
62 anos da Faculdade de Medicina: uma história de luta
Comunidade universitária da UA se reuniu lembrando sua trajetória para construir seu futuro
Texto: Caroline Pires
Fotos: Júlia Barros
Docentes, estudantes, técnicos-administrativos e aqueles que tem sua história ligada à Faculdade de Medicina, se reuniram na manhã de hoje, 25 de abril, para enaltecer a história da unidade acadêmica da UFG, que completa 62 anos. Na ocasião, o professor emérito da UFG, Heitor Rosa, apresentou a trajetória da unidade acadêmica, que tem sua história ligada com a fundação da UFG.
O diretor da FM, Waldemar Naves, lembrou que as inúmeras atuações de várias pessoas na faculdade foi sempre marcada pelas lutas. "Quem visita o passado faz história e programa o seu futuro. Por isso estamos aqui", destacou. Falando em nome do corpo discente da faculdade, o presidente o Centro Acadêmico, 21 de abril, estudante Joaquim Henrique Farias, iniciou reforçando o privilégio de poder ser uma peça na história da instituição, "eu quero dizer sobre o quanto eu aprendo todos os dias com os colaboradores que constroem essa faculdade, desde a direção até o serviços gerais". Joaquim Farias destacou ainda o papel da extensão para levar e mostrar para toda a sociedade o papel de uma universidade pública e gratuita.
Reitora da UFG fez discurso reforçando valores como a memória e o pertencimento
Já o vice diretor da FM, prof. Marcelo Rabahi, compartilhou que esteve recentemente com médicos formados, há 10 anos na faculdade, e comentou que todos eles carregam as marcas desse período de formação e a importância que teve na sua vida pessoal e profissional. Raimundo Nonato, presidente da cooperativa Sicoob, e egresso da FM, recordou a sua trajetória na Universidade. "O Sicoob é parceiro da faculdade em inúmeros projetos e temos toda a intenção de continuar colaboracando para o fortalecimento da instituição", reforçou.
A reitora da UFG, Angelita Pereira de Lima, iniciou lembrando que memória e luta são coirmãs "estar aqui recordando esta história é enfatizar a luta que deve ser encarada diante do sistema de saúde brasileiro que está sendo tão atacada", defendeu. Segundo ela, é a produção de memória e pertencimento que gera o sentimento de atrelamento que "nos transforma como pessoas enquanto nos forma profissionais".
Uma história de vitórias
Após os discursos iniciais, o professor emérito da UFG, Heitor Rosa, lembrou que em 1960 a cidade de Goiânia contava com pouco mais de 125 mil habitantes e apenas 100 médicos. Ele lembrou que foi muito difícil a criação da faculdade, "o Ministério da Educação era contra a criação, contudo, com a intermediação de Francisco Ludovico de Almeida Neto, colhendo a assinatura do presidente Juscelino Kubischek dentro de um avião, foi possível a concretização deste sonho", contou.
Heitor Rosa é professor emérito da UFG
Heitor Rosa lembra que o corpo docente da FM foi formado por professores de vários países, incluindo pesquisadores internacionalmente conhecidos, incluído Enzo Nesci, da Faculdade de Medicina de Messina, na Itália. O professor emérito destacou também o enorme papel da Faculdade de Medicina de Ribeirão Preto (FMRP) para a construção e estruturação do curso. Já no ano de 1994 foi criada a logomarca que é uma identidade para todos os que passaram pela FM.
O professor lembrou do privilégio e alegria que sentiu em organizar a comemoração dos 50 da FM, no ano de 2010, quando era diretor. "A partir de então inauguramos a Medicina em Concerto, com apresentações artísticas de alto nível, sempre na última terça-feira do mês", lembrou. Zelando por sua memória, está prevista a construção de um museu no prédio anexo a FM que é Patrimônio Histórico da UFG. "Eu continuo sonhando e espero estar aqui para comemorar os 70 anos desta casa", encerrou sua fala.
Orgulho
A segunda conferência da manhã foi do ex diretor e coordenador da residência médica do Hospital das Clínicas e da Faculdade de Medicina da UFG. Prof. Fernando Carneiro. "O conceito de criação da faculdade foi possível graças as mais diferentes pessoas, que formaram um mozaico que pulsa no coraçãodo Brasil e reverbera a grandeza do seu trabalho", iniciou sua fala. Segundo o ex diretor, foi um orgulho e privilégio dividir a gestão de quatro anos a frente da FM, entre 2018 e 2022.
No início de sua gestão, o professor lembrou que foi realizada uma minuciosa análise dos pontos fortes e fracos da FM para traçar o futuro da unidade acadêmica. Contudo, a gestão foi afetada diretamente pela criação de um comitê de crise diário, diante da pandemia da Covid-19, visando garantir a segurança de servidores e estudantes. Fernando Carneiro ainda adiantou o projeto da construção de uma quadra para a Bateria da FM.
Ao final, todos os presentes entoaram o tradicional "parabéns para você", em mais uma singela homenagem aos 62 anos da FM.