Ala Florence Nightingale é inaugurada para ensino, pesquisa e extensão
Salas multifuncionais vão ser usadas para formação e prestação de serviços à sociedade
Texto: Versanna Carvalho
Fotos: Carlos Siqueira
A Faculdade de Enfermagem da Universidade Federal de Goiás (FEN UFG) inaugurou nesta quinta-feira (28/10), dia do servidor público, a Ala Florence Nightingale. O espaço, que antes era quase todo destinado a salas de aula convencionais, foi convertido em salas multifuncionais como consultórios, sala de vacina, ambulatório e laboratórios. Em alguns deles, estudantes poderão simular atendimento a pacientes, de forma realística, com manequins de ensino avançado, controlados por computador.
A Ala Florence Nightingale deverá iniciar o atendimento da população em geral, assim que a unidade acadêmica for inserida no Cadastro Nacional de Estabelecimentos de Saúde (CNES), vinculado ao Ministério da Saúde (MS). Serão oferecidos serviços como vacinação, ambulatório para tratamento de multi feridas e consultório para atendimento ginecológico.
A escolha do nome da ala é uma homenagem à enfermeira inglesa Florence Nightingale, que viveu no século 19, tida como a precursora da enfermagem moderna. A diretora da FEN, Claci Rosso, ressalta que a ala é voltada ao ensino, pesquisa, extensão e gestão, com qualidade elevada para que a graduação e a pós-graduação possam se apropriar e melhorar a sua formação e atender à missão da unidade acadêmica.
"A nossa missão é formar profissionais com excelência para o cuidado da saúde humana. Essa missão vem permeada de valores como a ética, o orgulho institucional, a cooperação, o autodesenvolvimento, a inovação, o compromisso social e a responsabilidade ambiental", explica.
Paciente artificial
Um dos destaques da nova ala da FEN são os Laboratórios de Habilidades e Simulação Clínica, que contam com manequins de simulação de alta, média e baixa fidelidade. Os de alta fidelidade emitem sons (de vômito, dor, respiração), respondem a perguntas (induzidas por computador ou por meio de manipulação em uma cabine de controle). Os bonecos imitam pacientes reais e permitem a ausculta pulmonar, monitoramento da pressão arterial e dos batimentos cardíacos. Conforme é programado, é possível visualizar o movimento respiratório do paciente artificial.
No Laboratório de Habilidades e Simulação Clínica vai ser possível ministrar diferentes disciplinas práticas e treinar melhor o estudante para que ele se familiarize com os ambientes e sons hospitalares e com possíveis reações do corpo humano antes de vir a ter contato com um paciente real.
Depois de visitar a Ala Florence Nightingale, o reitor da UFG, Edward Madureira, ficou impressionado, pois acredita que não deve haver muitas estruturas como esta pelo País. Ele falou sobre a diferença que uma gestão pode fazer em um espaço público, transformando uma crise em uma oportunidade. "Isso só é possível quando se trabalha com muita determinação, ousadia, competência e a capacidade de aglutinar as pessoas, incentivando-as a darem o seu melhor".
Tempos difíceis
Edward recordou que quando assumiu a gestão da UFG pelo terceiro mandato (não consecutivo), de alguma forma, já havia indícios de que viriam tempos muito difíceis pela frente. "Ali já sentíamos o declínio absoluto do financiamento público federal da educação superior brasileira. Já entrávamos nas crises orçamentárias, que vêm desde meados de 2015, quando entramos em uma decadência do financiamento. Em 2016 a situação ficou insustentável com a famigerada emenda constitucional 95, que inclusive ameaça paralisar todo o serviço público se não for revogada muito proximamente", alerta.
Essa perspectiva de reduções orçamentárias cada vez maiores foi seguida do movimento de desvalorização das universidades e negação da ciência por parte de alguns setores da sociedade. O advento da pandemia da covid-19, em 2020, desencadeou graves crises sanitária, econômica e humanitária.
Para Edward, um dos fatores que impulsionou a criação da Ala Florence Nightingale veio de um edital do Ministério da Educação (MEC), sobre o qual o reitor ficou sabendo, e alertou as professoras Claci Rosso e Luana Ribeiro de que esta poderia ser uma oportunidade de conseguir recursos para a FEN. A partir daí foi elaborado e submetido um projeto, que veio a ser aprovado. "O resto do Brasil não acreditou. Nós acreditamos e o resultado está aqui", fala.
Servir a sociedade
Segundo o reitor, isso aconteceu devido à compreensão e ao desprendimento que a alta gestão da Universidade e também as diretorias das unidades acadêmicas possuem de que a universidade não é maior e nem menor do que ninguém. "A universidade é um ator [social] que trabalha na aglutinação dos demais atores em função da sua credibilidade, competência e capacidade de trabalhar em equipe e de construir soluções para a nossa cidade, nosso estado e nosso País".
Edward enfatiza que "a Universidade Federal de Goiás está aqui para servir a sociedade e para dialogar com todos aqueles que querem promover o desenvolvimento, trabalhar contra as dificuldades e fortalecer a pesquisa. Hoje vemos uma universidade integrada com o governo estadual, com o governo municipal, com o Ministério Público, com a Justiça Federal, com o governo federal, naquela parte que acredita na gente. Não fechamos a porta para ninguém", conclui.
A mesa diretiva do evento de inauguração da Ala Florence Nightingale da FEN UFG foi composta pelo reitor da UFG, Edward Madureira; pela vice-reitora da UFG, Sandramara Matias; a diretora da FEN, Claci Rosso; a docente da FEN UFG e secretária-executiva da Secretaria Municipal de Saúde (SMS), Luana Ribeiro, que representou o secretário de Saúde, Durval Pedroso; a presidente da Associação Brasileira de Enfermagem (Aben-GO), Marta Carvalho; e a presidente do Conselho Regional de Enfermagem (Coren-GO), Edna Batista.
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Fuente: Secom UFG