Engenharias discutem inovação e propriedade intelectual
Quinta edição de evento valorizou temas como criatividade e registro de patentes
Texto: Patrícia da Veiga
Fotos: Carlos Siqueira
“Todos que estão aqui sonham em fazer um produto que melhore o mundo. Logo, todos têm ideias. Mas, como concretizá-las?”. Esse questionamento é do professor Ricardo Lopes de Queiroz, do Departamento de Ciência da Computação da Universidade de Brasília (CIC/UnB), um dos convidados a participar do V Encontro de Propriedade Intelectual e Inovação da Universidade Federal de Goiás (UFG). Ele falou para um público de cerca de 60 pessoas na manhã desta sexta-feira (27/10), no auditório do Centro de Aulas D, localizado no câmpus Colemar Natal e Silva.
Na oportunidade, Queiroz ressaltou a importância de os pesquisadores se habituarem a desenvolver um plano de negócios para seus inventos. Isso, segundo ele, contribui para que as ideias iniciais se tornem protótipos e, assim, consigam atrair investidores. No entanto, para que tudo aconteça com segurança, o professor insistiu: “faça a sua patente”.
O registro de propriedade intelectual, conforme Queiroz, é algo imprescindível – ainda que, no Brasil, os inventores reclamem dos seus trâmites burocráticos. É por meio desse recurso, disse o professor, que as pessoas irão garantir o caráter inédito de suas criações. Deste modo, Queiroz não somente incentivou a plateia a buscar seus registros, como também orientou sobre melhor modo de fazê-lo: em que formato, como que descrição etc. “Façam as patentes, criem suas empresas e movimentem a economia. É isso o que o Brasil está precisando”, recomendou ele, destacando que o país ocupa a 69a. posição no ranking mundial de inovação.
Ricardo de Queiroz, Professor da UnB, incentivou estudantes e pesquisadores a registrarem suas patentes
Criatividade
O evento, organizado a partir de uma parceria entre a Pró-Reitoria de Pesquisa e Inovação (PRPI), a Liga de Inventores da UFG e o Programa de Educação Tutorial (PET) Engenharias, contou também com a participação de docentes da UFG e jovens empreendedores já atuantes no mercado. O professor da Escola de Engenharia Elétrica, Mecânica e Computação (EMC) Getúlio Antero de Deus Júnior falou sobre o papel das artes, da literatura e da filosofia na formação de futuros inventores. Ele foi além das exigências do mercado e enfatizou a necessidade de se repensar currículos e modos de enxergar o mundo. “Temos uma separação entre Ciência, Arte e Inovação que nos limita. Então, o desafio cultural é repensar a nossa formação”.
Ele se baseou no "pensamento complexo" do filósofo Edgar Morin para provocar a plateia e sugerir que os inventores se preocupem também com o futuro da humanidade, se façam questionamentos básicos acerca da vida e tentem também usufruir das tecnologias que produzem. “É preciso mudar o estado de espírito. Acompanhar, seguir, ouvir, interagir socialmente”, reforçou.
Professor da EMC/UFG Getúlio Antero (de pé) destacou o papel das artes na formação de engenheiros
Oficinas
O professor da EMC Marcos Lemos Afonso sugeriu que as universidades façam mais eventos como esses e busquem se aproximar do mercado. Ele tratou da logística no desenvolvimento de produtos e serviços e orientou o público a estudar mais, ter disciplina e estar atento a como as empresas atuam, que materiais buscam, como se organizam e o que fazem para distribuir seus produtos. “Compreender a logística é fundamental”, defendeu.
No período vespertino, os participantes se dividiram entre quatro oficinas práticas: planejamento estratégico de negócios por meio da ferramenta Canvas; busca e protocolo de pedidos de patentes; Design Thinking e imersão nas propostas de projetos; uso da música para a preparação de um espírito de equipe.
Evento foi realizado no auditório do centro de aulas D, câmpus Colemar Natal e Silva
Fonte: Ascom/UFG
Categorias: Última Hora Inovação propriedade intelectual