UFG projeta abrigo humanizado para refugiados
Habitação de fácil montagem, baixo custo e adaptável a qualquer território pode ser utilizada em diversas situações de emergência
Texto: Patricia da Veiga
Foto: Carlos Siqueira
A realidade de quem é forçado a deixar sua casa e seu país por causa de guerras, perseguições e violações de direitos humanos ganha destaque nos noticiários todo dia 20 de junho, Dia Mundial do Refugiado. Uma data de problematização que também pode apresentar alternativas para amenizar o sofrimento dessas pessoas. Esse é o caso de uma proposta elaborada por estudantes do curso de Arquitetura e Urbanismo da Universidade Federal de Goiás (UFG), que projetaram o Abrigo Pivô, uma solução de habitação para casos de risco, com custo mais baixo do que o convencional e de fácil montagem.
O projeto utiliza placas de fibra de madeira (MDF) em sua estrutura, que recebem cortes estratégicos para mais de uma opção de encaixe e podem ser transformadas em paredes, colunas e móveis como mesas, bancos e camas. O abrigo tem janelas e portas pivotantes garantindo a ventilação ao ambiente. A parte superior da casa é coberta por lona e calhas galvanizadas que captam a água da chuva para armazenamento sustentável. O projeto conta ainda com uma área externa de integração e descanso, onde é possível estender um varal de roupas ou armar uma rede de balanço.
A proposta foi desenvolvida pelas alunas Laura Carvalho Santana, Lorena Passos Silva, Priscilla Freire da Silva, Sarah Domingos Batista e Talita Vianna de Assis, ao estudarem sobre como vivem as pessoas que perdem suas casas. Segundo elas, a situação, na maioria das vezes, é deplorável, sendo raros os abrigos em que há garantia de dignidade. Assim, as estudantes se sentiram instigadas a propor algo humanizado, transportável, confortável, de fácil montagem/desmontagem, estável e constituído por materiais acessíveis quanto ao custo e à disponibilidade.
Seguindo a mesma ideia, elas também projetaram espaços coletivos e elaboraram plantas referentes a um posto de saúde dividido em quatro consultórios; uma escola com capacidade para 24 pessoas; um refeitório com 48 lugares e um banheiro coletivo, com pias, sanitários e chuveiros.
Menção honrosa
Em meio a 150 projetos inscritos, o trabalho conquistou menção honrosa na 18ª edição de um prêmio do portal projetar.org. Para os professores da UFG, Christine Ramos Mahler e Braulio Romeiro, é necessário dar reconhecimento a ideias que busquem soluções para situações que fragilizam as condições de moradia da população mundial. “Seja em função das catástrofes ambientais, como o caso da cidade de Mariana, ou problemas sócio-políticos, como é o caso recente da alocação de refugiados em países europeus, em especial na Alemanha, o mundo precisa pensar em estratégias de abrigos temporários”, afirmou a docente.
Fonte: Ascom UFG
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