Mesa redonda aborda inclusão e acessibilidade na UFG
Os convidados fizeram um balanço sobre as políticas de ações afirmativas na instituição
Texto: Letícia Rocha
Fotos: Amanda de Oliveira
O grupo Transdisciplinar de Estudos Interculturais da Linguagem (Obiah), da Universidade Federal de Goiás (UFG), organizou uma mesa para a abertura do semestre letivo 2018/1. O evento ocorreu no Mini auditório Egídio Turchi, da Faculdade de Letras, na última sexta-feira (23/2), e trouxe a seguinte questão: "O que pensamos e o que esperamos na UFG? Repensando, então, a universidade pública frente aos conflitos sociais atuais".
O evento foi dividido em duas mesas redondas carregadas de pluralidades. Participaram da primeira mesa: a graduada Talita Serafim Azevedo, que é deficiente visual; o estudante Leonardo Ferreira que é deficiente auditivo; a doutoranda indígena Mirna Anaquiri Kambeba Omágua; a mestranda quilombola Marta Quintiliano e a professora Intercultural do Núcleo Takinahaky Suety Líbia.
A graduada em Letras/Português, Talita Serafim, que é deficiente visual, foi quem abriu a discussão e contou sobre sua trajetória de superação e inclusão. Revelou que no início da graduação passou por muitas dificuldades, pois o material de estudo não era adaptado a sua deficiência. Segundo a estudante, "Braille é muito importante quanto ao nível de concentração", tendo em vista que na falta do material, era necessário que ditassem o texto para que ela ouvisse.
Talita Serafim, deficiente visual, lembra de quando não tinha acesso a materiais adequados
A doutoranda em Arte e Cultura Visual, Mirna Anaquiri, destacou que as portas da universidade pública devem estar sempre abertas, para toda a população, mas que infelizmente trata-se de um ambiente cheio de privilégios. Completou instigando as pessoas a levar as discussões que ocorrem dentro do ambiente acadêmico para além da UFG.
Mirna Anaquiri destacou a importância de a universidade pública manter sempre suas portas abertas
Segundo os convidados da mesa, desde de 2008, que foi quando a UFG aderiu ao sistema de cotas, através do UFG Inclui, a inserção de fato começou a ocorrer. No entanto, como destacado por todos os componentes da mesa, ainda há muito o que melhorar. Os questionamentos têm de ocorrer, "mas não devem permanecer apenas dentro do ambiente acadêmico, eles precisam alcançar à toda população", como disse a doutoranda Mirna Anaquiri.
A segunda mesa contou com a participação da Coordenadora de Inclusão e Permanência, Suzane Vieira; a mestranda em Musicologia Antonilde Rosa, a doutoranda em Geografia Marisa Fernandes e a estudante Rafaela Lincoln Lima.
Esta mesa foi pautada pela discussão sobre como mobilizar os vários grupos que atuam por diferentes causas na universidade. A ideia é estabelecer uma agenda de atuação em defesa dos direitos perdidos no atual contexto político. Um dos principais temas foi o Programa UFGInclui, que está completando 10 anos e vai passar por uma avaliação institucional.
Fonte: Ascom/UFG
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