Vacinas e combate à desinformação são temas da abertura do 19º Conpeex

Texto: Kharen Stecca

Fotos: Carlos Siqueira

A Universidade Federal de Goiás deu início, na tarde do dia 22 de novembro, à 19ª edição do Congresso de Ensino, Pesquisa e Extensão. Esta é a primeira vez desde o início da pandemia que o congresso é realizado de forma 100% presencial, embora marcado pelo reforço das medidas de proteção à Covid-19 devido ao aumento do número de casos da doença nos últimos dias no país, como a vacinação que está sendo aplicada durante todo o congresso e também a forte recomendação do uso de máscaras. 

A abertura teve mesa com da reitora Angelita Lima, da Presidente da Fundação RTVE, Silvana Coleta, de diversos pró-reitores e representantes de instituições parceiras e unidades acadêmicas. A Banda Pequi, da Escola de Música e Artes Cênicas e o grupo Trapo do Centro de Ensino Aplicado à Educação (Cepae) iniciaram as atividades com apresentações culturais. Em seguida, membros da mesa diretiva usaram a palavra destacando a programação do congresso, que alarga as discussões sobre a história do país, a ciência, a tecnologia e a inovação. A reitora Angelita Lima destacou o papel das universidades na produção do conhecimento, mas com o objetivo de reduzir desigualdades e chegar na sociedade. 

A abertura do evento abordou um tema de extrema importância para a universidade e para a sociedade: “As vacinas que nos salvam da Covid-19 e o combate às Fakenews e ao negacionismo”. A palestra foi ministrada por Luiz Carlos Dias, professor do Instituto de Química da Unicamp e que foi voz forte durante a pandemia no sentido de tornar público informações científicas sobre a pandemia e combater as fakenews. Ele trabalha com doenças consideradas negligenciadas como a Malária e a Doença de Chagas e que afetam pessoas no mundo todo. 

Na primeira parte da palestra o professor explicou o mecanismo da Covid-19 e como foram produzidas cada uma das vacinas para a doença, as variantes, as rotas que o vírus usa para infectar as pessoas e a grande inovação das vacinas para a Covid-19 que foram as vacinas de RNA, tão questionadas por movimentos negacionistas, mas que inovaram a forma de produção. 

O professor também deu um panorama sobre a vacinação no país que vem caindo em todos os tipos de vacinas e não só com relação à Covid e destacou que até agora 3405 crianças já morreram da doença no país. “Temos o plano nacional de imunização e poderíamos ter sido vanguarda no combate à pandemia, o que infelizmente não aconteceu”, afirmou.

Ele explicou sobre o papel da ciência, do método científico e ressaltou “Ciência é o que temos de mais próximo da verdade, mas não existe verdade absoluta na ciência”. Na segunda parte da palestra ele destacou seu trabalho durante a pandemia no sentido de combater as fakenews e destacou vários dos problemas criados por elas como o surto de informações falsas, a relativização da gravidade da pandemia, o ataque à ciência e às universidades, a contestação das vacinas e a defesa de tratamentos ineficazes e da imunidade de rebanho, que ele ressalta só é possível por meio de vacinação.  “A desinformação dificultou o controle da pandemia e estamos pagando com isso, mais de 700 mil pessoas morreram, há pessoas com covid longa, sequelas irreversíveis da Covid”, ressaltou. 

Ele também destacou que, mesmo com esses problemas, a ciência ganhou um espaço na mídia que nunca foi tão grande, mas que infelizmente tem diminuído. “Precisamos lutar para que esse espaço continue existindo”, afirmou. Ele também destacou a necessidade da academia de se reinventar e de manter contato com a sociedade civil organizada no sentido de combater a desinformação e se aproximar da sociedade.

Patrocinadores - O 19º Conpeex só foi possível com o apoio de diversos patrocinadores que auxiliaram na produção do evento. São eles: Fapeg, Adufg, Sintifes GO, Café Rancheiro, Gelmex, Enel, Corpo de Bombeiros do Estado de Goiás, Saneago, Fundação RTVE, Funape, Fundahc.

Programação - O tema da 19ª edição do Conpeex é “Bicentenário da Independência: 200 anos de ciência, tecnologia e inovação no Brasil”,  em consonância com a Semana Nacional de Ciência e Tecnologia de Inovação do Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovações (MCTI). O evento normalmente é realizado em outubro, Mês Nacional da Ciência, Tecnologia e Inovações, a mudança para novembro deste ano foi necessária em virtude do calendário letivo. A programação completa pode ser acessada aqui