Virada Ambiental vai ser realizada em Goiás e outros estados
Projeto de extensão é desenvolvido por meio de parcerias entre diversas instituições regionais e nacionais
Texto: Versanna Carvalho
Ao longo de toda a pandemia do novo coronavírus a Universidade Federal de Goiás (UFG) tem se mantido ativa e implementado várias medidas de enfrentamento à doença. E, ainda assim, mantém-se atenta à necessidade de contribuir para a preservação ambiental. Por isso, pelo segundo ano consecutivo, a Instituição está se unindo a parceiros para realizar o Projeto Virada Ambiental 2020 no dia 22 de novembro. A solenidade de lançamento ocorreu virtualmente e foi transmitida ao vivo pelo canal do YouTube TV AGM, na manhã desta terça-feira (11/8), e teve como público secretários municipais do Meio Ambiente, vereadores e prefeitos de municípios goianos e também de outros estados.
Pela Universidade Federal de Goiás (UFG) estavam o reitor, Edward Madureira Brasil, e o diretor de Extensão da Pró-reitoria de Extensão e Cultura (Proec), Emiliano Lôbo de Godoi. Participaram ainda o presidente da Associação Goiana de Municípios (AGM), Paulo Sérgio de Rezende; o presidente da Federação Goiana de Municípios (FGM), José de Sousa Cunha; o presidente do Conselho Regional de Engenharia e Agronomia (Crea-GO), Francisco Antônio Silva de Almeida; o representante do deputado estadual Lucas Calil (PSD), Gustavo Mendes Mundim; e o presidente da Agência Goiana de Assistência Técnica, Extensão Rural e Pesquisa Agropecuária (Emater-GO), Pedro Leonardo de Paula Rezende.
A superintendente de Meio Ambiente e Recursos Hídricos da Saneago, Camila Dantas Lúcio Roncato; o delegado da Receita Federal, José Aureliano Ribeiro de Matos; o presidente da Associação Nacional de Órgãos Municipais de Meio Ambiente (Anamma), Marçal Fortes Cavalcante; a vice-presidente da Associação Goiana de Engenheiros Ambientais (Ageamb), Luíza Virgínia Duarte; a representante da Confederação Nacional de Municípios (CNM), Sofia Zagallo; e o presidente da União de Vereadores do Estado de Goiás (Uvego), Ricardo Oliveira, também marcaram presença e reafirmaram o objetivo de trabalhar pelo sucesso e crescimento da iniciativa.
Evento de lançamento pelo YouTube da AGM
Novidade
Durante a live, o reitor Edward Madureira lembrou do compromisso que a UFG e os demais parceiros têm com o avanço da sociedade como um todo, "mesmo diante do que talvez seja um dos maiores problemas da história". O dirigente apresentou uma novidade em relação ao ano passado. "A UFG está se propondo a fazer capacitação continuada das pessoas ligadas às secretarias do meio ambiente sobre esse desafio de fazer o plantio de mudas nativas do cerrado nos locais e utilizando as técnicas adequadas recuperar áreas degradadas e mananciais", observa.
O professor Emiliano Lôbo complementa a fala do reitor afirmando que a Virada Ambiental já é o maior projeto de extensão da UFG e está entre os maiores projetos de extensão do Brasil. "Depois do Projeto Rondon, a Virada Ambiental é o maior projeto de extensão de todas as universidades do País, em alcance regional, devido às parcerias com instituições de atuação nacional", orgulha-se.
O presidente da AGM, Paulo Sérgio de Rezende, observa que as pessoas esperam que os gestores públicos cuidem do meio ambiente. Ele acredita que este ano vai ser possível conseguir a adesão de um maior número de municípios goianos. O presidente da FGM, José de Sousa Cunha, enfatizou que o plantio das árvores vai simbolizar o despertar para a importância de preservar o meio ambiente.
Acompanhamento
O Crea-GO se colocou à disposição dos prefeitos para oferecer o sistema de georreferenciamento das áreas que vão receber as mudas de árvores nativas para que a sociedade possa acompanhar durante todo o ano com laudos e fotos como está sendo o cultivo, a limpeza da área e o desenvolvimento das árvores. "Iniciativas como esta trazem inúmeros benefícios e ajudam inclusive a reduzir a temperatura das cidades", ressalta o presidente Francisco Antônio de Almeida.
