
Virada Ambiental 2021 visa fomentar resgate da biodiversidade
Evento acontece anualmente em 22 de novembro com o plantio de mudas nativas da região

O lançamento da terceira edição do Projeto Virada Ambiental ocorreu na sexta-feira (18/6) em um evento virtual no canal do YouTube Virada Ambiental. A Virada Ambiental é uma iniciativa de mobilização social para incentivar o plantio de espécies nativas com o objetivo de resgatar a biodiversidade e recuperar serviços ambientais dos ecossistemas. O evento acontece anualmente em 22 de novembro, Dia Estadual da Consciência Ambiental. Para fazer parte, o município deve aderir ao projeto e se comprometer com o plantio orientado de mudas de árvores nativas durante o mês de novembro.
Segundo dados apresentados pelos organizadores durante a live, no ano passado, houve um aumento de 15% no número de municípios participantes e de 38% no total de mudas plantadas em relação à primeira edição do evento em 2019. Em 2020 também foi observada a adesão de cidades da Bahia (1), Ceará (1), Minas Gerais (4) e Rio Grande do Sul (1).
"A Virada Ambiental é uma ação que depende da parceria no sentido de melhorar a qualidade ambiental dos municípios. A expectativa nossa é divulgar a possibilidade de se plantar e com isso melhorar a qualidade das águas, do solo e da comunidade como um todo. Então, a Virada Ambiental nada mais é do que uma mudança de postura da comunidade frente às questões ambientais", declara o coordenador do projeto e professor da Universidade Federal de Goiás (UFG), Emiliano Lôbo de Godoi.
Apoio
Uma das parceiras desta iniciativa é a Federação Goiana de Municípios (FGM). O presidente da instituição, Haroldo Naves, reforçou a importância do projeto. "Nós da FGM vamos apoiar como apoiamos nas edições anteriores. Estamos juntos nesta luta para chegarmos a todos os 246 municípios goianos. Também é importante para os municípios porque conta ponto para o ICMS ecológico", observa.
A Virada Ambiental também prevê a orientação técnica aos gestores municipais e servidores das secretarias municipais de meio ambiente para que o plantio seja feito de forma correta. Neste ano, o diretor técnico da Associação Nacional de Órgãos Municipais de Meio Ambiente, seção Goiás (Anamma-GO), Ary Soares, comentou que está previsto para o segundo semestre o lançamento de uma capacitação, em parceria com a UFG, voltada para os quadros técnicos e de gestão das secretarias municipais de meio ambiente e demais órgãos de meio ambiente.
Consciência
Segundo o presidente da Agência Goiana de Assistência Técnica, Extensão Rural e Pesquisa Agropecuária (Emater), Pedro Leonardo de Paula Rezende, o produtor rural participa ativamente da Virada Ambiental e está consciente da necessidade de elaborar práticas de sustentabilidade na condução das suas atividades.
"O produtor rural entende que a água e o meio ambiente são os principais ativos da sua atividade econômica e que para ter êxito é preciso cuidar deles e fazer o uso correto e técnico desses recursos. Nesse processo, a Emater se propõe a levar as tecnologias aos produtores rurais de forma que eles possam conduzir as suas atividades de maneira a ter a rentabilidade necessária, mas também de forma sustentável ambientalmente", complementa Pedro Leonardo.
Escassez hídrica
Quando se investe em sustentabilidade, todos os envolvidos ganham: o meio ambiente, a economia e a sociedade. A superintendente de Recursos Hídricos da Saneago, Camila Roncato, lembra que a empresa, que é parceira e participa ativamente do projeto, também colhe os frutos do plantio de árvores feito durante a Virada Ambiental.
"Eu chamo a atenção para este momento que estamos passando devido à escassez hídrica. Neste ano foi feito o primeiro alerta federal de emergência hídrica. Ações como a Virada Ambiental são fundamentais para que a gente consiga reverter esse cenário, que influencia não só o abastecimento público, mas também os produtores rurais e as indústrias. Esse plantio funciona de maneira a melhorar a qualidade e a quantidade de água que tem nas nossas bacias de abastecimento. É muito louvável e temos orgulho de fazer parte dele", afirma Camila.
"Neste ano parou de chover um mês antes do esperado. Cabe a cada um de nós ter consciência do uso da água de maneira racional e também de procurar fazer ações pelo meio ambiente, garantindo a biodiversidade e a própria água", alerta a superintendente da Saneago.
O projeto Virada Ambiental é realizado por meio da parceria entre as seguintes instituições: Universidade Federal de Goiás (UFG), Associação Goiana de Municípios (AGM), Federação Goiana de Municípios (FGM), Secretaria de Estado de Meio Ambiente e Desenvolvimento Sustentável de Goiás (Semad), Agência Goiana de Assistência Técnica, Extensão Rural e Pesquisa Agropecuária (Emater), Secretaria de Estado de Agricultura, Pecuária e Abastecimento de Goiás (Seapa), Conselho Regional de Engenharia e Agronomia de Goiás (Crea-GO), Ministério Público do Estado de Goiás (MP-GO), Receita Federal, Saneamento de Goiás (Saneago), Associação Goiana de Engenheiros Ambientais (Ageamb), Associação Nacional de Órgãos Municipais de Meio Ambiente (Anamma), Comissão de Meio Ambiente e Recursos Hídricos da Assembleia Legislativa do Estado de Goiás (CMARH/Alego), Confederação Nacional de Municípios (CNM), União de Vereadores do Estado de Goiás (Uvego) e Politizar Alego UFG.
Usinas fotovoltaicas
O reitor da UFG, Edward Madureira, comenta que o projeto Virada Ambiental faz parte das ações de sustentabilidade da Instituição. "Temos uma série de iniciativas de sustentabilidade dentro do programa UFG Sustentável e esse se consolida como um dos principais programas de universidade pública no que diz respeito à sustentabilidade", destaca.
Durante o evento, o pró-reitor de Administração e Finanças (Proad) da UFG, Robson Maia Geraldine, apresentou as informações sobre as usinas fotovoltaicas da instituição utilizadas para a produção de energia solar. Parte das usinas já está ligada e outra parte aguarda a autorização da Enel para ser ligada, o que é esperado para ocorrer no mês de julho de 2021. Na conclusão desse processo, a UFG será capaz de produzir 6 mil megawatts/hora (MW/h). O equivalente a aproximadamente 35% do consumo de energia elétrica, de acordo com referências do ano de 2019 (pré-pandemia quando houve 100% de atividades presenciais). Neste ano, o consumo de energia da UFG foi de 16.600 MW/h de energia.

