Coordenador do CNPq discute pesquisa e inovação
Palestra encerra atividades do semestre do Programa de Formação em Inovação da UFG
Texto: Luiz Felipe Fernandes
Fotos: Adriana Silva
Como diminuir a distância entre a alta produtividade científica brasileira e os baixos índices de competitividade e inovação do país? Não existe resposta pronta à pergunta, mas algumas possibilidades foram discutidas durante a palestra do coordenador do Programa de Capacitação Tecnológica e Competitividade do Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq), Cimei Borges Teixeira, nesta terça-feira (7/6), no auditório da Biblioteca Central. A palestra encerrou as atividades do semestre do Programa de Formação em Inovação da Universidade Federal de Goiás (UFG).
Para Cimei, o Brasil precisa encontrar uma fórmula própria para aliar ciência, competitividade e inovação, aproximando as universidades das empresas. Um dos caminhos é a formação voltada para o empreendedorismo. “Isso não quer dizer que vamos parar de fazer ciência”, ressalta. Outro aspecto a ser trabalhado é a fonte de financiamento, atualmente concentrada no setor público. O coordenador afirma que é preciso mudar a cultura empresarial de que a formação de pesquisadores e a produção científica é de responsabilidade exclusiva do Estado.
Como exemplos bem-sucedidos, Cimei falou de programas e projetos implantados recentemente pelo CNPq. Um deles foi o Programa de Formação de Recursos Humanos em Áreas Estratégicas (Rhae – Pesquisador na Empresa). Em vigor entre 2007 e 2013, o programa consistiu em inserir mestres e doutores em empresas privadas, financiados com bolsas. O objetivo era promover o desenvolvimento ou melhoria de um produto ou processo, aliado à possibilidade de desenvolvimento de atividades de pesquisa. Ganhava a produção científica e ganhava a empresa.
Outro programa é o Doutorado na Indústria, que já passou por uma experiência piloto. Também financiado com bolsa, o pesquisador é levado a desenvolver sua tese de doutorado a partir de um problema definido pela indústria. Além disso, uma parceria com o Sebrae capacitou agentes locais de inovação para levar a cultura da inovação para micro e pequenas empresas.
Cimei Borges Teixeira falou sobre os desafios de aliar a produção científica brasileira à competitividade e à inovação
Formação
O Programa de Formação em Inovação da UFG tem como objetivo a difusão da cultura da inovação e a capacitação para as atividades de empreendedorismo tecnológico, transferência de tecnologia e desenvolvimento de inovações. As palestras deste semestre abordaram interdisciplinaridade e mídias interativas; edital Tecnova da Fapeg; e o Design Thinking.
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