Programa de Pós-Graduação em História da UFG completa 50 anos

Texto: Eduardo Borges

Fotos: Carlos Siqueira

O auditório Lauro Vasconcelos da Faculdade de História (FH) da Universidade Federal de Goiás (UFG) recebeu a solenidade do cinquentenário do Programa de Pós-Graduação em História (PPGH). O evento contou com a presença de discentes, docentes, egressos e ex-coordenadores do programa, que prestigiaram o descerramento da placa comemorativa e a apresentação do livro "50 Anos de Pós-Graduação em História na UFG", lançado oficialmente na sexta-feira (4/11). 

O coordenador do PPGH, professor Elias Nazareno, fez o discurso de abertura, enaltecendo as conquistas do programa e da FH, mesmo com as adversidades. Para o professor, a comemoração deste cinquentenário prova a força da UFG e das pessoas envolvidas no programa, pois tiveram que enfrentar momentos difíceis nos quais a ciência e o conhecimento histórico foram questionados.

História

O professor Elias também fez uma contextualização da história do PPGH, com uma breve homenagem às pessoas presentes no auditório que fizeram parte da coordenação do programa ao longo destas cinco décadas. Em sua fala, ressaltou que hoje, o PPGH tem a nota mais alta da região centro-oeste, se configurando como a principal referência em pós-graduação na área. Para Elias, a conquista atual se deve ao histórico pavimentado pelos docentes do passado, que nesses 50 anos formaram mais de 700 mestres e doutores.

“Este é um dos programas mais antigos do Brasil, pois o Sistema Nacional de Pós-Graduação (SNPG) foi criado no final da década de 1960 e logo em seguida, a partir de 1972, se iniciou o processo de abertura do PPGH. Cinquenta anos parece pouco, mas para nossa história é muito, justamente porque a pós-graduação no Brasil é bastante recente. Para esta comemoração, estamos lançando um livro que conta essa história, sendo que o primeiro capítulo traz uma genealogia sobre o processo de criação e fortalecimento da pós-graduação em Goiás”, completa Elias Nazareno.

O livro "50 Anos de Pós-Graduação em História na UFG" contou com a colaboração de diversos nomes que participaram da trajetória do programa. A reitora da UFG, Angelita Pereira de Lima, destacou a importância do livro, que é um documento histórico que reposiciona o PPGH em seu devido lugar como um dos principais expoentes da pós-graduação. Em sua fala, também mencionou o contexto político atual, palavras que foram aplaudidas por todas as pessoas presentes no auditório.

“A pós-graduação da UFG começou nas humanidades, em letras e em história. Hoje, há um grande desafio que precisamos combater, que é a evasão na graduação, pois sem essa etapa não teremos nossa continuidade na pós. Além disso, nossas instituições se provaram fortes, pois foi possível passar por um processo eleitoral intenso de muita disputa, mas ao final o sistema democrático está mantido. É importante saudar sempre a democracia porque vamos continuar com os enfrentamentos necessários e com o amadurecimento que é muito importante. Parabéns pelo livro, pelos 50 anos de PPGH e sigamos porque a luta permanece intensa”, afirmou Angelita. 

Lutas

Para o pró-reitor de Pós-Graduação da UFG, Felipe Terra Martins, os 50 anos do programa evidenciam lutas vencidas, pois o ambiente da pós é complexo e um dos mais desafiadores, por enfrentar preconceitos e entraves financeiros. Felipe Terra defende que chegar a um cinquentenário mostra que a Universidade é forte e que vai sobreviver mesmo com os empecilhos, sendo que ao final, a comemoração é uma certeza. 

A solenidade contou também com a participação da primeira vice-presidente do Sindicato dos Docentes das Universidades Federais de Goiás (Adufg), Luciene de Oliveira Dias, que em nome do sindicato, desejou longevidade ao programa e garantiu apoio em todas as instâncias para o PPGH. 

“Comemorar 50 anos de dedicação à pesquisa, ao ensino e à preparação de mais pessoas dispostas a construir uma universidade qualificada é sem dúvidas motivo de orgulho. É uma grande alegria não só para o programa mas para todas as pessoas que fazem, fizeram e farão parte da UFG. Que o PPGH consiga se posicionar como têm feito ao longo desses 50 anos e que possa ser cada dia mais plural”, afirma Luciene Dias.

O diretor da FH, Eugênio Rezende de Carvalho, destacou que destes 50 anos, ele esteve presente em 30. O professor diz ser “um filho do PPGH”, pois deve muito ao programa intelectual e institucionalmente, pois também foi coordenador entre os anos de 2008 e 2009. O diretor defende que ao longo das décadas, momentos bastante difíceis e desafiadores foram enfrentados, mas isso gerou grandes e importantes conquistas. 

“Temos que celebrar e nos orgulhar de nossas lutas todos os dias porque somos colaboradores deste programa e instituição. Não foi fácil chegar até aqui, ainda mais com os desafios do presente em um contexto pouco amistoso para com a universidade pública, a ciência e a pesquisa científica. Que mais do que mestres e doutores em história, continuemos sobretudo formando cidadãos comprometidos com seu tempo”, finaliza Eugênio.

Após as falas, todas as pessoas presentes foram convidadas para participar do descerramento da placa comemorativa dos 50 anos do programa.