O papel da educação formal no desenvolvimento humano
Professora Sandra Valéria Limonta, da Faculdade de Educação, abordou o tema em palestra do Programa Diálogos em Pesquisas e Inovação
Texto e fotos: Luiz Felipe Fernandes
É comum dizer a crianças que estão prestes a deixar a educação infantil para ingressar no ensino fundamental que "agora vai ficar difícil", "você vai ter muitos professores", "vai ter muita tarefa para fazer". O cenário de dificuldades desenhado pelos adultos é uma contradição diante da valorização que a sociedade dá à educação formal, do jardim de infância ao doutorado.
"Uma mesma sociedade que quer tanto uma educação formal desvaloriza quem a faz - os professores -, questiona o conhecimento repassado pela escola ou coloca o conhecimento científico como algo inalcançável", afirmou Sandra Valéria Limonta, da Faculdade de Educação da Universidade Federal de Goiás (FE/UFG).
A contradição foi um dos aspectos apontados pela professora na palestra Conhecer para quê? Questões sobre desenvolvimento humano, realizada na última quinta-feira (29/11), no auditório da Faculdade de Odontologia, no Câmpus Colemar Natal e Silva. O evento fez parte do Programa Diálogos em Pesquisa e Inovação, da Pró-Reitoria de Pesquisa e Inovação (PRPI).
Aos acadêmicos presentes, Sandra abordou alguns princípios da teoria histórico-cultural. A premissa básica desta corrente de pensamento é a de que o conhecimento, a formação e o desenvolvimento humanos precisam da educação formal, que atua como motor desse processo.
"Os processos de educação formal, que têm como objeto o conhecimento científico, são importantes para o desenvolvimento humano e tem peculiaridades que, diferentes da formação informal, promovem um tipo de desenvolvimento que, fora desse processo de educação formal, seria difícil de acontecer", detalhou.
Assim, é preciso compreender que o aprendizado escolar é importante não só para o desenvolvimento cognitivo, no sentido de formar uma pessoa intelectualizada, mas também em seu desenvolvimento em um aspecto mais amplo.
Professora Sandra Valéria Limonta, da Faculdade de Educação, abordou aspectos da teoria histórico-cultural
Acesso à informação
Outro ponto abordado durante a palestra foi a contradição entre informação e conhecimento. Segundo a professora, o aumento das possibilidades de acesso à informação, sobretudo com a internet, não implica, necessariamente, em aumento do conhecimento.
Por fim, Sandra refletiu sobre a importância do desenvolvimento científico no processo de desenvolvimento humano. "A aprendizagem dos conceitos científicos desenvolve e aprimora capacidades de pensamento", pontuou. Assim também ocorre com os avanços tecnológicos decorrentes desse conhecimento. "Ao se apropriar da cultura, o homem também se apropria e reproduz em si mesmo capacidades mentais e psicológicas a ela ligadas", finalizou.
Source: Secom/UFG