Pesquisa da UFG ganha Prêmio CAPES/Natura
O autor do trabalho é Vinícius de Medeiros Alves, que, sob a orientação da professora Carolina Horta, realizou graduação, mestrado e doutorado na Faculdade de Farmácia
Luciana Santal (Com informações da Assessoria de Comunicação da Capes)
A Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (Capes) publicou em dezembro o resultado da 3ª edição do Prêmio CAPES/Natura Campus de Excelência em Pesquisa, que tem o objetivo de estimular a produção de artigos de alta relevância e impacto para o desenvolvimento científico e tecnológico voltados à Sustentabilidade e Biodiversidade. Em 2020, dois temas foram escolhidos para a submissão de artigos: “Ciências moleculares e bioinformática com aplicações em tecnologias cosméticas” e “Amazônia: a ciência de dados contribuindo para conservação socioambiental e uso sustentável dos recursos naturais”.
O doutor em Inovação Farmacêutica pela Universidade Federal de Goiás (UFG), Vinícius de Medeiros Alves, produziu o artigo “QSAR models of human data can enrich or replace LLNA testing for human skin sensitization”, relacionado à sua tese de doutorado, orientado pela professora da Faculdade de Farmácia (FF), Carolina Horta. A produção, publicada no periódico Green Chemistry, da Royal Society of Chemistry, foi a vencedora no tema 1 do Prêmio CAPES/Natura e trata do trabalho desenvolvido por Vinícius na criação de modelos computacionais para análise de sensibilização cutânea, que podem ser usados em alternativa aos animais no laboratório.
Ao todo, foram 153 trabalhos inscritos nas duas temáticas da seleção. Catherine Torres de Almeida, do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (INPE), obteve o primeiro lugar no tema 2, e também recebeu a mesma premiação de Vinícius: o valor de R$25 mil reais e um certificado de autor premiado. O Programa de Pós-graduação em Inovação Farmacêutica da Faculdade de Farmácia da UFG, onde a pesquisa foi realizada, assim como sua orientadora, a professora Carolina Horta, também receberão certificados de premiação.
Vinícius é doutor em Inovação Farmacêutica desde 2017 pela Universidade Federal de Goiás. Tem experiência no desenvolvimento e aplicação de métodos de quimioinformática e modelagem molecular aplicada em pesquisas farmacêuticas e ambientais. Trabalha empregando técnicas de aprendizado de máquina e ciência de dados para analisar e extrair conhecimento de dados quimiogenômicos complexos e priorizar compostos químicos a serem testados experimentalmente. Para conhecer mais o seu trabalho, acesse o currículo lattes do pesquisador na Plataforma do Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq).
Ele considera fundamental o incentivo à produção científica nas universidades e também dos órgãos apoiadores. “Eu acredito que quando um trabalho científico tem impacto e é reconhecido, quem mais se beneficia é a sociedade. Essa conquista demonstra que tanto a Faculdade de Farmácia, quanto a UFG são instituições sólidas e que desenvolvem ciência de ponta. A realização desse trabalho também não seria possível sem o apoio das agências de fomento, que precisam ser fortalecidas para que possamos continuar produzindo talentos”, afirmou.
A professora da Faculdade de Farmácia, Carolina Horta, atuou na orientação dos trabalhos de Vinícius desde a sua iniciação científica, durante a sua graduação em Farmácia, como no mestrado, no Programa de Pós-Graduação em Ciências Farmacêuticas, e no doutorado no Programa de Pós-Graduação em Inovação Farmacêutica. Ela afirmou que essa conquista, motivo de muita alegria e orgulho, também é de todos os orientadores, colaboradores e instituições envolvidas neste trabalho de altíssima qualidade, relevância e impacto para o desenvolvimento científico e tecnológico do Brasil. A professora ainda enalteceu a vitória de seu orientando: “Ganhar este prêmio, dentre os mais de 150 trabalhos enviados, nos mostra que é possível desenvolver pesquisa de ponta na área de Fármacos, Cosméticos, Bioinformática, e Inteligência Artificial, fora dos eixos Sul e Sudeste do Brasil, mas com investimentos em Ciência e Tecnologia”.
Para o desenvolvimento do projeto ao longo destes anos, Vinícius recebeu apoio do CNPq, do Programa Ciências Sem Fronteiras e da Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de Goiás (Fapeg), e também contou com a importante colaboração de pesquisadores de excelência parceiros do exterior, da Universidade da Carolina do Norte (EUA), local de realização do estágio de doutorado-sanduíche. Carolina Horta lamenta que, com poucas colocações no mercado de trabalho e investimentos escassos em Ciência e Tecnologia no Brasil, talentos como Vinícius tenham que deixar o país. “Desde 2018, Vinícius atua como pesquisador em instituições nos Estados Unidos, por falta de oportunidades para jovens doutores aqui no Brasil. Se quisermos alcançar a soberania do nosso país, temos que investir massivamente em Ciência e Tecnologia. Esse prêmio é um reconhecimento muito importante para nossas pesquisas, e queremos continuar a desenvolver ciência de qualidade no Brasil”, defendeu.
Fonte: Secom UFG (com informações da Capes)