Brasil é o 93º em índice internacional de paridade de gênero
Pesquisa é feita em 156 países; na América Latina, o País é o 25º de 26 participantes
A pesquisa Global Gender Gap Report 2021 do Fórum Econômico Mundial (FEM) mostra que a igualdade de gênero está ainda mais distante das mulheres devido à pandemia de covid-19 e levará 135,6 anos para ser conquistada. Antes a expectativa era de 99,5 anos. De acordo com a pesquisa, o Brasil fechou 69,5% de sua lacuna geral de gênero, alcançando a posição 93 globalmente. Entre os 26 países da América Latina que participaram do levantamento, o Brasil ficou em 25º lugar.
Apenas 13,8% da lacuna de gênero no Empoderamento Político tem sido encerrada, classificando o Brasil em 108º lugar nesta edição índice, com uma queda de 4 posições desde o ano passado. Existem muito poucas mulheres parlamentares (15,2%, 17,9% lacuna fechada até agora) e ministros (10,5%, 11,7% lacuna fechada até agora), e uma mulher esteve em um papel de chefe de estado por apenas cinco anos dos últimos 50 (lacuna de 12%).
Salários
As lacunas de gênero também persistem em termos de Participação e Oportunidade, onde apenas 66,5% da lacuna foi fechada (classificação 89), uma ligeira melhora em relação à edição anterior. Essas lacunas manifestam-se principalmente em termos de salários e rendimentos. Para a pesquisa, 54,2% da desigualdade salarial e 56,7% da diferença de renda foram fechadas. As disparidades de gênero também continuam na força de trabalho participação, onde 61,9% das mulheres adultas e 80,1% dos homens estão na força de trabalho (lacuna de 77,2%), bem como em termos de presença feminina em cargos seniores, onde as mulheres são 39,4% de todos gerentes (gap de 65,1%).
Apesar de o Brasil ter um longo caminho a percorrer para reduzir as lacunas de gênero na política e na economia, está um pouco melhor em termos de saúde e sobrevivência e subíndices de desempenho educacional. Em termos da saúde, 98% da lacuna foi preenchida, e a paridade foi alcançada em todos os níveis de educação. Quando se trata de educação, apesar de não haver lacunas nas taxas de matrícula no ensino primário, secundário ou ensino superior, apenas 10,7% das mulheres brasileiras em universidade estão matriculadas em programas de ciência, tecnologia, engenharia e matemática contra 28,6% dos homens. Isso exige políticas de incentivo à matrícula de mulheres em estudos técnicos que podem contribuir para a abertura de novos e melhores oportunidades para elas.
Redução de disparidades
Os cinco países que mais melhoraram no índice geral em 2021 são Lituânia, Sérvia, Timor-Leste, Togo e Emirados Árabes Unidos, tendo reduzido suas disparidades de gênero em pelo menos 4,4 pontos percentuais ou mais. Timor-Leste e o Togo também conseguiram reduzir o fosso econômico em pelo menos 17 pontos percentuais completos durante o ano. Três novos países foram avaliados este ano pela primeira vez: Afeganistão (156º), Guiana (53º) e Níger (138º).
De acordo com a pesquisa do FEM, o progresso em direção à paridade de gênero está estagnado em várias grandes economias e indústrias. Isso se deve em parte ao fato de as mulheres serem mais frequentemente empregadas nos setores mais afetados pelos bloqueios, combinados com as pressões adicionais de prestação de cuidados em casa.
O relatório, agora em seu 15º ano, compara a evolução das lacunas de gênero em quatro áreas: participação econômica e oportunidade; realização educacional; saúde e sobrevivência; e empoderamento político. Também examina as causas das brechas de gênero e descreve as políticas e práticas necessárias para uma recuperação com inclusão de gênero.
Política
A deterioração em 2021 é parcialmente atribuída a uma crescente disparidade política de gênero em vários países com grande população. Apesar de mais da metade dos 156 países indexados registrarem uma melhora, as mulheres ainda detêm apenas 26,1% dos assentos parlamentares e 22,6% dos cargos ministeriais em todo o mundo. Em sua trajetória atual, a lacuna política de gênero deve levar 145,5 anos para se fechar, em comparação com 95 anos na edição de 2020 do relatório, um aumento de mais de 50%.
O hiato econômico de gênero teve uma melhora apenas marginal desde a edição de 2020 e deve levar mais 267,6 anos para ser fechado. O lento progresso se deve a tendências opostas - enquanto a proporção de mulheres entre os profissionais qualificados continua a aumentar, as disparidades de renda persistem e poucas mulheres estão representadas em cargos gerenciais.
Educação e saúde
Embora essas descobertas sejam preocupantes, as lacunas de gênero na educação e na saúde estão quase fechadas. Na educação, embora 37 países tenham alcançado a paridade de gênero, levará mais 14,2 anos para fechar completamente essa lacuna devido à desaceleração do progresso. Na saúde, mais de 95% dessa lacuna de gênero foi eliminada, registrando um declínio marginal desde o ano passado.
O relatório oferece maneiras para os países trabalharem para eliminar as disparidades de gênero. Isso inclui mais investimentos no setor de assistência e acesso equitativo à licença de assistência para homens e mulheres que trabalham, políticas e práticas que se concentram proativamente na superação da segregação ocupacional por gênero, políticas eficazes de desenvolvimento de habilidades no meio da carreira para mulheres e práticas gerenciais que incorporam práticas imparciais de contratação e promoção.
The Orange Day
A violência contra mulheres e meninas é uma das mais persistentes e devastadoras violações de direitos humanos em todo o mundo, e o Brasil é um dos países que lideram os rankings dessa forma de violência. Pensando nisso, a Universidade Federal de Goiás (UFG) aderiu à campanha The Orange Day, da ONU Mulheres, que faz parte da Organização das Nações Unidas (ONU) pelos direitos das mulheres.
Todos os meses, no dia 25, será realizado o Orange Day. O Portal UFG e as redes sociais oficiais da Universidade divulgarão materiais relacionados à campanha, até o dia 25 de novembro, Dia Internacional pela Eliminação da Violência contra a Mulher. A violência contra mulheres e meninas e particularmente a violência doméstica, aumentou dramaticamente em todo o mundo no contexto da pandemia de covid-19.
Veja onde denunciar casos de violência contra a mulher
Central de atendimento à mulher - 180
https://www.gov.br/pt-br/servicos/denunciar-e-buscar-ajuda-a-vitimas-de-violencia-contra-mulheres
Boletim de Ocorrência Online em Goiás
https://raivirtual.ssp.go.gov.br/delegacia-virtual/#/
Delegacias Especializadas no Atendimento à Mulher (DEAM Goiás)
Fonte: Fórum Econômico Mundial
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