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Radiodifusão deve convergir para a multiplataforma

On 20/03/18 15:20 .

Nélia del Bianco destaca a importância da pluralidade e diferenciação de conteúdos produzidos pelas rádios públicas

Texto: Isaura Carrijo (Rádio Universitária)

Foto: Carlos Siqueira 

Atender ao interesse público: essa foi a ideia que permeou a fala da jornalista e professora aposentada da Universidade de Brasília (UnB) e integrante do Programa de Pós-graduação em Comunicação (PPGCOM) da FIC/UFG, Nélia del Bianco, durante palestra realizada no auditório da Rádio Universitária, no último dia 14/3, como parte das atividades do III Seminário da emissora. Ao discorrer sobre a “Radiodifusão pública: responsabilidade social, legitimidade e sustentabilidade”, a professora fez um histórico da área no Brasil e apontou caminhos que levam à multiplataforma do rádio.

A professora iniciou sua apresentação citando o artigo 37 da Constituição Federal Brasileira, que estabelece os princípios gerais da Administração Pública, destacando a importância da legalidade, impessoalidade, moralidade, publicidade e eficiência para nortear as atividades dos veículos públicos de comunicação. Segundo ela, a comunicação pública deve ser independente e estar centrada na formação do indivíduo para o exercício da cidadania. “Para tanto, as rádios precisam focar na transparência e estar abertas ao diálogo e interatividade constantes com a sociedade”, frisou.

Graduada pela UFG e mestre pela Universidade de Brasília (UnB), na década de 1980, Nélia del Bianco é doutora em Comunicação pela Escola de Comunicação e Artes de São Paulo (ECA/USP), com estágio de pós-doutorado na Universidade de Sevilha, na Espanha. A longa experiência em radiodifusão lhe confere autoridade para tratar do assunto e enfatizar que as rádios públicas precisam combater fortemente a imagem negativa atribuída a elas devido ao processo histórico de construção das primeiras emissoras públicas brasileiras, na maioria das vezes, atreladas ao governo. Para ela “a comunicação pública está no DNA da sociedade e do governo, mas ainda existe um déficit democrático nesse processo.”

Outro aspecto abordado pela professora foi o rompimento das rádios públicas com o modo de fazer analógico e a inserção das emissoras de forma definitiva na internet e nas redes sociais. Ela afirma que a mudança é indispensável à sobrevivência dos veículos na atualidade, já que “o ouvinte está conectado e é multiplataforma”, exigindo assim uma alteração na lógica da produção jornalística, de modo que possa atender a essa nova demanda.

Desafios

Com base em pesquisas realizadas em 2014 na UnB, por meio de um formulário online, Nelia del Bianco apresentou elementos que indicam a percepção da sociedade em relação ao conteúdo das emissoras públicas de rádio. Alguns entrevistados destacaram como ponto negativo que a programação é inacessível por ser vista como “maçante, entediante e chata” sendo a linguagem considerada o grande entrave ao fortalecimento e aceitação do conteúdo produzido. Por outro lado, a pesquisa revelou que a audiência valoriza o fato das emissoras produzirem conteúdo não sensacionalista, variado e diversificado.

Por fim, a professora destacou que a diferenciação das mídias comerciais é um elemento que fortalece e identifica de forma positiva a comunicação pública. No entanto, segundo ela, é preciso reinventar o modelo a fim de garantir a longevidade e a sustentabilidade das rádios públicas em meio a uma sociedade em constante transformação.

Nélia Del Bianco palestra Rádio Universitária

Para Nélia del Bianco, rádios precisam estar abertas ao diálogo constante com a sociedade

Quelle: Ascom UFG

Kategorien: Última Hora Rádio Universitária

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