UFG implanta plano de eficiência energética
Parceria com empresas do setor elétrico fará com que a universidade economize na conta de luz e produza sua própria energia
A UFG tem um plano de eficiência energética para os próximos anos. Em parceria com a Enel Distribuição Goiás – empresa italiana que comprou a Celg –, serão instaladas 24.993 lâmpadas de tecnologia LED e 2.522 placas solares em unidades da Regional Goiânia. Além disso, será realizado monitoramento em 120 pontos estratégicos da universidade e várias medidas estão previstas para impulsionar ações educativas e pesquisas sobre o tema.
A iniciativa faz parte de um projeto contemplado por chamada pública da Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel) intitulada “Eficiência Energética e Minigeração em Instituições Públicas de Educação Superior”. Publicado em 2016, o edital teve como objetivo contribuir para a redução dos gastos de universidades e institutos, bem como orientar a implantação de sistemas alternativos de geração própria. Às distribuidoras que atuam no país coube encabeçar esse processo, uma vez que são obrigadas por lei a aplicar, anualmente, um percentual mínimo de sua receita em projetos de Pesquisa e Desenvolvimento Tecnológico do Setor de Energia Elétrica (P&D).
Das 80 candidaturas apresentadas, apenas 11 foram aprovadas, entre elas a postulada pela Enel em parceria com a UFG. “Queremos servir de exemplo para o país. De nossa parte, o envolvimento será absoluto e total. Esse projeto tem tudo a ver com o que defendemos e acreditamos”, afirma o reitor da UFG Edward Madureira Brasil.
Quase 25 mil lâmpadas comuns serão substituídas por LED. Foto ilustrativa de Carlos Siqueira
Operação
Frederico Rocha de Araújo, diretor da Deode Inovação & Eficiência – empresa contratada pela Enel para adequar as instalações da UFG aos padrões da eficiência energética previstos pelo projeto – explica como se dará o início dos trabalhos: “As lâmpadas LED e as placas solares serão instaladas em três prédios do [Câmpus] Samambaia e em um prédio do Colemar Natal e Silva. Em seguida, será desenvolvido um software para monitorar os pontos de energia, tanto no que diz respeito ao consumo quanto à geração. Teremos telas distribuídas em alguns pontos da universidade demonstrando esse balanço energético, o que a UFG está economizando e o que está sendo salvo de gás carbônico. Ainda, faremos a capacitação de pessoal para trabalhar com esse projeto e promoveremos o descarte sustentável dos materiais, separando os resíduos reutilizáveis”. Segundo ele, a meta é que até setembro essa parte estrutural do projeto esteja pronta.
Outra etapa importante do projeto será adaptar os prédios da UFG ao Programa Brasileiro de Etiquetagem. Coordenado pelo Instituto Nacional de Metrologia, Qualidade e Tecnologia (Inmetro), o PBE avalia e fornece informações sobre produtos e instalações, considerando critérios diversos, tais como eficiência energética, segurança, impacto ambiental e relação custo/benefício. No caso do projeto entre UFG, Enel e Deode, a etiquetagem contribuiria para indicar o quão a instituição conseguiu adequar sua estrutura à nova realidade. “O PBE é baseado no Acordo de Paris, é uma maneira de reduzir a emissão de CO2. Todo prédio público novo ou reformado deve receber uma etiqueta dizendo o quanto eles são sustentáveis. São aspectos muito abrangentes de arquitetura, de materiais, de envoltório, de rede elétrica etc. Nos prédios antigos será feito um estudo e um relatório indicando como a UFG pode torna-los etiqueta A”, complementa Araújo.
Economia
Com essa operação toda, quanto a UFG poderá economizar? De acordo com o responsável técnico pelos projetos de eficiência energética da Diretoria de Sustentabilidade da Enel, Adriano Ferreira de Faria, algo equivalente a uma fatua mensal por ano. “Isso significa que a universidade pode aplicar esse recurso que sobrou em melhorias. É um processo. Começa com um volume estimado mais ou menos em R$ 10 milhões, mas que todo mês é possível aumentar, ir melhorando com a troca de equipamentos e com a mudança de cultura”, responde.
Árvore Solar
Faria, que é doutorando do Programa de Pós-Graduação em Engenharia Elétrica e de Computação da UFG, destaca também a importância que o projeto pode ter para transformar a noção de consumo e os valores de sustentabilidade da comunidade universitária. Para tanto, ele apresenta uma das ações do plano de eficiência energética: a construção de uma árvore solar de 11 metros e com 10 pétalas fotovoltáicas. “Essa árvore terá mais um poder simbólico, representando a fotossíntese, a ideia de que a natureza otimiza tudo”, apresenta. A previsão é que essa árvore seja vista pela comunidade a partir de maio, no Câmpus Samambaia, ao lado do Centro de Eventos Professor Ricardo Freua Bufáiçal.
Reitor Edward Madureira Brasil recebeu integrantes da Enel e da Deode em seu gabinete. Foto de Amanda Costa
Source: Secom/UFG
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