O presidente da Emater, Pedro Leonardo de Paula Rezende, agradeceu a oportunidade de contribuir para o Projeto que tem se consolidado na agenda ambiental de Goiás. "A primeira fase desse programa foi extremamente exitosa. E desde essa primeira fase os nossos técnicos têm acompanhando, no sentido de garantir, que as ações da primeira fase tragam resultados positivos, e alcancem o grande objetivo desse programa de convidar toda a sociedade a refletir diante da necessidade de um desenvolvimento sustentável. Não só no meio urbano, quanto no meio rural".
Estados
A partir deste ano, um dos objetivos da Virada Ambiental é levar o projeto para além dos municípios goianos. Para atingir este intuito, foi firmada uma parceria com entidades de atuação nacional como é o caso da Associação Nacional de Órgãos Municipais de Meio Ambiente (Anamma). O presidente da associação, Marçal Fortes Silveira Cavalcanti, anunciou que já há 14 Anammas Estaduais interessadas em participar do projeto.
"A Anamma quer assinar um termo de cooperação entre a Anamma e a UFG para que seja criada a Virada Ambiental de Capacitação. Estamos a disposição no que for possível, inclusive indo a Brasília para transformar essa Virada Ambiental de Goiás em uma Virada Ambiental nacional. Vamos convocar o maior número possível de municípios para que no dia 22 de novembro possamos trabalhar em conjunto", declara Marçal Cavalcanti.
O reitor Edward Madureira afirmou ao final do evento que o estímulo do presidente da Anamma foi muito bem recebido. Ele comentou ainda que, assumiu recentemente a presidência da Associação dos Dirigentes da Instituições Federais de Ensino Superior (Andifes), que congrega 69 universidades federais, 2 Centros Federais de Educação Tecnológica (Cefets) e 2 Institutos Federais de Educação, Ciência e Tecnologia (Ifets).
"Vou convidar o professor Emiliano para falar sobre o projeto para os reitores e também com os reitores do Conselho Nacional das Instituições da Rede Federal de Educação Profissional, Científica e Tecnológica (Conif), que tem 41 instituições, criando a possibilidade de envolver mais mil municípios em todo o País, com o apoio dos câmpus dessas instituições", afirma Edward Madureira para quem esse Projeto "tem fôlego para fazer história".
Política nacional
Uma das metas para este ano é levar a iniciativa para todos os 246 municípios goianos e para ao menos um município de cada unidade federativa brasileira. Ano passado, a Virada Ambiental conseguiu a participação de 140 municípios goianos, 57% do total, e o plantio de mais 130 mil mudas de árvores. O diretor de Extensão da UFG e coordenador do Programa UFG Sustentável, Emiliano Lôbo de Godoi, destaca que há a expectativa de contribuir para a criação de uma política nacional de incentivo ao plantio de espécies vegetais nativas.
Em Goiás, a Virada Ambiental já está rendendo frutos ao impactar positivamente na aprovação da Lei Estadual de Consciência Ambiental (Lei no 20.552, de 11 de setembro de 2019), que instituiu a data de 22 de novembro como o Dia Estadual da Consciência Ambiental.
Outra conquista importante foi o reconhecimento da ação como um dos critérios do Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Serviços (ICMS) Ecológico (Lei Complementar n 90 de 22 de dezembro de 2011). De acordo com o portal da Semad, trata-se de o ICMS Ecológico é um "mecanismo tributário que possibilita aos municípios acesso a parcelas maiores que àquelas que já têm direito, dos recursos financeiros arrecadados pelos Estados através do Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Serviços, o ICMS, em razão do atendimento de determinados critérios ambientais estabelecidos em leis estaduais. Não é um novo imposto, mas sim a introdução de novos critérios de redistribuição de recursos do ICMS, que reflete o nível da atividade econômica nos municípios em conjunto com a preservação do meio ambiente".
Desenvolvimento sustentável
A Virada Ambiental também está alinhada aos Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS) da Organização das Nações Unidas (ONU). Eles compõem a agenda de ações que devem ser implementadas por todos os países do mundo até 2030. Entre os objetivos, estão medidas ligadas à conservação dos recursos naturais e à proteção e recuperação dos ecossistemas e da biodiversidade.
É importante ressaltar que, o território goiano possui atualmente cerca de 38% de vegetação nativa de Cerrado, sendo o restante utilizado essencialmente para pastagem e agricultura. A degradação do bioma traz graves consequências para o meio ambiente e para o ser humano. A vegetação captura o carbono da atmosfera (responsável pelo efeito estufa), regula o fluxo de água no período de secas e enchentes, regula os níveis do lençol freático, controla a temperatura e a qualidade dos solos e contribui para a preservação da diversidade biológica.
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Fuente: Secom/UFG