Roda de conversa debate presença da mulher negra nos museus
Discussão foi a última oficina da exposição Mulheres no Sertão Goiano
Texto: Júlia Pontes
Fotos: Adriana Silva
O projeto de extensão Rede de Educadores em Museus (REM), do curso de Museologia da UFG, é coordenado pela professora Camila Moraes e troca de gestão todo meio de ano. Cada equipe que passa a cuidar do projeto possui uma temática dominante e, dessa vez, a nova gestão traz à tona a representação da mulher negra nos museus goianos. A apresentação dessa nova gestão e a discussão dessa temática principal foram as pautas da roda de conversa que aconteceu nesta quinta-feira (28/7), no Museu Antropológico da UFG. Agora, os responsáveis pelo REM são os alunos Nutyelly Cena, Roxanne Andrade e Gilson Andrade; e o professor do curso de Museologia da UFG, Tony Boita.
Além de debaterem a falta da representação da mulher negra nos museus goianos, os presentes levaram a conversa para um nível maior: a formação acadêmica que não problematiza e contextualiza a história africana e, logo, a história dos negros. Nutyelly Cena, ao tratar do assunto, explicou que, quando há representação da mulher negra nos museus, esta é feita de forma estereotipada, fetichizada e exotizada, frutos de um olhar equivocado sobre o negro, refletindo sua própria invisibilidade social.
Nutyelly Cena, coordenadora geral do REM, debate a temática principal da nova gestão
Camila Moraes, coordenadora do projeto, instigou o debate com uma pergunta: “Quem são os profissionais de museus?”. Segundo ela, os museus estão dominados por uma elite branca, responsável por fazer essas representações errôneas e preconceituosas sobre os negros. “Me alegro quando vejo diversidade dentro da universidade. Negros, homossexuais, trans... Significa que depois serão eles quem ocuparão espaço nessas instituições”, afirmou.
Essa roda de conversa foi uma das atividades do último dia de oficinas da exposição Mulheres no Sertão Goiano, organizada pelos alunos do curso de Museologia juntamente o professor responsável, Tony Boita. A discussão teve a presença dos próprios alunos do curso, da nova gestão, de alunas do Ensino Médio, do diretor fundador do Museu Carnaval de Goiás, Washington Fernando, e de um dos membros da Coordenadoria de Ações Afirmativas da UFG (Caaf), Yordanna Lara.
Aluna do curso de Museologia, Ana Maria explica partes da exposição
De acordo com o professor Tony Boita, o trabalho foi positivo e teve uma média de 15 visitantes por dia. A exposição continuará no Museu Antropológico da UFG até o segundo semestre. O museu fica aberto de terça à sexta, das 9h até às 17h. Nos próximos meses os alunos de Museologia, responsáveis pela exposição, farão uma releitura do trabalho, levando em consideração a contribuição do público feminino que visitou, para que a representação da mulher fique mais viva e forte.
Fuente: Ascom UFG
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