Palestra reforça necessidade do fim de uma educação analógica
António Moreira, da Universidade Aberta de Portugal, defendeu que professores devem ser formados para atuar em novas formas pedagógicas
Augusto Araújo e Caroline Pires
A demanda por encarar as oportunidades do período de crise imposto pela pandemia é também uma urgência para rever práticas pedagógicas conhecidas da educação e sua relação com a vida em si. Com essa afirmação inicial do professor José Antônio Marques, da Universidade Aberta de Portugal, foi realizada ontem, 2/7, a live “Pandemia Covid-19: do ensino remoto emergencial à educação digital on-life", que contou com a moderação da prof.ª Daniela da Costa Britto Pereira Lima, da Faculdade de Educação da UFG, e participação da prof.ª Kátia Morosov Alonso, da Universidade Federal de Mato Grosso (UFMT). A ação foi promovida pelo UFG em casa e transmitido pelo YouTube oficial da UFG.
Logo de início o professor reforçou que a educação digital deve ser adotada como prioridade e não só no período de isolamento social. "Não é mais possível uma educação analógica empobrecida. Resistência a educação digital é um atraso que já existia e que a crise mundial deste momento só tornou mais visível. O vírus chegou e paralisou a educação", afirmou. Contando sobre sua experiência na Universidade Aberta de Portugal e a proximidade com estudantes da instituição que estão distribuídos por todo o mundo, o professor exemplificou que os ambientes de aprendizagem da instituição não foram prejudicados com a pandemia. "Educação digital não era novidade para nós", frisou.
"Não devemos colocar tônica nem no ensino e nem na aprendizagem mas na relação entre professores e alunos nesta lógica"
O professor defendeu um método de educação que utiliza as diferentes modalidades de tecnologia para ensinar e que seja enriquecida pela tecnologia digital. António Moreira denominou de “ensino híbrido’’ esta metodologia, que de acordo com o docente, “permite combinar ambientes e construir um ecossistema de aprendizagem que nos permita ultrapassar o período de crise e dar um salto qualitativo para uma dimensão que nem sequer estávamos antes da pandemia."
A presença do professor nos diferentes espaços de aprendizagem e a necessidade de ações pedagógicas também são aspectos a serem considerados, de acordo com o pesquisador. "Momentos de interação com os conteúdos e estudantes de forma digital são fundamentais. Grande parte dos professores do ensino superior são cientistas mas não têm dimensão pedagógica. Muitos não fizeram o investimento nesta área e infelizmente isto se confirmou mais claramente na pandemia. Educação digital não é ligar a câmera e começar a falar", considerou.
A professora Kátia Alonso (UFMT) argumentou sobre a realidade brasileira neste contexto de pandemia e as dificuldade que existem de acesso a tecnologias e internet. "Estamos tentando como universidades públicas pensar maneiras de alcançar os nossos estudantes já que infelizmente no Brasil não temos uma políticas públicas no sentido da menor exclusão possível", afirmou. Em contraponto, António Moreira compartilhou a experiência europeia que criou fundos para atuar para a formação de uma escola digital não só na frente da conectividade dos estudantes mas também na formação de professores neste contexto.
Ao longo do evento os professores responderam a comentários enviados no chat on line. Vale lembrar, que o professor José António Marques teve recentemente o seu artigo “Por um novo conceito e paradigma de educação digital onlife” publicado pela Revista UFG, acesse o artigo para entender mais a respeito de seu trabalho com as tecnologias de Educação.
Fuente: Secom/UFG
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