De casa nova, NDH ganha reforço na luta pelos Direitos Humanos
Em parceria com MPT, UFG inaugura sede do Núcleo Interdisciplinar de Estudos e Pesquisas em Direitos Humanos (NDH)
Texto: Aline Borges
Fotos: Carlos Siqueira
Prédio recém-inaugurado já possui projeto de ampliação
Na semana em que são comemorados os 70 anos da Declaração Universal dos Direitos Humanos, a Universidade Federal de Goiás (UFG), em parceria com o Ministério Público do Trabalho (MPT) e diversos setores da sociedade, dá um passo a mais na luta pela promoção dos direitos fundamentais dos cidadãos. Nesta terça-feira (12/12), foi inaugurada a sede do Núcleo Interdisciplinar de Estudos e Pesquisas em Direitos Humanos (NDH), projeto que, desde sua criação, em 2010, tem por objetivo viabilizar o ensino, pesquisa, extensão e eventos, na área de Direitos Humanos, de interesse tanto acadêmico quanto da comunidade de atuação da UFG.
Segundo a pesquisadora, especialista em Direitos Humanos e professora, Michele Cunha, a nova sede aproxima ainda mais universidade e sociedade. “Eu acho que a história do próprio prédio carrega esse simbolismo muito grande porque o dinheiro que veio é do Ministério Público do Trabalho, que luta por direitos trabalhistas, intermediado pela OAB, que também tem sido um pilar da democracia historicamente”, afirma ressaltando a importante parceria firmada, representada pelo procurador do trabalho em Goiás, Alpiniano Prado, que viabilizou a construção do prédio de 291m² e já se colocou na luta para uma futura ampliação do espaço.
Parceiros de luta
“Este é um momento muito breve, uma tarde de inauguração, mas que não teria sido possível sem os longos anos percorridos. Sem a participação de cada um e cada uma singularmente ao seu modo, não teria sido possível sem o apoio institucional, sem o respaldo dos nossos parceiros da sociedade civil e o governo, sem os inúmeros colegas de outras universidades, das redes de associação acadêmica, sem o engajamento apaixonado de todos nós”, iniciou a coordenadora do Programa de Pós-Graduação em Direitos Humanos, Helena Esser.
Tal perspectiva foi ressaltada pelo reitor da UFG, Edward Madureira ao afirmar que “em um momento de tantas incertezas e ameaças que se colocam no horizonte, nós conseguimos perceber a força da sociedade quando eu olho para esse auditório formado por representantes de segmento dos mais diversos e que estão aqui hoje se juntando num projeto de um Núcleo de Direitos Humanos que nasceu pequeno e se consolidou com muita força e em uma velocidade surpreendente”.
Segundo ele, todo o projeto faz parte de um conjunto de ações que consolida a cada dia mais o papel da UFG à serviço da sociedade. O prédio, neste sentido é um símbolo material de todo o esforço e trabalho desenvolvido. “Sem ele, sem a referência física fica muito mais difícil de atuar”, afirma e ressalta ainda o papel fundamental das “pessoas que se engajam nessa luta, os alunos, os professores, os parceiros que vêm somando nessa grande construção. A universidade sempre avança mesmo contra as correntes, a gente avança porque existe, além da competência, o compromisso de pessoas idealistas, que não se calam, que não se casam e resistem, e que estão comprometidos a construir um mundo melhor”, completa.
Edward reconheceu o papel fundamental do seu antecessor, Orlando Amaral, na viabilização do projeto
Neste sentido, a representante do Comitê Goiano de Direitos Humanos Dom Tomás Balduíno, Cláudia Nunes, afirmou que “o prédio materializa um projeto de educação em direitos humanos e, como a UFG tem uma tradição de ser aberta para a sociedade, eu acredito que os projetos que serão desenvolvidos aqui dentro eu não acredito que ficam só dentro da universidade”. De acordo com Nunes, tais parcerias com instituições como o MPT e a OAB dentre outros movimentos sociais, estimula a cultura de Direitos Humanos e amplia a percepção das lutas para além da operação da justiça criminal, que é o que acontece hoje.
Os caminhos para a transformação
Além disso, Michele ressalta que o espaço será fundamental para o fortalecimento das atividades já desenvolvidas pelo NDH e viabilização de projetos sonhados há tempos. “Nós teremos um espaço nosso para desenvolver projetos de extensão voltados para servidores públicos na educação e saúde, serviços públicos essenciais, e também das escolas porque eu acho que o Brasil erra muito ao não educar tanto seus jovens, quanto as crianças e os próprios servidores do Estado em uma compreensão melhor do que seja os Direitos Humanos”, comenta a pesquisadora.
Em termos objetivos, ela explica ainda que, além das duas especializações e um programa de mestrado, a partir de 2019, o NDH também será responsável pelo doutorado em Direitos Humanos da UFG. Além disso, Michele conta que o núcleo desenvolve também diversas atividades de ensino e extensão como “o grupo de estudos em formação em direitos humanos, que funciona quinzenalmente e um grupo de extensão, que acontece às segundas para capacitação de uma rede de pessoas para proteger mulheres em situação de vulnerabilidade e violência”. O projeto é coordenado pela própria pesquisadora e a proposta é que, ainda esse ano, o grupo amplie suas atividades para bairros vulneráveis da capital iniciando pela região Noroeste.
Para 2019, as expectativas aumentaram ainda mais com a formação da Escola de Direitos Humanos, cujo objetivo é “oferecer módulos de capacitação em Direitos Humanos de acordo com a demanda de cada entidade, serviço público que nos convidarem para discutir tópicos de Direitos Humanos, seja ele ligado à saúde, educação, relações intersubjetivas, relações de gênero”, conta a especialista.
Fuente: Secom UFG
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