Espetáculo "Absurdo Isolado"
Evento
: Laboratório de Estudos do Espetáculo e Artes da Cena (Lacena) - Câmpus Samambaia - Universidade Federal de Goiás. Endereço: Av. Esperança, s/n - Chácaras de Recreio Samambaia, Goiânia - GO, CEP: 74.690-900.
: 12 a 14 de Abril 2022
Espetáculo "Absurdo Isolado"
Sinopse: o espetáculo é resultado final da disciplina de Processo de Montagem que teve seu início em agosto de 2021, durante a pandemia de covid-19. Os estudos cênicos percorreram as questões que circunscrevem a nov(a)normalidade atual e a estética do Teatro do Absurdo. A maior parte deste processo criativo foi realizada no modo remoto. Estes estudos deram sustentação à montagem cênica que pode ser finalizada no modo presencial em março e abril de 2022. Tempos e espaços difíceis, híbridos, de isolamento, solidão e terreno fértil para criação.
Concepção: “E se eu ouvir uma bomba?” É o fim do mundo? A dramaturgia proposta, dentre outras coisas, explora o medo, a solidão, o isolamento, a loucura e as relações de poder entre as personagens, desdobrando-se em questionamentos sobre o que o discurso do poder impõe às vidas humanas. Esta perspectiva nasce da conjunção de nossa experiência na pandemia da Covid 19 e os estudos do Teatro do Absurdo. Por longo período, este processo se desenvolveu no modo remoto, o que, inevitavelmente, gerou um espectro de criações individuais de cenas. Assim, a concepção do espetáculo é experimental, de caráter coletivo, dando ênfase ao trabalho e criação do ator. Em seu cerne, esta perspectiva permeia múltiplos espaços e referências investigadas pela cena contemporânea. Além de uma investigação sobre nossa experiência neste momento social, político e sanitário pandêmico, tivemos como referência estética a dramaturgia de Samuel Beckett, principalmente “Dias Felizes” e “Fim de Partida'', mas também uma experiência audiovisual ao lado de Buster Keaton e Alan Schneider: Film - a única incursão de Beckett no cinema. A direção de arte investe em uma paleta de cores que inclui preto, branco e tons de neon, apresentando um ponto de convergência visual entre o passado e o futuro. Do futuro, que já se fez presente, são trazidos temas como tecnologia e inteligência artificial permeando tanto os corpos e os objetos quanto a própria dramaturgia absurda e não linear do espetáculo. A luz pretende acompanhar estas referências ao expandir o espaço vazio e da ausência. O espaço cênico proposto nos remete a um não lugar. Um espaço vazio, preto, branco, fluorescente, radioativo, poeirento e despedaçado tanto no desenho de cena quanto na relação entre as personagens, remetendo-nos também ao espaço-tempo do real, desmembrado pela narrativa de uma virtualidade quase esquizofrênica na atualidade. Um futuro envelhecido evoca inspirações no expressionismo. Bauhaus inspira o trabalho não com suas linhas retas modernistas, mas com as explosões do branco ou do neon, que evoca também outros tipos de explosões e quebras: da emoção, do corpo e da razão. Medicamentos, remédios, remediar o irremediável. O figurino são pedaços de memórias dos atores. Coisas que tiveram seu uso cotidiano ganham espaço e novos sentidos, ressignificados em cena. Como isso afeta cada ator? Poucos objetos, ressignificados, preenchem o espaço vazio: uma chave, uma bolsa, uma cerveja, um cigarro, elementos vazados, blocos vazados, um espelho, o reflexo, o narciso, o duplo.
Dramaturgia coreográfica: criação coletiva
Local: Laboratório de Estudos do Espetáculo e Artes da Cena (Lacena) - Câmpus Samambaia - Universidade Federal de Goiás
Fonte: Emac UFG