"É um grande salto da UFG e uma grande contribuição para a sociedade. Se for considerada a tarifa atual de energia elétrica, isso corresponde a uma economia de aproximadamente R$ 3 milhões por ano", contabiliza Robson.
Somadas todas as ações ligadas a esta atividade de eficiência energética, desde o início do processo, até os dias atuais, foram investidos cerca de R$ 15 a 16 milhões. O retorno a esse investimento é esperado no prazo de aproximadamente cinco anos. O projeto de eficiência energética também contribui com a redução da emissão de gás carbônico (CO₂) pela Universidade.
"Com a produção de 6 mil MW/h que temos nas usinas implantadas a partir de julho, nós evitaremos anualmente a emissão de 750 toneladas de CO₂ no meio ambiente. Isso significa dizer que a gente fez um trabalho equivalente à fixação de CO₂ por 5 mil árvores durante 20 anos", afirma o pró-reitor.
Analisa UFG
A plataforma Analisa UFG agora conta com o ícone UFG Sustentável, que direciona a uma seção de dados sobre o Projeto UFG Sustentável. As informações estão reunidas em quatro painéis: gestão de energia, gestão de água, gestão de resíduos e ações ambientais de extensão.
O analista de dados da UFG, Victor Gonçalves Bento, apresentou as novidades do Analisa UFG durante o lançamento da Virada Ambiental 2021. De acordo com o servidor, os novos painéis compõem uma importante ferramenta de monitoramento do desempenho ambiental. "Ao agrupar essas informações, unindo-as, e transformando-as dentro de uma gestão ambiental, temos uma importante ferramenta do desempenho ambiental da Universidade de forma atualizada e transparente para a sociedade sobre o que está sendo feito e o quanto estamos conseguindo produzir", explica.

O UFG Sustentável é um projeto que tem objetivos, ações, metas, prazos de execução e mecanismos de monitoramento e avaliação definidos, que permitem à UFG estabelecer práticas de sustentabilidade e racionalização de gastos e processos na administração pública.
A iniciativa foi pensada e elaborada com a colaboração da comunidade acadêmica da UFG e a Pró-Reitoria de Gestão de Pessoas (Propessoas) foi responsável por sistematizar o processo. É através deste plano, que a UFG assume o compromisso de gerenciar os seus impactos sobre o meio ambiente.
O UFG Sustentável foi estruturado em sete eixos temáticos: educação ambiental; ambientes construídos; energia elétrica; materiais de consumo; gestão de resíduos; qualidade de vida no trabalho; e mobilidade.
Já o Analisa UFG é um projeto desenvolvido conjuntamente pela Secretaria de Tecnologia e Informação (SeTI), por meio do Centro de Recursos Computacionais (Cercomp), e a Secretaria de Planejamento, Avaliação e Informações Institucionais (Secplan), contando ainda com a colaboração das Pró-Reitorias da Universidade. A plataforma tem por objetivo agregar e tratar dados, disponibilizar painéis com indicadores quantitativos e gerenciais, além de relatórios dinâmicos para atender às particularidades e necessidades de dados das áreas finalísticas da UFG.
Source: Secom UFG