UFG inaugura centro de pesquisa e inovação em ciências farmacêuticas
O Centro de Pesquisas Life integra laboratórios Farmatec, iBIOM, ToxIn e cNanoMed
Kharen Stecca
A Universidade Federal de Goiás inaugurou no dia 17 de dezembro o novo prédio do Centro de Pesquisas LIFE – Laboratórios Integrados para Inovação em Ciências Farmacêuticas. O centro, originado do Laboratório FarmaTec que começou a tomar forma em 1992, passando por diversas instalações dentro da Faculdade de Farmácia ganha agora uma sede no Parque Tecnológico Samambaia. O prédio reúne os laboratórios Farmatec (Laboratório de Tecnologia e Nanotecnologia farmacêutica), iBIOM (Laboratório de Inovação em Biomateriais), ToxIn (Laboratório de Ensino e Pesquisa em Toxicologia in vitro) e cNanoMed (Centro de Pesquisa Integrada em Nanomedicina).
O prédio tem área de mais de 2 mil metros quadrados e custou mais de 9 (nove) milhões de reais, recursos esses obtidos com Ministério da Ciência e Tecnologia (MCT), por meio da Financiadora de Estudos e Projetos (Finep) e da Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de Goiás (FAPEG).
A obra teve início em janeiro de 2018. O centro oferece infraestrutura completa de pesquisa na área que viabiliza desde ensaios de baixa complexidade até o desenvolvimento de formulações para estudos clínicos, compreendendo toda a cadeia de desenvolvimento de produtos farmacêuticos. Entre os destaques na pesquisa estão modernos ensaios alternativos à experimentação com animais, regeneração de tecidos e nanotecnologia aplicada na produção de medicamentos.
Durante a cerimônia a coordenadora do Farmatec e do projeto que viabilizou o prédio, Eliana Martins Lima (confira aqui o discurso) descreveu a trajetória do laboratório iniciando em 1992 com pesquisas na área de Tecnologia Farmacêutica junto ao laboratório de ensino, depois em um laboratório próprio, o Laboratório de Tecnologia Farmacêutica ainda no antigo prédio da FF, passando em 2001 para um prédio de 500 m² e agora para a nova sede. Ela destacou que o centro de pesquisas é hoje o maior da UFG e um dos maiores do país e cumpre a função de criar ambientes laboratoriais capazes de atender a pesquisa multidisciplinar e a inovação na área. Ao lembrar de sua trajetória na UFG ela recordou que ao entrar na universidade a pesquisa era incipiente e que acabou assumindo a missão, ao longo de sua carreira, de buscar formas de garantir infraestrutura de laboratórios para que a instituição obtivesse relevância nacional e internacional em pesquisas: "Grande parte do meu ofício e propósito se transformaram em tornar realidade para todos os que se aproximassem e quisessem compartilhar deste trabalho fascinante, aquele ambiente de laboratório capaz de transformar perguntas em respostas".
Ela destaca que o grupo de pesquisadores do centro já contribuiu para a formação de milhares de graduandos na UFG e que as pesquisas do laboratório já resultaram em mais de 400 artigos em revistas internacionais, além da formação de 110 mestres e 65 doutores. Também destacou a importância de laboratórios como o Farmatec para a pesquisa. “Espero que jamais deixemos de inspirar os jovens que nos procuram com o desejo de ser cientistas”, desejou a professora.
A diretora da Faculdade de Farmácia, Telma Alves Garcia falou em nome dos diretores presentes à inauguração e destacou que em momentos tão difíceis como a pandemia que estamos vivendo ninguém pode ficar compartimentado em seus espaços e deve trabalhar de forma integrada. O Diretor Científico da Fapeg, Marcos Fernando Arriel, afirmou que além das bolsas de formação e o acordo de 2018, logo existirão outras oportunidades para a Fundação continuar contribuindo para o desenvolvimento de pesquisas na área farmacêutica. “A Fapeg vem fazendo parte da história deste Centro e há espaço para novos acordos”. A Diretora de Cooperação Institucional do CNPq, Professora Zaíra Maria Turchi, também destacou a necessidade do trabalho em redes e em centros multiusuários. Destacou também como se sente parte da UFG e como sua formação na universidade permitiu que hoje ela possa contribuir de outros lugares com a instituição.
O pró-reitor de Pesquisa e Inovação, Jesiel Carvalho também ressaltou a relevância de a universidade estar inaugurando agora em seus 60 anos tantos projetos, mesmo em um momento tão difícil para o país. O reitor da UFG, Edward Madureira destacou que os pesquisadores da universidade conseguem hoje captar valores maiores até do que o custeio da instituição, o que mostra a relevância de nossa pesquisa. No entanto, afirma que nada disso seria possível sem as agências de fomento: Finep, Fapeg, Capes, CNPq e que devemos resistir a todo custo, não permitindo a extinção de nenhuma dessas instituições. “Temos massa crítica que pode mudar a realidade de Goiás e do Brasil. As soluções para os problemas nacionais passa pela universidade pública, mas a capacidade de realizá-las depende do trabalho destas agências”, ressaltou.
Quelle: Secom UFG