Exposição "Telhado de Sonhos"

Telhado de Sonho parte da CASA como elemento central para a investigação poética de Daniele Rodrigues e Gabriel Matos. Artistas que exploram este símbolo sob diferentes perspectivas, a partir de narrativas invisíveis e silenciosas que os atravessam. Utilizam da materialidade e do objeto, como meio de contar histórias. Nos convidam a ver a casa além das quatro paredes: a casa como um espaço múltiplo, fluido, vivo e pulsante, um tecido de experiências e tempos.

A casa, aqui, é revisitada como um locus, site, maleável, que transborda pertencimento e vulnerabilidade. Ela se move entre memórias e futuros possíveis, e, ao mesmo tempo, permanece firme como edificação, como metáfora para a construção de quem somos, individual e coletivamente. Dentro de seus limites, encontramos ecos de nossa cultura, de nossas intimidades, traumas e de nossas resistências silenciosas.

A exposição não se limita à matéria física da casa, mas explora as tensões entre o rígido e o flexível, o frágil e o resistente, o concreto e o etéreo. A engenharia e a poesia encontram-se em harmonia, dois opostos que, no fundo, são a mesma força criativa.

Telhado de Sonho nos convida a habitar essas dicotomias, e a revisitar nossas próprias noções de lar — não apenas como um lugar onde moramos, mas como uma experiência contínua de sensibilidade e transformação. Assim como a vida precisa de um espaço para se enraizar, os sonhos exigem um abrigo imaginário, um refúgio onde sempre possam retornar. Cada obra desta exposição é um fragmento dessa jornada íntima, onde as paredes sussurram histórias e os telhados
embalam os sonhos.

Telhado de Sonho nos lembra que o conceito de lar vai além da estrutura física — é um espaço simbólico onde memórias, afetos e sonhos se entrelaçam. As obras presentes nesta exposição nos desafiam a enxergar a casa como uma extensão de nós mesmos, um lugar de constante transformação, resistência e pertencimento. Ao atravessarmos as narrativas silenciosas de Daniele Rodrigues e Gabriel Matos, somos levados a refletir sobre como habitamos não apenas os espaços ao nosso redor, mas também os que construímos internamente. E, assim como os telhados abrigam os sonhos, somos convidados a acolher nossa própria jornada de autodescoberta e criação.