nos emociona e que faz justiça aos nossos colegas, além, de evidentemente, criar a oportunidade de podermos nos reencontrarmos e abraçar os amigos", finaliza o vice-reitor da UFG, Jesiel Freitas.
Ademais, participaram da cerimônia, a Pró-Reitora Adjunta de Graduação (PROGRAD), Heliny Carneiro Cunha Neves; Pró-Reitora de Assuntos Estudantis (PRAE), Maísa Miralva da Silva; Pró-Reitor Adjunto da Pró-Reitoria de Gestão de Pessoas (PROPESSOAS),Sauli dos Santos Júnior; Diretor da Faculdade de Artes Visuais (FAV/UFG), Bráulio Vinícius Ferreira; Secretária Luciana de Oliveira Dias da Secretaria de Inclusão (SIN/UFG); Coordenador do Departamento de Saúde Coletiva (DSC), Max Oliveira; vice-chefe do Departamento de Saúde Funciona (DSF), Ruth Losada; Coordenadora do Departamento de Biociências e Tecnologia (DEBIOTEC), Juliana Lamaro Cardoso; Coordenadora Administrativa, Kariny Vieira Soares e Administrador e coordenador de Planejamento e Gestão, Álisson Pereira dos Santos e demais servidores do IPTSP e discentes.
Aposentados homenageados
Abigair Francisca Ramos
Aiçar Chaul
Alejandro Luquetti Ostermayer
Alfredo Evangelista
Amélia Regina S. Farah
Aminadab Rodrigues Rodarte
Ana Lúcia Sampaio Sgambatti De Andrade
Ana Maria de Faria
Anne Lucione De Mello Pereira
Aristides José Barbosa
Arminda de Jesus Machado
Augusto Luiz França Braga
Celio Cezar de Moura Gomes
Cleômenes Reis
Divina das Dôres de Paula Cardoso
Divina Helena de Rezende
Divino Miguel Rassi
Dulce de Almeida
Dulcinéa Maria B. Campos
Édia de Sena Lustosa
Edna Atahyde Cavalcante
Edson Pereira
Ernesto Panicali
Grace Helena Daher Ceva Faria
Helena Maria B. Martins
Hélio de Almeida Guerra
Heloisa Aparecida Machado
Hugo Junqueira
Irmtraut Araci H. Pfrimer
Joana Rosa Mendonça
João Guimarães de Andrade
Joaquim Caetano A. Neto
José Almi dos Santos
José Clementino de Oliveira Neto
José Eurípedes Leão
José Luiz de Barros Araújo
Julieta Machado Paçô
Ledice Inacio A. Pereira
Lélio Leonardo Araújo
Lia Cândida M. de Castro
Ligia Miranda Ferreira Borges
Lourdes da Mota Ferreira
Luiz Carlos Neto
Maria Alves Queiroz Santos
Maria Aparecida Leite Alves
Maria Cláudia Dantas Porfírio B. André
Maria de Lourdes Conceição
Maria Vitalina N. Guerra
Marilene de Almeida
Marília Dalva Turchi
Moacir A. Maia
Orionalda Fátima Lisboa Fernandes
Regina Beatriz Lupi Bevilacqua
Regina Maria Bringel Martins
Roberto Batista Pedrosa
Sebastião Dias Batista
Solimar Almeida de Oliveira
Wilia Marta E. D. de Brito
Source: Comissão de Comunicação IPTSP