FACE realiza palestra sobre assédio moral
Psicóloga falou sobre o assédio dentro das instituições e seus efeitos na saúde dos trabalhadores
Texto: Letícia Rocha
Fotos: Amanda de Oliveira
Na tarde desta segunda-feira (28), a Faculdade de Administração, Ciências Contábeis e Ciências Econômicas (FACE/UFG) recebeu a psicóloga e doutora em medicina preventiva, Lis Andrea Soboll, da Universidade Federal do Paraná (UFPR), para uma palestra sobre gestão e assédio moral.
A pesquisadora explicou que o assunto ganha mais visibilidade a cada dia, o que seria um reflexo do aumento no número de ocorrências. "O assédio é uma das razões frequentes de adoecimento da população", pontuou a psicóloga, que lembrou ainda que as taxas de suicídio entre jovens cresceram em 30%.
Assédio moral
Lis Andrea explicou que o assédio vai muito além da relação entre vítima e assediador e que, não necessariamente, o agressor é uma pessoa física. Muitas vezes, esse papel é representado por uma organização, o que é chamado de assédio organizacional. Ele geralmente afeta a um coletivo, e na maioria das vezes, está ligado a cobranças em relação à produtividade.
"O assédio é lucrativo, mas há um custo humano maior que o lucro", disse Lis sobre a constante cobrança que é comum em ambientes de trabalho ou estudo. São essas atitudes que geram o medo da incompetência e a falta de esperança em ser reconhecido. As exigências são tantas, que o indivíduo deixa de ser preocupar com a qualidade daquilo que produz e, por isso, o faz com pouca qualidade, o que segundo a psicóloga, também gera o sofrimento ético.
Todas essas são situações que geram o adoecimento e que têm sido motivo para o aumento dos números de afastamentos, suicídios e ações judiciais. Para enfrentar situações como essa, a psicóloga sugere uma gestão de cooperação, que é fundamentada no respeito a si e ao outro, onde o trabalho é realizado de forma conjunta com maior empatia. A criação de comissões para deliberar a respeito desses casos também é uma atitude que a psicóloga apoia. No entanto, ela pontua que é importante que os responsáveis por realizar esse trabalho não devem julgar, e sim encontrar soluções viáveis para solucionar tais problemas.
A UFG foi mencionada pela psicóloga em um dos exemplos que deu, já que no último ano a instituição estruturou uma comissão que acompanha denúncias de assédio moral ou sexual dentro da instituição. Essa delegação é também responsável pela criação de ações educativas e preventivas em relação ao assunto, como a campanha #NãoÉNão! Entendeu? Assédio Sexual é Crime, que está ocorrendo ao longo de 2018.
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